Cap. 10

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Lola narrando

Levanto. Pego chocolate. Deito. Levanto. Pego chocolate. Deito. Minha única rotina. Única coisa que tenho forças para fazer ultimamente.

Acho que ja chorei tudo o que tinha para chorar e já assisti todos os filmes tristes do netflix.

Ignorei o meu celular o dia inteiro desde que conversei com Candace. Não tenho cabeça pra responder ninguém e nem para ficar lendo mensagens de pêsames.

Pêsames não vai trazer o meu pai de volta

Escolho mais um filme e abro mais uma barra de chocolate. A um bom tempo que não como um desses.

Eu tinha que ser "A cantora perfeita, com o corpo perfeito, o rosto perfeito, tudo perfeito"

Mas agora nada disso importa mais

Nada mais importa

Dou play no filme.

(...)

Já são 3:30 da manhã e eu não consegui dormir nem por 1 minuto. A minha cabeça esta doendo muito e as lembranças toda hora retornam. Quando consigo dormir, tenho um pesadelo com meu pai e acordo chorando, já aconteceu 2 vezes.

Levanto. Pego meu celular e resolvo ler as mensagens. São muitas mensagens e muitas notícias.

As pessoas estão tentando entender porque eu não voltei ao show na noite passada. Pelo visto, ainda não foi anunciado, o acontecimento.

Que bom né

Mas as pessoas estão fazendo insinuações, por causa da minha foto desmaiada que esta rodando em todos os lugares. Sinceramente, eu não estou nem ai pra mais nada.

Ignoro todas as mensagens de Taylor. Leio algumas mensagens de familiares distantes. Todos só falam sobre o funeral. Sophia e Nicolas mandaram mensagem também. Graças a Deus, nenhuma mensagem de Alec. Não tenho psicológico para isto também.

Me surpreendo ao ver uma notificação do meu instagram. É um direct. E é da Gaby.

Basicamente fala sobre pêsames e sobre o quanto esta triste com isto e que espera que eu fique bem. Respondi com apenas um emoji triste.

Ja foi demais pra mim

Desligo o celular.

Acho que sair de casa um pouco, sera bom para mim

Ao menos foi o que Candace disse, ela é psicóloga e é boa pelo visto, já que ta sabendo lidar com isso tudo bem melhor que eu

Coloco um casaco gigante por cima do meu pijama e uma bota. Prendo o cabelo num coque bagunçado e saio do apartamento.

Ao sair do prédio, me deparo com a rua vazia, silenciosa e fria.

Ando um pouco até chegar na praia, piso na areia que provavelmente deve estar fria e ando até que resolvo me sentar.

Fico olhando as estrelas e ouvindo o som do mar. Enquanto o vento frio bate em meu rosto. É uma sensação boa. É uma sensação de vida. Liberdade.

After The CampOnde histórias criam vida. Descubra agora