23 - O QUE QUER COMER?

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Depois de tudo preparado, Clara foi ver se acordava Marjorie para comer com elas, dessa vez ela estava bem mais desperta. Então se levantou tranquila.

Esse seria o último café da manhã com todas reunidas, no final da tarde Amanda e Deise voltariam para a cidade onde moravam.

Amanda tinha um apartamento e Deise morava no anexo da casa dos pais que elas chamavam de Casa da Piscina. Era uma bela casa de duas suítes que o pai mandou construir para ela, porque não queria que ela se mudasse como as irmãs fizeram. Essa casa era independente e Deise tinha lá uma total privacidade.

Deise e os pais eram muito apegados e ela gostava de ficar por perto, ela era a queridinha dos pais e as irmãs não se importavam com isso, pois Deise era a queridinha delas também.

As trigêmeas sempre tiveram uma vida confortável, seu pai era um médico veterinário bem renomado na cidade. Mesmo depois de aposentado, ele era requisitado por vários clientes fazendeiros e de vez em quando viajava pelo estado a trabalho.

A mãe era uma linda, jovem e brilhante promotora pública que ainda trabalhava. Elas eram filhas do segundo casamento do pai e tinham um meio irmão mais velho que era filho do primeiro casamento do pai.

Já estava perto da hora das meninas irem buscar Aline e seu pequeno filho para almoçar. Elas se arrumaram, se despediram de Clara e Marjorie que estavam levando uma das malas enormes lá para cima, e saíram.

Marjorie trouxe muita coisa e ainda tinha muito mais para trazer. Arrumaram o que podiam e foram buscar outra mala lá em baixo.

"Por que será que não nos convidaram para almoçar com elas?" Marjorie perguntou.

"Porque elas sabiam que a gente tinha coisa melhor para fazer." Respondeu repleta de más intenções tirando os braços de Marjorie da alça da mala, puxando-os para trás da sua própria cintura.

"Fazer não, desfazer sim. Muitas malas." Falou sorrindo se desvencilhando dos braços de Clara e correndo para descer as escadas com a intenção de buscar outra mala.

"Ai meu Deus! Que mulher difícil eu tenho." Falou manhosa se encostando na parede.

Ao ouvir isso, Marjorie parou nos primeiros degraus da escada, se virou e olhou para cima. Viu que a mulher que ela tanto amava, a olhava com os braços para trás das costas com aquela carinha fofa e sexy ao mesmo tempo. Ela enxergou e sentiu tanta paixão que não achava que era possível alguém sentir.

"O que você falou?" perguntou enquanto subia os degraus novamente.

"Eu te chamei de difícil."

Marjorie começou a subir de volta e Clara se colocou de pé no final da escada. O ambiente que elas estavam mudou e um clima de sedução se instaurou no ar.

"Não meu amor. A outra coisa que você falou." Marjorie continuava a subir insinuante correndo a mão pelo corrimão da escada.

"Ah, eu disse que temos coisa melhor para fazer." Dissimulou, mas sabia exatamente do que Marjorie estava falando, mesmo assim continuou a brincar com ela.

Só faltavam os últimos degraus.

"Clara, fala de novo! Fala amor." Não tinha como negar algo que ela pedisse daquele jeito, era lindo ouvi-la falar assim. Enfim, chegou ao fim da escada ficando cara a cara com ela.

"Eu disse que tenho uma mulher muito difícil."

"Hum... você tem uma mulher?!"

"Sim, Marjorie, você é minha mulher." A outra deu um sorrisinho de lado. "Não é nenhuma surpresa, você sabe que pertencemos uma a outra" Sua voz estava rouca e sedutora.

Ladras de Beijos e Corações (concluído)Onde histórias criam vida. Descubra agora