18 - FIM DE FESTA

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As três voltaram à festa, dançaram com os amigos, conversaram, beberam e absolutamente todas as pessoas estavam encantadas com as trigêmeas.

Clara pediu permissão as irmãs para beber e elas concederam, Marjorie estranhou a ação, imaginando o motivo de terem que conceder permissão para que ela bebesse. Para ela, Clara não bebia simplesmente por não gostar, mas aparentemente estava enganada.

Todos estavam se divertindo bastante e Bruno após três cervejas já tinha tirado a blusa sobreposta que usava, ficando apenas com uma camiseta branca e dançava desengonçado de forma engraçada no meio da sala.

"Ôh, moleque, você já está bêbado?" Amanda perguntou.

"Não, não, não estou, só alterado." respondeu conciso.

"Mas você só bebeu um pouquinho." disse franzindo a testa.

"Acontece, moça bonita, que eu sou um superatleta e o único álcool que entra nessa boquinha linda, é o do enxaguante bucal e eu coloco na boca e jogo fora." Ela bufou irritada.

"Amanda, para de implicar e dá uma chance, ele é legal." Deise falou à irmã assim que chegou perto deles. "Pode pelo menos ser civilizada?"

"Viu isso? Você deveria aprender com ela, ela é gentil. Eu tenho medo dela, mas ela é gentil." Disse com a voz embolada apontando para Deise.

"Eu mereço isso." Amanda falou revirando os olhos e Deise sorriu, nesse momento Marjorie e Clara se juntaram a eles.

"Minha nossa, vocês são demais! Olha, já que tem três de vocês, qual a chance de eu ter uma para mim?" As meninas acharam graça no que ele falou, inclusive Clara que há essas horas estava de ótimo humor, apenas Amanda não gostou. "Você não!" Falou apontando para Deise e justificou. "Você já me deu uma surra, não tenho como lidar com isso."

Ele olhou para Clara e levantou o copo como se estivesse incentivando um brinde e Marjorie se rebelou, ela nunca fazia isso, mas dessa vez não se conteve.

"Perdeu a cabeça?" Disse num tom de voz um tanto alterado. "Ela é minha e você sabe disso." Estava séria, o que arrancou sorrisos das trigêmeas.

"Olha quem está enciumada agora?" Clara falou orgulhosa a puxando pela cintura. "Vem aqui." Lhe deu um beijo no rosto emburrado. "Claro que ele sabe que sou sua, todos sabem."

"Au, au." Amanda imitou um cachorro equiparando a irmã a uma cadela, Clara apenas a ignorou.

"Ah, que pena!" Bruno se lamentou. "Mas sobrou você." Falou chegando perto de Amanda, passando o braço por cima dos seus ombros.

Clara e Deise começaram a rir muito porque já imaginavam a reação que sua irmã teria com esse comentário.

"Sobrou?" O encarou bem. "Como assim sobrou?" Quis saber, estava indignada.

"Ei moça linda, é só forma de falar. Você sabe né?" Disse fazendo menção de se chegar mais perto.

"Cara, tu é muito folgado, sabia?" Se afastou e todos riram.

Já era madrugada e os amigos estavam indo embora. Marjorie finalmente pôde ver com os próprios olhos o motivo de Clara pedir permissão às irmãs para beber. Acontece que quando ela bebia, entrava numa espécie de crise de identidade onde, ora ela agia como Amanda de forma idêntica até nas piadas, ora agia como Deise com toda a doçura e delicadeza e ora ficava extremamente desorientada e agitada, chegava a ser cômico e talvez um pouco perigoso também.

Só uma vez na vida, Sophia, a mãe das trigêmeas as confundiu, foi quando elas tinham dezesseis anos e Clara tomou seu primeiro porre e chegou bêbada em casa. Como ela estava muito embriagada, a mãe deixou para dar bronca no outro dia.

Ladras de Beijos e Corações (concluído)Onde histórias criam vida. Descubra agora