39 - A BUSCA

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  "Eu não sou um criminoso, eu juro." O jovem assegurou nervoso.

"Bom, isso é o que vamos ver. Conte o que sabe e eu lhe ajudarei no que for preciso."

"Sou estudante de direito, ainda estou no primeiro período da faculdade e aí apareceram esses caras no campus oferecendo uns comprimidos de graça sabe." Ele começou a chorar. "Eles disseram que se eu estivesse sob muita pressão, isso me ajudaria a relaxar."

"Fale sobre a mensagem que você mandou para Maria Clara Villa Morelli."

"Então, como ia dizendo, esses caras disseram que os primeiros lotes de comprimido eram de graça, mas se eu precisasse de mais, teria que pagar, eles deram drogas para mim e alguns amigos o suficiente para usarmos por algumas semanas. O que aconteceu foi que há cerca de duas semanas, todos os comprimidos que eles me deram acabaram e precisei comprar mais." Júnior estava sem paciência, mas, mesmo assim, prestava atenção no que o rapaz falava. "Eu peguei parte do dinheiro que meus pais me mandaram para pagar minhas despesas e fui até lá."

"Lá onde?" Estava interessado porque provavelmente o rapaz estava falando de uma quadrilha da qual a polícia estava investigando há mais de um ano.

"Onde eles vendem as drogas. Eles chamam de O Paraíso." O rapaz respondeu deixando júnior surpreso. "Eu tenho um colega de sala que está numa situação pior do que a minha e eles acabaram o obrigando a trabalhar para eles para sustentar seu vício e esse colega acabou me levando lá."

"Certo, eu estou muito interessado em saber o resto dessa história, mas agora eu preciso saber urgentemente onde está Maria Clara e onde você se encaixa no sequestro dela." Falou já impaciente.

"Ouvi falando dela lá no O Paraíso na sexta-feira. Tinha uma morena muito gata lá com o chefe da boca e ela estava perguntando se estava tudo certo para alguma coisa que fariam no fim de semana e ele disse que sim. Eu não quis ouvir mais e saí de lá. A única coisa que ouvi foi o nome, Maria Clara."

"Uma morena muito gata?" Júnior pegou o celular, começou a vasculhar suas fotos. "Por um acaso é dessa mulher aqui que você está falando?" Ele mostrou uma foto de Rachel.

"Sim senhor, é essa mulher sim." A preocupação dele aumentou, sua prima que é desequilibrada, tinha sequestrado sua irmã e ele precisava a encontrar o quanto antes.

"Certo, espere um pouco." Júnior pegou o celular e soltou um alerta para Rachel. Todos os policiais do distrito agora sabiam por quem procurar. "Continue."

"Perguntei ao meu amigo e ele com muito custo, me disse que se tratava de uma Vila Morelli e que eles sequestrariam ela no próximo dia. Eu tentei convencê-lo a ir à polícia, mas ele estava doidão de mais para entender a gravidade da situação. Saí fuçando por aí e só consegui um número no sábado e eu nem tinha certeza se aquele era o número dela de verdade. Então enviei a mensagem."

"Você sabe para onde a levaram?"

"Não senhor, meu amigo não sabia, por isso não me falou nada."

"Me dê o endereço desse lugar chamado O Paraíso agora mesmo. Vou ter que ir tirar essa informação direto da fonte."

"Sim senhor, mas por favor, não atirem no meu amigo. Ele é inofensivo, só é estúpido."

"A única coisa que posso prometer é que faremos o possível para não ferir as pessoas que estiverem lá."

Júnior foi para a delegacia e numa operação gigantesca convocou algumas guarnições das cidades vizinhas e outros que não foram chamados, se voluntariaram para ajudar. Ele recebeu total apoio do juiz local que lhe deu imediatamente o mandado que precisava para invadir o local.

Ladras de Beijos e Corações (concluído)Onde histórias criam vida. Descubra agora