Todos conversavam animadamente com Marjorie depois do almoço, aparentemente ela estava de ótimo humor, mas se mantinha distante de Maria Clara a ignorando sempre que podia, essa estava pensando numa maneira de aplacar a fúria da namorada.
No começo da tarde Clara tentou falar com ela de novo.
"Marjorie, vamos conversar agora?" pediu com jeitinho, já que tinha pedido antes por três vezes e fora ignorada. "Por favor, amor." Segurou e sua mão e essa cedeu.
"Vamos." Disse e se permitiu ser guiada até o quarto, chegando lá, Clara fechou a porta para conversarem mais tranquilas. "O que tem para dizer?"
"Desculpa."
"É isso? Tudo o que tem a dizer... francamente eu esperava mais." Se dirigiu à saída do quarto destrancando a porta, porém Clara a segurou pelo braço antes que ela saísse.
"Não, não, não. Espera, espera por favor." Clara a virou ficando de frente para ela. "Me desculpa, é um pedido sincero, eu juro! Corri de mais, assustei você e isso não foi legal. Fico mal quando você me ignora desse jeito, passou a manhã toda me evitando, não faz mais isso, por favor."
"Ah, então é por isso que está me pedindo desculpas... para eu parar de te ignorar e não por estar arrependida por ter feito besteira, e sabe o que é pior? É que você corre assim quando estou junto, fico imaginando quando está sozinha, qual será a velocidade que você alcança, Maria Clara?" Marjorie estava extremamente nervosa, Clara pôde sentir suas mãos suarem e ela tremer de raiva. "Você sabe que me ignorou quando te pedi para reduzir a velocidade, não é? Qual é a sensação de ser ignorada?"
"Amor, vem cá, senta aqui e respira, você está muito nervosa." Falou a levando até a cama. "Eu fiz merda, sei disso e me arrependo de verdade. Me arrependo de ter corrido tanto, de te ignorar e de te deixar com medo. Reconheço que essa é uma falha minha e tenho que corrigir isso."
"Você me assustou, sabia?" Falou deixando as lágrimas caírem dos seus olhos partindo o coração de Clara, Marjorie chorou até aos soluços. "O que faço se te perder? Não quero perder você."
"Não vai, não vai me perder nem se quiser." Disse a abraçando. "Olha, tenho uma coisa para você." ela colocou a mão no bolso da calça folgada que usava e tirou a chave do seu carro. "Vou conversar com Deise para saber se é alguma ansiedade, atração por velocidade, ou apenas estupidez que me faz correr tanto e vou achar uma forma de resolver esse problema assim que voltarmos para casa, eu prometo, mas por enquanto, quero que fique com isso." Colocou a chave do seu carro nas mãos dela. "Não vou dirigir por enquanto, eu juro."
"Tem certeza? Você tem que trabalhar e resolver as suas coisas, vai mesmo querer ficar sem carro?" perguntou enxugando as lágrimas.
"Olha isso" Lhe mostrou seu celular. "Já instalei dois aplicativos de transporte para pedir carro quando precisar. É por pouco tempo, vou consertar isso e acredito que em algumas semanas voltarei a dirigir de novo. O que acha?" Em resposta a essa pergunta, Marjorie se lançou em seu pescoço a abraçando forte.
"Gostei muito." Disse ainda abraçada.
"Ai, obrigada, amor! Não tenho estrutura para ficar brigada com você, mulher. Fica muito linda quando está brava, mas prefiro você de bom humor." Disse a segurando com mais força.
"Não gosto de brigar com você também." Suspirou. "Amor, vou deitar um pouco aqui, discutir me deixou muito cansada, vou tirar um cochilo." Elas sorriram.
Marjorie deitou na montanha de travesseiros que tinha na cama de Clara e em instantes, dormiu. Clara saiu do quarto de alma lavada, não acreditando que tinha conseguido se resolver com Marjorie.
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Ladras de Beijos e Corações (concluído)
RomanceElas são lindas, inteligentes, conquistadoras e inspiradoras. Quem poderá resistir aos encantos dessas ladras de beijos? Amanda, Deise e Maria Clara são as trigêmeas mais diferentes e idênticas que existem. Separadas elas são lindas, mas juntas sã...