Ladras de Beijos e Corações (concluído)

43 - ENTREVISTA SEXUAL

Meses depois...

Rachel foi a julgamento e o júri entendeu que ela tinha sérios problemas mentais e que precisaria estar reclusa para tratamento, então foi internada numa clínica para pacientes potencialmente perigosos por tempo indeterminado no sul da Argentina, provavelmente nunca mais votaria ao Brasil.

Estavam na última semana do ano, Clara concluiu sua especialização, ela agora era cirurgiã pediátrica e depois de muito trabalho conseguiu tirar duas semanas de descanso. Manhã de véspera de natal e ela foi ver alguns pacientes antes de sair de férias. Era incrível e apaixonante o jeito que ela tinha para lidar com os baixinhos.

Naquele dia, Marjorie a acompanhou só para ficar babando enquanto a via atender os pequenos, mas de vez em quando, ela roubava a cena porque todos a achavam linda.

Clara enfim terminou sua última consulta com um garoto de onze anos do qual tinha removido o apêndice, enquanto assinava o prontuário Marjorie chegou se encostou na porta do quarto e o garoto a viu, esse ficou a olhando meio abobalhado e recebeu uma piscada de Marjorie.

"O que foi, Diego?" Clara perguntou pois não sabia que sua mulher estava na porta. "Ficou vermelho do nada!" ela se virou para ver o que ele olhava e a viu. "Só podia ser você." Disse sorrindo. "Ela é linda, não é?" Perguntou cochichando ao pequeno que estava na cama.

"Uhumm." Respondeu envergonhado.

"Você quer conhecê-la?" Ele assentiu com os olhos brilhando, Clara estendeu a mão à Marjorie para ela se aproximar.

"Falta muito, doutora Maria Clara Villa Morelli?" Perguntou ao chegar perto deles.

"Não, já terminei aqui, só queria te apresentar um amigo. Doutora Marjorie esse aqui é meu grande amigo Diego."

"Olá Diego, tudo bem?" Perguntou apertando sua mão.

"Tudo." Respondeu tímido.

"Certo, Diego. Se comporte e amanhã de manhã a doutora Cristina virá lhe dar alta." Falou e saíram do quarto.

"Amor, ele é tão tímido, não é?" Marjorie perguntou quando saíram da ala médica.

"Tímido? Diego é paciente mais peste que eu tenho, aquele menino é o terror do hospital, de tímido ele não tem nada."

"Pareceu tímido para mim." Disse e Clara gargalhou.

"É por sua causa, ele é apaixonado por você desde a primeira vez que te viu, aliás, só ele não, toda vez que você vem aqui, rouba um coração diferente."

"Isso não é verdade, amor. Deixa de ser exagerada!" Disse chegando no estacionamento e destravando o carro.

"Você causa esse efeito nas pessoas, faz com que todos caiam aos seus pés, assim como eu."

"Que princesa você é. Te amo para sempre." Disse a beijando já dentro do carro.

"Pronta para descansar por duas semanas?"

"Simmm!" respondeu aplaudindo. "Só não entendi porque só duas semanas, porque não mais tempo?"

"Porque daqui há pouco tempo vamos precisar de mais dias de folga."

"Para que?"

"É surpresa, você vai gostar. Espero."

"Nossa! Fiquei curiosa agora, você passou a semana toda misteriosa, umas saídas repentinas, se eu não fosse tão segura do seu amor, poderia até ficar com ciúmes."

"Não ficou com ciúmes?" Perguntou e Marjorie negou com a cabeça. "Amor, você é tão evoluída. Já aceitei que eu sou a ciumenta da relação."