32 - O MELHOR PRESENTE

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"Clara, você sabe que ainda está muito cedo, não é? Daqui até chegar a hora do almoço com o calor que está fazendo, eu provavelmente vou ter que tomar outro banho e me arrumar de novo." Disse isso porque estranhava mesmo o jeito da sua irmã.

"Sei disso, mas quero que fiquemos lindas agora, posso?" Respondeu tentando parecer chateada, mas a verdade é que ela percebeu que Amanda tinha chegado e não queria que Deise a visse ainda.

"Tá bom, mas não precisa ficar irritada, que coisa!"

Deise sentou em frente ao espelho para retocar o cabelo com o babyliss e como ela já estava muito desconfiada, Clara pediu para Marjorie inventar uma história para levá-la ao anexo.

"Deise, esqueci meu perfume na sua casa, vamos lá buscar comigo?" Falou baixinho perto do ouvido dela fingindo estar falando escondido de Clara que também fingia ter se distraído um instante. "Só assim Clara para de te irritar, ela realmente parece está obcecada com você hoje."

"Ah vamos, por favor, ela está muito chata hoje."

Foram ao anexo e no meio do caminho Marjorie inventou outra história para voltar à casa grande e pediu para Deise pegar o perfume para ela, a mulher estranhou a situação, mas fez o que ela pediu.

Chegando no hall de entrada já notou algo diferente. A casa estava com buquês de flores em alguns lindos vasos em um clima romântico, estava tudo muito bem arrumado e tinha uma música suave.

"Que estranho, o que será que aconteceu aqui?" Falou abrindo a porta de vidro e não se deu conta de que tinha alguém sentado no sofá. "Nossa!" Suspirou ao entrar reconhecendo o aroma do perfume, era uma sensação muito gostosa, mas ao mesmo tempo ela trazia um aperto no peito e um nó na garganta.

Deu uns três passos para a sala quando percebeu alguém lá que ainda estava de costas, mas não teve dúvidas de quem se tratava, a reconheceu na hora, sentiu o sangue fugir de suas veias, o coração errar a batida.

"Natalie?" Não acreditava no que estava acontecendo, seria um sonho? Ela pensou ainda taquicárdica.

Era ela, era sim. A francesa se levantou ao ouvir sua voz.

"Olá, Deise." Respondeu em francês com um largo sorriso. "Não vai me dar um abraço?"

"Eu... é, vou sim, claro que sim." Falou acordando de um transe momentâneo indo abraçar a mulher. "O que você está fazendo aqui?" Indagou curiosa e surpresa, tentando se segurar e não transparecer a ansiedade que estava sentindo no momento.

"Sua irmã me ligou no começo da semana dizendo que era seu aniversário, ela me convidou para vir ao Brasil para te ver e aqui estou eu, aceitei o convite."

"Aquela desgraçada." Murmurou nervosa em português. "Como Amanda pôde fazer isso comigo?"

Foi uma ótima surpresa, mas Deise tinha dúvidas se isso acabaria bem, ela estava apaixonada e Natalie provavelmente não a correspondia, além disso ela tinha uma vida fora do país, o que aconteceria quando tivesse que voltar?

"O que disse? Desculpa, é que você falou em português e eu não entendi direito, mas pelo visto não gostou de me ver." Falou decepcionada, por um momento a situação ficou tensa. "Você quer que eu vá embora, Deise?"

Deise a olhou e tudo o que ela havia sentido voltou à tona e não sabia se conseguiria se recuperar de uma segunda perda. O que ela sentia por Natalie era muito forte e estava experimentando esse sentimento por uma mulher pela primeira vez na vida e na sua cabeça, Amanda foi no mínimo insenssível com seus sentimentos.

"Não é isso, Natalie, desculpa se foi o que eu te fiz pensar, você é bem-vinda e sempre será, mas é que..." Hesitou.

"É que?"

Ladras de Beijos e Corações (concluído)Onde histórias criam vida. Descubra agora