13 - SONDANDO A CUNHADA

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Depois de alguns minutos Deise apareceu toda elétrica na sala também vestida com roupas de ginástica, ela era a irmã que praticava mais atividades físicas.

Quando criança Deise era muito tímida e um tanto antissocial, seu psicólogo aconselhou a sua mãe que a colocasse para praticar esportes de competição para que fosse forçado um relacionamento dela com outras pessoas. O plano deu tão certo que ela não só conseguiu fazer muitas amizades quanto se apaixonou por todo o tipo de esportes, principalmente corrida e artes maciais.

"Desculpa não ir com você Marjorie, eu tô cansada de mais." Clara falou, estava jogada no sofá.

"Tudo bem, acho que estou indo ao lugar certo, com a gêmea certa." Marjorie respondeu animada, a verdade era que Clara não conseguia acompanhar seu ritmo nos exercícios.

"É isso aí Gatinha, é assim que se fala. Vai lá e queima essa gordura aí todinha, aproveita e queima a minha também que eu vou ficar fazendo pensamento positivo e mandando boas energias para vocês." Amanda disse.

"Ei, pera aí, você tá me chamando de gorda?" Marjorie perguntou fazendo uma falsa cara de espanto.

Amanda não respondeu, apenas sorriu acenando para que elas fossem embora.

"Já chega de conversa, tchau meninas, não se preocupem que eu devolvo ela inteira." Deise disse às irmãs e viu quando Clara a chamou discretamente.

"Não deixa ela sozinha, entendeu?" Alertou fazendo a irmã rir um tanto debochada.

"Nunca fui ciumenta... Na, na, na... não sou ciumenta... Na, na, na..." Deise falou baixinho imitando a voz dela e recebeu um olhar mortal. "Entendi, entendi, deixe comigo."

"Acho bom mesmo." resmungou.

"Essa tarde ela é minha e o contrário de você, não tenho problemas em admitir o quão possessiva eu sou." Deise piscou para Clara saindo em seguida.

Mesmo sabendo que de lá Marjorie iria embora para a sua casa, Deise preferiu não pegar o carro de Maria Clara para ir à academia, dessa forma ela teria uma chance de sondar a cunhada.

"Uau, esse é o seu carro? Que incrível!"

"Valeu, é incrível mesmo. Você deve estar pensando se a fisioterapia paga tão bem assim, né?"

"Desculpa, eu pensei sim, mas achei rude perguntar."

"Você é uma princesa." Marjorie falou enquanto destravava o carro para elas entrarem. "E não paga, é que eu sou a administradora das clínicas de estética da minha mãe e diretora do centro de reabilitação esportiva da cidade."

"Ah, você é fisioterapeuta e mulher de negócio."

"Na verdade, eu sou noventa por cento mulher de negócio e dez por cento fisioterapeuta. Minha semana é bem puxada, mas faço questão de trabalhar pelo menos um turno por semana como voluntária num hospital público nessa profissão que amo tanto. Ajudar as pessoas em reabilitação é uma satisfação pessoal." Confessou.

"Mas Marjorie, são funções tão diferentes, como você consegue se dar tão bem em ambas?" A moça riu.

"Eu cursei administração ao mesmo tempo que fiz fisioterapia e depois disso fiz algumas especializações na área de gestão. Minha família tem uma veia administrativa e comigo não foi diferente."

"Estou impressionada. E eu que achei que você era só um rostinho bonito." Disse rindo.

Deise estava criando uma conexão com Marjorie para chegar ao ponto de ter a resposta que queria. Ainda faltavam alguns minutos para chegarem ao destino então resolveu fazer mais algumas perguntas.

Ladras de Beijos e Corações (concluído)Onde histórias criam vida. Descubra agora