Melissa Ann: Não posso te deixar ir - LIVRO 2 [NOVA VERSÃO]

02

O meu despertador toca cedo no novo dia em Seattle e eu me levanto da cama sem vontade. Hoje é um dia chuvoso na cidade e é um daqueles dias frios que precisam de um casaco a todo momento. Fico sentada na cama encarando a janela do meu quarto durante alguns minutos antes de decidir me levantar e me arrumar para o novo dia na faculdade.

Jogo as cobertas de lado e sigo até o banheiro para me arrumar. Ao terminar de tomar banho, escovo os cabelos e o prendo em um rabo de cavalo alto e alinhado porque não gosto de mantê-lo solto porque cria nós com uma facilidade absurda.

Eu me visto com uma roupa confortável e bonita para o meu novo dia na universidade e sigo para fora do quarto com a mochila pendurada no ombros e um livro em mãos. Vou terminar de ler o livro a caminho da faculdade.

— Bom dia, Lissa — diz Luke ao me ver entrando na cozinha.

— Bom dia — respondo sorrindo.

Às vezes é estranho olhar para o rosto do meu irmão e imaginar que somos gêmeos. Temos os cabelos cabelos loiros e os olhos verdes como a nossa mãe e dividimos o mesmo útero por nove meses, mas eu não consigo vê-lo como meu irmão gêmeo. Não temos nada em comum um com o outro.

Luke é mil vezes mais bonito e esperto.

— O papai mandou avisar que você tem dez minutos para tomar o café da manhã e encontra-lo no lado de fora de casa porque ele irá nos levar até a universidade.

— Ok, senhor advogado.

Corro em direção a bancada da cozinha para pegar um pouco de café e torradas. A minha mãe me observa caminhar pela cozinha com passos rápidos e mordendo uma das torradas. Eu não vou ter tempo de comer direito porque o meu pai não tolera atrasos.

— Você não comeu direito, Melissa Ann — adverte.

— Me desculpe, mãe. O papai falou que eu só tenho dez minutos para tomar o café da manhã e encontra-lo na fora porque ele vai me levar até a faculdade.

— Sente-se e tome o seu café da manhã corretamente. O seu pai não vai morrer se você se atrasar alguns minutos.

Reviro os olhos e pego a minha torrada novamente. Eu tomo todo o meu café e mordo as torradas com o olhar da minha mãe sobre mim a todo momento. Ao finalizar o café da manhã, eu me despeço da minha mãe e corro em direção a garagem.

O meu irmão gêmeo está sentado no banco da frente.

— Hoje é o meu dia — aviso cruzando os braços.

— Você está atrasada, então, se tornou o meu dia.

— Me atrasei somente seis minutos.

— E foi em seis minutos que me tornei o seu irmão mais velho, Melissa.

O nosso pai entra na garagem no momento que abro a boca.

— Hoje é o meu dia de ir na frente, pai.

— Você sabe que hoje é o dia da Melissa, Luke. Vá para o banco de trás ou iremos nos atrasar.

Luke me lança um olhar mortal e passar para o banco de trás sem nem mesmo descer do carro. Eu me acomodo no banco de frente com um sorriso vitorioso nos lábios e decido a música que iremos ouvir durante o caminho até a faculdade.

— A nossa primeira parada é na faculdade de Luka e em seguida na de Melissa — diz papai dando a partida no carro.

A música é o único som dentro do carro e eu não me importo nem um pouco porque gosto do silêncio. Gosto de lugares calmos porque me ajuda a pensar e aproveitar o som de uma boa música — principalmente a minha favorita.