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Março — Três meses depois.

E a minha hora de retornar para os Estados Unidos se fez presente após três meses de viagem pela Inglaterra. É a hora de voltar para a minha família e para a minha vida em Seattle.

Nos últimos meses não tive nenhuma notícia de Harry. As redes sociais estão sem atualização desde a minha partida de Londres e ninguém atende o telefone na casa dos pais dele — consegui o número com Bridget e ela deu um jeito de conseguir.

Às vezes me pego pensando no que ele está fazendo e se está pensando em mim como eu estou pensando nele.

É a hora de retornar para Seattle, mas eu vou dar um jeito na minha vida e vou retornar a Londres para procurar por ele. Os meus sentimentos estão claros para mim e eu tenho que resolver algumas coisas primeiro antes de saber se ele está aguardando por mim.

As pessoas caminham de um lado para o outro do enorme aeroporto de Londres. Os passageiros entram e saem dos portões de embarque e parece que uma vida inteira se passou desde que pisei aqui pela primeira vez.

Toda a minha vida mudou nesses três meses na Inglaterra.

— Vou sentir falta desse lugar — suspiro.

Rosie me olha no mesmo instante e eu sorrio. Ela esteve ao meu lado nas duas últimas semanas na Inglaterra e é a chefe de recepção no hotel que fiquei em Winchester — onde Jane Austen está enterrada — e quem me levou para visitar todos os pontos turísticos da cidade.

— Iremos sentir sua falta também.

Vou sentir falta de tudo isso. Irei sentir falta de ouvir a chuva grossa batendo na minha janela durante as manhãs e de tomar chá quente às cinco da tarde. Vou sentir falta de tudo o que vivi e aprendi aqui.

Irei sentir falta de Harry.

Não demora para que o meu voo seja anunciado na grade de horários dos voos. Eu me levanto da cadeira com a minha passagem em mãos e o meu casaco também para seguir em direção ao portão de embarque do meu voo.

Conforme sigo em direção ao portão de embarque analiso as pessoas ao meu redor na esperança de ver Harry em algum lugar. Mas, ele não está aqui.

Nos aproximamos do portão de embarque e Rosie fala sobre as diversas coisas que deveríamos ter feito. O meu coração erra uma batida ao ouvir alguém me chamar.

— Melissa — um sotaque inglês forte me olhar virar.

Ao me virar sinto o meu coração se despedaçar em mil pedaços ao notar que não era por mim que estava chamando. Um casal se abraçava apertado a alguns passos de mim e ela tem o mesmo nome que o meu.

— O seu voo foi anunciado pela terceira vez, senhorita Welling — Rosie avisa atraindo a minha atenção.

— Hum... Eu estou indo, Rosie. Obrigada por tudo o que você fez por mim nas minhas últimas semanas na Inglaterra.

Rosie me dá um abraço apertado e me deseja uma boa viagem de volta para casa. Aceno para ela algumas vezes conforme caminho pelo corredor e respiro fundo diversas vezes.

Harry não veio até mim e eu não fui até ele. A nossa despedida foi no meu quarto do hotel Rosewood London. Não sei se irei vê-lo de novo no futuro, mas eu sei que os meus sentimentos por ele não vão mudar.

Me despeço da Inglaterra e de Harry conforme caminho até o avião que vai me levar para casa.

...

Seattle me recebe com alguns raios de sol e eu me sinto feliz por ser recebida dessa forma pela cidade que chamo de lar. No momento que o avião pousa em Seattle recolho as minhas coisas no banco e saio do avião para pegar as minhas malas e ir para a minha casa.

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