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O meu último dia em Londres amanhece chuvoso — igual todos os outros dias. Mas, eu sinto que tem algo diferente nesse dia e deve ser o fato de eu estar indo embora sem ter vontade. Essa chuva marca a minha tristeza por estar saindo de Londres e por estar deixando Harry aqui.

Nunca imaginei que fosse me sentir dessa forma em tão pouco tempo, mas eu entendi que não controlamos a rapidez com que iremos nos apaixonar por alguém. As risadas nos dias chuvosos de Londres e as brincadeiras bobas me fizeram ficar apaixonada por ele.

E eu tenho que lhe dar adeus.

Encaro a janela do meu quarto durante alguns minutos e o meu coração fica apertado ao notar que essa é a última vez que vou ter a chance de ver essa vista. Eu não sei como vai ser na nova cidade e se eu vou me acostumar.

— Vamos lá, Melissa. É a hora de ir embora — suspiro ao terminar de falar e sinto as lágrimas inundarem os meus olhos.

A minha maior vontade é ficar aqui em Londres e viver a minha vida nesse lugar incrível, mas eu não vou conseguir lidar com as consequências dessa escolha. Meu pai é capaz de colocar toda a embaixada inglesa atrás de mim e me forçar a retornar para os Estados Unidos e para a minha vida em Seattle.

Eu amo esse lugar e as coisas incríveis que vivi aqui durante duas semanas. Mas, eu amo a minha vida em Seattle com a minha família e a vida que conheço.

Sacudo a cabeça para me livrar desses pensamentos e me concentro nas minhas coisas que estão em cima da cama. Me afasto da janela seguindo em direção a cama e aguardando tudo dentro de uma mala pequena. As minhas coisas estão arrumadas há alguns dias, mas eu não tive coragem de despachar tudo.

Me assusto ao ouvir o telefone do meu quarto tocando.

— Oi?

— Oi, senhorita Melissa. Posso mandar alguém para lhe ajudar com as suas malas? — pergunta Bridget.

— Sim. Obrigada, Bridget.

Ela encerra a ligação e eu me sento na cama aguardando a pessoa vir até o meu quarto para me ajudar. Não demora para que alguém dê duas batidas na porta.

O mesmo rapaz de trouxe as minhas malas no primeiro dia sorri no momento que abro a porta.

— Até mesmo parece que foi ontem que trouxe todas as suas malas para o quarto e a senhorita está indo embora — reflete ele.

— Os dias passaram voando.

— Com certeza, senhorita. Se me der licença vou pegar as suas malas porque o seu carro está aguardando.

Me afasto da porta para que ele entre no quarto e recolha as minhas malas. Pego o meu casaco em cima de uma poltrona e a bolsa com itens essenciais para uma viagem e saio do quarto sem olhar para trás.

Ao entramos no térreo do hotel encontramos todos aguardando por mim. Dou um abraço apertado em cada uma das pessoas que me ajudaram nessas duas semanas e que fizeram desse lugar como um lar para mim. Sigo em direção a saída do hotel ao me despedir de todos e para a minha surpresa vejo Bridget ao lado do carro com um presente em mãos.

A última mala é colocada no porta-malas do carro e é a minha hora de ir embora. Dou uma última olhada no hotel que foi o meu lar por duas semanas e me viro para ver Bridget que continua parada ao lado do carro com o seu presente nas mãos. Ela tenta ao máximo conter as suas lágrimas, mas eu sei que não está sendo fácil como não é para mim.

É incrível a forma como criamos conexão com uma pessoa em tão pouco tempo de convivência. Essas duas semanas aqui ficaram marcadas para sempre na minha memória.

Melissa Ann: Não posso te deixar ir - LIVRO 2 [NOVA VERSÃO]Onde histórias criam vida. Descubra agora