Cap. 97

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- domingo, 08:04 -

Visto um moletom que cobre ao menos a metade da minha coxa e pego meu celular guardando no bolso do short. Saio do quarto com Camila descendo as escadas, aviso a minha mãe que vou levar ela na barreira e saimos de casa.

- Que cara de cu é essa?

- Aí amiga, só nesse final de semana eu fiz coisas que eu jurei pela minha vida que não iria fazer nunca mais. - ela fala emburrada.

- Por exemplo?

- Fiquei com o Gustavo! - grita chamando a atenção de todos e quando percebe esconde o rosto com as mãos. - Deus, que vergonha! E ainda bebi, porque era só o que faltava.

- Não fica assim, são coisas que você faria de novo com toda certeza e vai continuar. Acho bom conversar com ele amanhã, não estou a fim de ver o meu melhor amigo chorar por ter sido iludido por você.

- Ainda tem isso. - fala respirando fundo - Eu vou ter mesmo que falar com ele? - assinto rindo da cara que a mesma faz - Mais uma vergonha, eu não tenho nem assunto.

- Nesse final de semana você tinha não é? Para de coisa Camila, vocês se gostam tem assunto até demais. - falo abraçando ela assim que a gente para de andar.

Agora só falta o motorista dela chegar para pegá-la, eu queria dormir o dia inteiro mas pelo visto vou ter que fazer aquele trabalho de literatura.

Vou fazer o mais rápido possível e mandar para Gio organizar tudo, eu só preciso achar uma parte legal e do livro para encenar.

- Até amanhã! - ela fala antes de entrar no carro e me abraçar, aceno para ela que abre a janela e faz o mesmo para mim.

Sigo meu caminho indo de volta para a minha casa, vou entrando nos becos para chegar mais rápido e acabo me batendo com a vizinha da frente.

- Oi querida, como vai? - ela fala alisando meu ombro e eu sorrio sem graça.

- Tudo bem, Joana, e com você? - pergunto por educação, pouco me importa, ela nunca nem relou o olho em mim mas agora quer saber de estou bem.

Maluca

- Estou seguindo, sabe como é não é? - não sei não linda - Cansada de estudar e ainda tem minha mãe enchendo meu saco, só fala do meu pai eu não aguento mais.

- E as rosas vermelhas dela?

- Claro, ou ela está cuidando das rosas ou está choramingando pelos cantos falando do meu pai. Te vi ontem no baile!

- Estava no morro do Jacarezinho? Conhece alguém de lá? - pergunto curiosa.

- O sub de lá, a gente está se gostando e ele me chamou para ir.

- Que bom, bom eu preciso ir para casa fazer minhas coisas. - falo saindo antes que esse papo chato continue, necessito de paz.

Saio sem ao menos dizer tchau subindo o morro, depois de passar por mais dois becos chego em minha rua. Entro em casa sendo recebida por Aysha que insiste em latir.

Deito no sofá querendo desistir da vida mas Aysha me empata subindo encima de mim e me lambendo.

Tiro ela de cima de mim colocando ela no chão mas a mesma teima subindo de novo, levanto antes que eu grite com ela.

Subo as escadas correndo e fecho a porta com cuidado para não ferir ela que veio até aqui atrás de mim.

*Luana narrando*

Anoto no caderno a definição de membrana plasmática desenhando uma ao lado do que escrevi. Volto a ler o assunto no livro para destacar as partes mais importantes.

A filha do dono do morroOnde histórias criam vida. Descubra agora