Cap. 100

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*Letícia narrando*

- sexta-feira, 05:48 -

Olho Thiago na maca do postinho desacordado, faz algum tempo que ele retornou da cirurgia e até agora não acordou. O médico disse que o mesmo acordaria em pouco tempo.

— Oi Luana. - digo assim que atendo a ligação de vídeo — Como estão as coisas aí em casa?

— Isso não importa, eu quero ver o papai. - diz com os olhos e nariz vermelhos, capaz de ter chorado a noite toda.

— Filha, escuta a mamãe. Eu prometo que você vai ver seu pai ainda hoje, vai para o colégio e quando voltar eu mesma te trago aqui, tudo bem?

— A senhora acha que estou preocupada com a merda do colégio, que se lasquem, quero ficar com o papai. O Leo quer falar com a senhora, beijos, vou me arrumar. - ela sai e Leo aparece na frente da câmera — E aí, o pai saiu da cirurgia?

— Saiu sim filho, como estão as buscas? Sabem onde está a minha filha? Você precisa achar ela, não sei nem como ela deve estar, pensando no bebê. Que Deus proteja os dois!

— Vamos encontrar, se cuida aí coroa.

Desligo a ligação notando que Thiago acabou de acordar, deixo o celular de lado indo até ele. Beijo sua testa vendo ele sorrir, e como eu amo ver ele sorrindo.

Eu ainda não contei da Laura e nem pretendo, quero que ele esteja fora de perigo totalmente, seria horrível não ter encontrado ela e ele piorar o quadro dele.

Uma enfermeira entra no quarto e se aproxima dele, tomando nota dos batimentos cardíacos, se algo mudou da noite passada para hoje.

*Laura narrando*

Acordo assustada com alguém abrindo a porta exageradamente, Paulo coloca um prato com pão e café na minha frente e sai, mas para assim que o chamo.

— Pretende fazer o que comigo? Olha, eu não sou importante está bem? Vocês não vão querer ver meu pai furioso, ele é bem bravo sabe, mata qualquer um.

— Jura? Achei que o seu pai estava no hospital até agora, que bom que ele saiu não é? - ironiza — Só come, para não desperdiçar.

— Espera, por favor. Você sabe alguma notícia dele, o que aconteceu ontem?

— Cala a porra da boca! - grita me fazendo encolher no colchão, ele sai e tranca a porta.

Respiro fundo pensando em como me acalmar, queria que o Bernado estivesse aqui comigo, ele me acalma sem nem precisar falar nada. Nem consigo imaginar como ele está agora, deve estar se culpando por te me chamado para ir na casa dele ontem.

Ataco a comida em minha frente, já estava morrendo de fome, agora que eu como por dois então. Se eu já era morta de fome, agora nem se fale.

Olho através da janela um carro chegando, me aproximo mais vendo que chegou um homem. Olho com mais precisão, acho que conheço esse cara de algum lugar. Fujhoson! É o Henrique, filho de uma mãe.

Era só o que faltava ele estar envolvido nisso, já não basta eu quase ter morrido com meu filho por causa desse satanás, agora isso. Eu pedi para Bernado não ir atrás dele mas depois disso não dá mais, eu mesma quero que ele morra de uma vez por todas.

A porta abre e ele aparece com um sorriso diabólico no rosto, ele manda fechar a porta e senta na cadeira me observando.

— Sua barriga já está maior desde que nos vimos. - diz olhando para minha barriga, ele levanta e caminha até mim, me abraçando — Já estava com saudades, amor.

A filha do dono do morroOnde histórias criam vida. Descubra agora