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Sofia,

O Burburinho no cemitério era a imprensa furando o bloqueio feito pela segurança atrás do Mark que acabava de chegar. Todos tentavam se aproximar. E o murmúrio tomou conta do local.

— Silêncio, por favor. — Alguém pediu.

— Respeitem a família! — Outra voz se alterou.

Mas quando o Bento e eu ouvimos de nossos lugares o motivo de tanto reboliço, nem mesmo nós conseguimos nos conter.

— É Mark D'Angelis! — Uma senhora cochichou.

— Sim! É ele! O filho bastardo de Álvaro!— Eu nem me preocuparia com a enredeira que fazia esse comentário pejorativo, porque no momento o que importava era que estava vivo. Vivo e Bem! — Mas o que houve com ele? — Eu me levantei de um salto, nem me importando com meus pés redondos, e tentei caminhar em meio à multidão, mas percebi que ele estava cercado por policiais e homens com coletes de segurança, que o levaram direto para próximo ao ataúde. Então o Bento me conteve.

— Calma! Teremos muito tempo.

— Estão dizendo isso desde ontem! — E era verdade! Depois que hospitalizaram o Mark, fiquei sem notícias. A polícia simplesmente havia interditado o andar inteiro. Mas não davam satisfação a ninguém.

Seu rosto estava muito machucado. Seu olho roxo. A boca. Eu quis muito correr para ele. E quis sarar suas feridas. Mas os policiais não deixavam que ninguém se aproximasse. Fiquei com o coração partido em pensar que algo pior poderia ter acontecido.

De certa forma, só de vê-lo caminhando era um alívio. Mas eu queria muito estar com ele. Estar em seus braços.

Era comovente ver a família diante das últimas homenagens ao primogênito dos D'Angelis.

A Catarina havia voltado para os braços do Álvaro, enquanto o Mark fazia suas orações, agora quem o abraçava era a Angel, o que para mim, seria o gesto mais lindo a ser visto naquele dia.

Desde que chegou ao cemitério, o Mark permaneceu próximo à família ignorando totalmente minha presença até que todos os demais se retiraram, e a polícia conseguisse afastar o último repórter.

— Acredito que todos possam ir para casa em segurança, mas, de qualquer forma, deixaremos um carro de plantão à porta da mansão e outro à sua porta senhor D'Angelis.

— Mark? — Tentei falar com ele, mas foi inútil, eles já o tinham levado.

— Deixa Sofia. É um bálsamos para nós ver que ele está bem e protegido. — O Bento me abraçou.

— É verdade. Mas precisamos saber o que se passa? O porquê de todo esse esquema de segurança. E principalmente, para onde o levaram agora?

— Sim, eu sei. Mas a polícia agora irá redobrar os cuidados com ele. Sem falar que não sabemos qual foi à versão do Bernardo. — O Bento estava se mostrando um verdadeiro parceiro e amigo para mim. E naquela hora me veio um pensamento. Eu não havia falado com ele ainda sobre meu filho.

— Você será padrinho de meu filho Bento. — Ele se virou para mim com o olhar cheio de lágrimas. — Sei que não é o lugar e muito menos à hora.

— Mas eu aceito. — Me abraçou. — Eu fico feliz que esse filho seja do Mark, não aguentaria viver a vida inteira com ele amaldiçoando essa criança e o pai dela, toda vez que ouvisse falar seu nome. — Nós gargalhamos.

— Você me conhecendo e conhecendo nossa história, acha mesmo que eu teria coragem de ir para cama com outro homem que não fosse o Mark, compadre?

Todos os caminhos me levam até você!Onde histórias criam vida. Descubra agora