Domingo.
Carência.
Depois daquele dia com as meninas e Frank nenhum dia sozinho foi mais o mesmo. E se eu me sentia sozinho antes, agora eu me sentia carente. Bert e Quinn prometeram que me visitariam todos os sábados e eu já estava começando a gostar de Quinn cada dia mais por como Bert falava dele. Mas ver pessoalmente como Quinn era uma pessoa maravilhosa não só para Bert me deixava muito feliz, era bom poder manter eles por perto.
Frank mandou uma mensagem de manhã avisando que passaria por aqui mais tarde então não me preocupei em colocar nada além de uma calça de moletom depois de sair do banho e depois me jogar no sofá. Só senti necessidade de levantar quando minha barriga reclamou e fui preparar um café e procurar a caixa com diversos tipos de donuts recheados que Quinn levou pra mim no dia anterior. Mordi o donut com recheio de chocolate e no exato momento em que eu fui tomar meu café a campainha tocou e me assustou fazendo que além de eu me sujar com o café soltasse um grito esganiçado vergonhoso.
Eu não sei se devia agradecer ou não por estar sem camisa já que não sujei nenhuma roupa mas o café ainda estava quente o suficiente para incomodar na pele. Andava até a porta enquanto limpava o café no meu peito e barriga não me importando muito com a situação até abrir a porta e ver que era aquela vizinha.
"Oi" Ela disse com um sorriso gigantesco no rosto enquanto mal tentava disfarçar que analisava meu corpo "Tinha uma encomenda pra você lá embaixo e como eu fiquei sabendo do seu divórcio e sei que não é mais de sair muito de casa eu trouxe pra você"
"Obrigada, Lindsey" Tentei ser o mais simpático possível mas na verdade a presença dela me deixava mais do que desconfortável. Desde que me mudei ela tentava de tudo pra se aproximar de mim de uma forma estranha mas ai quando me casei com Bert ela simplesmente desapareceu comprovando minha teoria sobre ter segundas intenções.
"São tintas?" Mas é claro que ela tentaria puxar assunto e eu apenas sorri acenando "Você voltou a pintar? Isso é legal" Ela se encostou na parede cruzando as pernas tentando parecer casual "Podia me mostrar alguma coisa mais tarde"
"Não acho que seja uma boa ideia" Não queria ser grosso com ela mas ela sabia como ser bem insistente.
"Outro dia então" Suspirei fechado os olhos, eu realmente não queria ser grosso com ela. Ouvi passos se aproximando e então uma voz conhecida.
"Eu acho que ele não é muito fã de expor sua belíssima arte" Frank? Frank "Confia em mim. Esse cara é difícil"
"Você é?" Ela perguntou com total desdém.
"Frank Iero e você?"
"E o que está fazendo aqui, Frank Iero?" Okay. Agora ela já estava se metendo demais, não?
"Ele veio pegar a camisa dele, certo Frankie?" Deixei ela entender aquilo como quisesse e aparentemente ela entendeu errado como eu planejava.
"Eu vou indo então. Não quero atrapalhar" Saiu pelo corredor como se fosse matar qualquer um que entrasse na sua frente.
"Você está sempre sujo de comida ou?" Rimos um pouco alto demais e ela andou ainda mais rápido batendo com força a porta ao entrar.
"Vem, entra" Joguei o pano que usava para secar o café na pia e voltei a comer enquanto Frank ia até onde sua camisa estava "Desculpa por ela"
"Ela parece gostar de você" Ele sorria enquanto andava até a mesa onde eu estava sentado e se sentou do meu lado "Posso?"
Comemos os donuts enquanto ele me contava as novidades sobre o consultório e a sala que ele falou no dia da nossa consulta estar disponível pra mim e confirmou que ele teria que estar juntos quando eu fosse 'atender'. Falamos também de como Cherry e Lily eram boas com tintas e pincéis e ele acabou falando como elas não paravam de falar sobre mim e como queriam voltar no dia seguinte para pintar mais.
Na segunda mordida que dei no donut de café o recheio sujou um pouco meu rosto e senti o polegar de Frank limpar minha bochecha enquanto olhava para perto da minha boca. Me virei um pouco mais em sua direção e ele olhou diretamente nos meus olhos. Eu podia jurar que ele queria aquilo tanto quanto eu então apenas colei nossos lábios e deixei que o donut que eu segurava caísse para que eu pudesse segurar em seu ombro. Senti seus lábios se movimentando junto aos meus e tomei coragem para pedir passagem com a língua. Eu conseguia sentir o sabor do recheio de morango se misturando com o de café na minha boa enquanto nossas línguas se chocavam. Senti sua mão pressionar minha cintura e arrastei minha cadeira para mais perto da sua subindo meus toquei para segurar seu pescoço arranhando de leve sua nuca. Sorri contra seus lábios quando ouvi Frank arfar baixinho e separei nossas bocas para beijar seu pescoço.
"Gee, eu-" Suas palavras foram substituídas por um gemido um tanto surpreso assim que eu passei a chupar sua tatuagem de escorpião e ele apertou mais ainda sua mão na minha cintura "Gerard, eu não posso" E eu parei.
"O que?" Me afastei um pouco para olhar em seus olhos e aquela maldita calma estava ali "Eu achei que você também queria"
"Eu quero mas eu não posso" Eu podia sentir o quão sincero ele era ao dizer aquilo e isso me deixava ainda mais... Decepcionado? "Gee, enquanto eu ainda for seu psicólogo a gente não pode e se o pessoal no consultório ficar sabendo você vai perder sua chance de trabalhar com o que ama e eu meu emprego"
"Se eu mudar de psicólogo então nós-"
"Gerard, seu prognóstico está sendo incrível e se você mudar de psicólogo agora isso pode mudar" Sua mão começou um leve carinho minha cintura nua então me permiti deitar a cabeça no seu peito "Você é incrível e em pouco tempo vai se sentir melhor e eu posso te liberar"
"Tem certeza?" Ele acenou e eu deixei um beijo em seus peito "Tudo bem, eu espero"
"Acho melhor eu ir embora" Contradizendo sua fala ele abraçou minha cintura com os dois braços e me prendeu ainda mais contra seu corpo.
"Não pode ficar mais um pouco?" Ouvi sua risada antes dele deixar um beijo entre os fios do meu cabelo e depois me afastar pelos ombros e deixar outro na minha bochecha onde antes estava sujo com o recheio "Você deveria usar menos roupas brancas"
"O que? Por que?" Apontei para seu ombro onde tinha a marca dos meus dedos carimbados com o recheio de café "Em minha defesa não costumo me sujar tanto assim"
"Vou pegar outra camiseta pra você"
Me levantei e quando cheguei no quarto pensei que seria mais inteligente procurar por uma camiseta com meu cheiro ao invés de do tamanho de Frank. Pude ver que ele olhava a caixa da encomenda em cima do sofá quando voltei pra sala e o observei um pouco de longe parando no final do corredor. Ele estava sentado no braço do sofá exatamente como na quinta-feira e sem a camiseta suja, as tatuagens nas suas costas eram tentadoras e eu queria poder tocar cada uma delas. Joguei a camiseta nele ainda parado no final do corredor e ele virou na minha direção sorrindo.
Ele ainda colocava a peça quando se levantou indo em direção a porta e o segui parando ao lado da porta esperando ele se ajeitar para puxar sua cintura e poder provar dos nossos lábios juntos um pouco mais e ele não pareceu se incomodar já que correspondia. Abri a porta atrás de mim sem me afastar do seu corpo, apenas fazendo quando o ouvi murmurar algo sobre ter filhas pra cuidar. Ele sorria quando cruzou a porta indo em direção ao elevador.
"Essa é a última camiseta que te empresto"
"Prometo trazer todas elas da próxima vez" Ele ria e porra como eu amava aquele sorriso.
Assim que ele entrou pelo elevador entrei e bati a porta com o pé sorrindo como um bobo apaixonado que eu sou. Me joguei no sofá e percebi que sua camisa social, o motivo principal da sua visita, estava na minha bancada assim como a camiseta suja de recheio de donut e decidi mandar uma mensagem.
De: Gerard
Para: Frankie
"Você deixou aqui pra eu lavar?
A social vou considerar um presente"
Minutos depois pude ouvir o barulho de uma nova mensagem e voei sobre o celular pra ler.
De: Frankie
Para: Gerard
"Parece que vou ter que passar aí de novo
Terça-Feira. 11:00
Mudei de ideia. 9:30"
Deus Frank. Você ainda vai me matar.
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What's Your Poison?
FanfictionGerard e Bert decidem ir à uma terapia de casal depois de uma traição por parte de Bert. O que nenhum dos dois esperava era que Gerard fosse se sentir tão atraído pelo terapeuta.