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Roger Taylor foi forçado a aprender da pior maneira que manter suas mãos afastadas de Olivia Walker quando ambos dividem um táxi é uma tarefa extremamente árdua.

E, com certeza, era ainda mais difícil quando ela soltava olhares provocantes e gestos sedutores em cada oportunidade que tinha, com plena ciência do efeito que isso teria em Roger — será que ela precisava mesmo morder o lábio daquela maneira? Eram quase cinco da manhã quando saíram da festa de ano novo na casa de Freddie. Olivia, na verdade, tinha decidido sair um pouco mais cedo, por volta das quatro, mas, quando foi se despedir, encontrou uma súplica dolorosa vinda de Roger.

— Tem certeza que já vai? — Ele disse, com uma voz aguda e desesperada. Olivia, achando o desespero dele um tanto cômico, ergueu uma sobrancelha.

— Você vai chorar por eu estar indo para casa? — Perguntou, e não conseguiu reprimir uma risada que trouxe um revirar de olhos vindos do homem. — Não tinha noção do quão mimado você é até agora...

Roger decidiu entrar na brincadeira.

— Mimado não é exatamente a palavra que eu usaria aqui. Você com certeza já deve ter percebido minhas segundas intenções — Respondeu, um olhar sugestivo em sua face. Olivia corou.

— Já aproveitei o suficiente dessa noite, Roger Taylor.

Aproximou-se e deu um abraço longo em Roger. Ambos cheiravam a álcool e suor e essa combinação nunca tinha sido tão convidativa. Quando o soltou, Olivia pensou no quanto, ainda que só no fundo, não gostaria que aquela noite acabasse, mas não daria a Roger a satisfação de saber disso. Apesar de repugnar a ideia de que os homens sempre deveriam ser os primeiros a tomar iniciativas, queria, meramente por satisfação pessoal, que o convite saísse da boca dele.

Começou a se afastar a passos lentos, dando a Roger tempo o suficiente para elaborar um plano, quando foi interrompida por um grito de seu nome.

— Espere! — Ele disse. Ela sorriu.

— Sim? — Virou-se, erguendo uma sobrancelha de forma desafiadora.

— Eu já estou quase acabando de arrumar o meu equipamento. Se você quiser esperar um pouco, nós poderíamos dividir um táxi.

— Sério?

— Q-Quer dizer... está tarde, as ruas estão cheias de pessoas bêbadas, minha casa é mais perto que a sua... — Falou a última frase na maior velocidade que conseguia.

— Desculpe, não ouvi a última parte — Mentiu. Tinha ouvido muito bem.

— Eu disse que minha casa é mais perto que a sua.

— Ah... você está me convidando para dormir com você?

— Sim — Disse, mas repensou quando viu um sorriso malicioso formando nos lábios de Olivia. — NÃO! Quer dizer, sim. Mas na minha casa, não comigo.

Olivia riu e sentou-se numa cadeira perto do baterista.

— Eu esperarei. Mas antes de você ir, diga-me: como é que você é tão ruim nisso? Sua reputação me fez pensar que flertar seria muito mais fácil para você.

— Eu sei flertar muito bem, Olivia. Mas você já deve ter percebido que, para mim, isso não é só um flerte.

Roger deu uma piscadela e retirou-se, deixando Olivia levemente boquiaberta, o que raramente acontecia. Será que ele realmente era capaz de mudar e buscar algo sério? Suas ações mais recentes certamente indicavam que sim, o que era o suficiente para que Olivia considerasse dar a ele a chance com a qual ele tanto sonhava. Estava curiosa para ver o que sairia disso.

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