Wings of Love (Concluída)

Niflheim

"Quando ela nasceu, não existia nada que se comparasse a tamanha felicidade que se alastrou em nosso palácio. O nascimento de uma nobre era sempre uma data especial, o de uma nobre elfa ljósalfar, maior ainda.

Eu lembro o quanto minha mãe sofrera no parto, gritava de forma que assustava a todos, mas quando os primeiros choros da recém nascida ecoaram no quarto, a emoção nos olhos de Kushina era indescritíveis. Minha tia Mito, que fez o parto, a entregou para a mãe sob o olhar de Karin e o meu. Eu tinha apenas cinco anos de idade.

Após ela ser amamentada e em seguida apresentada a nosso pai, eu pedi que também pudesse segurá-la. Mesmo eu sendo pequeno meus pais me confiaram segurar minha irmã, pois sabiam tanto quanto eu que eu não a deixaria cair por nada nesse mundo.

Naquele momento seu pai, lorde Frey apareceu, e todos ficamos em silêncio quando o vimos tocar com os dedos no ombro de Sakura por alguns segundos.

- Quando as asas dela surgirem, não estranhem por ser diferente. Eu a presenteei com a bênção de asas maiores que as suas, mais fortes, mais brilhantes... São essas asas que a farão encontrar o seu cônjuge futuramente. - foram estas as palavras que ele proferiu antes de sair.

Todos ficamos felizes por ela receber aquela graça de Frey. E eu nunca imaginaria que você seria o cônjuge dela, Sasuke... Mas enfim, vou pular os momentos bons.

Eu lembro perfeitamente como naquele dia os olhos de Karin eram cobiçosos quando olhavam minha irmã em meus braços. Ela pediu para segura-la e por instinto, eu recusei. Todos estavam distraídos demais para perceber o quanto o olhar dela enuveceu com minha recusa, apenas riram pensando que eu era um irmão ciumento.

Eu sempre senti algo estranho em Karin. Lembro-me que ela se aproximou aos poucos de todos da nossa família, dizendo que era uma de nossas parentes distantes. O povo caíra facilmente nessa conversa, visto que ela tinha os típicos cabelos vermelhos que boa parte das elfas Uzumakis tinham. Minha mãe e minha tia Mito Uzumaki se apegaram fácil ao carisma de Karin, que passou a residir em nosso palácio durante a gravidez de Kushina.

E então, no dia que a princesa veio ao mundo, o inacreditável aconteceu... Pela noite, quando já todos estavam dormindo e a cidade era silenciosa, ouvi gritos aterrorizantes que me fizeram acordar em um sobressalto. Fui correndo em direção ao quarto de meus pais, abri a porta rapidamente e me deparei com minha mãe se acabando de chorar, totalmente desesperada, enquanto olhava para o berço vazio ao lado da cama de casal.

Meu pai passou por mim às pressas, convocando os guardas e logo começara um alvoroço pelo palácio.

Eu também ficara em pânico. Já sabendo o que estava acontecendo, corri esbarrando em todos, sentindo uma dor dilacerante no peito e os olhos se enchendo de lágrimas. Mas eu não a encontrava em lugar algum e a ficha só caiu quando todos do palácio se reuniram, com excessão de um certo alguém que também desaperecera... Karin.

E naquele momento foi como se tivéssemos sido acordados de um feitiço. Juntamos os pontos, ouvimos todas as especulações, e descobrimos quem ela era. Claro! Ela não tinha orelhas élficas, como fomos cair no papo de que era membra da nossa família? Isso só poderia ser possível por meio de um forte feitiço vindo de alguém tão perigosa quanto ela.

Existe pelo mundo a lenda de uma bruxa que se instala em famílias nobres, se passando por boa moça ou até mesmo por parente, com um único intuito: Se aproximar da gestante daquela família e roubar a criança quando nascer.

Ela faz isso para que quando a criança chegar aos exatos cinco anos de idade, a bruxa possa sugar toda a sua alma, sua vida, sua beleza e bênçãos que a criança receber dos deuses. E assim a bruxa se permanecerá jovem e cada vez mais poderosa por séculos. Não desconfiamos que algo assim poderia acontecer no mundo dos elfos, até porque pensávamos que se tratava de uma mera história inventada ou distorcida... Algo desse porte acontece uma vez a cada três séculos, ou seja, leva o tempo o bastante para aquela maldita ser vista como apenas uma lenda e não um perigo real.