t r e z e .

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Mellanie

— Se precisar de ajuda com isso — Vincent fala apontando, eu levanto as sobrancelhas

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— Se precisar de ajuda com isso — Vincent fala apontando, eu levanto as sobrancelhas.

— Eu não sou feita de gelatina, Vincent, definitivamente consigo carregar uma térmica vazia até a cozinha da minha casa — digo o fazendo sorrir. — Enfim, obrigada por nos levar lá, o dia foi ótimo e a Theo adorou, assim como o Bee — olho para o meu cachorro adormecido na poltrona, está cansado de tanto que brincou.

— E você? Gostou? — Pergunta me olhando fixando, fico até sem jeito e desvio os olhos.

— Sim, o dia foi muito agradável. Agora eu preciso entrar, ainda tenho que dar um banho decente nele pra tirar esse cheiro — falo apontando para o Bee.

— Certo, até mais então — Vincent fala e eu entro em casa com o Beethoven atrás. Me surpreendo ao ver a Emma descendo as escadas com o Andrew atrás, ambos de cabelos molhados, o que indica que acabaram de tomar banho.

— Mellanie, que bom que chegaram. Eu já estava ficando preocupada — ela sorri. — Como foi lá?

— Tudo bem, eu adorei o dia, foi ótimo. Pode colocar isso na cozinha, Andy? — Entrego a térmica. — Vou dar um banho nele antes que fique mais tarde — aviso e ele concorda.

— Vai lá — beija minha testa, Emma sorri.

Subo e dou um banho rápido no Bee, depois o seco com a ajuda de um secador, então arrumo sua cama no meu quarto e o deixo dormindo depois dele comer. Tomo o meu banho e me jogo na cama em seguida. Fico rolando por ela até a fome bater e eu descer pra comer algo, Andy está no sofá.

— Ei, me conta melhor como foram as coisas — pede sentando na ilha e me olhando de lá, estou na porta da geladeira procurando por algo.

— Foi tudo bem. Os gêmeos adoraram, a Theo também. O Beethoven brincou muito, acho que nunca o tinha visto tão feliz daquele jeito — sorrio e o olho sentando na sua frente com um kiwi na mão. — Eu também gostei.

Ele sorri e acaricia minha mão.

— Que bom que se divertiu, docinho — comenta, balanço a cabeça. — O que foi isso? — Aponto para meu braço, onde me machuquei.

— Ah, eu escorreguei, mas não foi nada — dou de ombros, Andrew levanta e vem até mim, segura meu braço e balança a cabeça.

— Vou fazer um curativo, isso pode infeccionar — avisa, reviro os olhos com sua preocupação.

°

Puxo o cobertor pra cima e encaro o teto escuro do quarto, minha cabeça trabalha a mil pensando nas coisas que o Vincent me falou hoje e nas coisas que aconteceram.

Como o quase beijo.

Ele tocando você.

Se aproximando.

Pegando seu espaço.

Você sentiu a respiração dele!

Fecho os olhos e bufo.

Aquilo não devia ter acontecido, não mesmo. Eu deixei ele se aproximar, quase deixei que aquilo avançasse. E estou deixando ele ter esperanças.

O que diabos ele viu em mim? Por que está insistindo tanto?

Você sabe o porquê, você é um desafio que ele precisa concluir.

Não, Vincent não é assim.

Todos os homens são, idiota! Ele fala que te quer assim, mas você sabe como vai acabar, você sabe que ele só quer uma coisa.

Nem todos, ele pode ser uma exceção, assim como o Andrew é!

Não existem exceções, homens são todos iguais. Andrew também é assim! Não viu com a Emma?

Andrew é meu pai e é um bom homem.

Ser seu pai não impediu que seu verdadeiro pai fizesse tudo o que fez...

— Chega! — Abraço o travesseiro com força e sinto palpitação no coração e uma dor no peito. Meus braços começam a formigar e meu rosto adormecer, nem a boca eu consigo mover. Tenho vontade de sair correndo, mas não consigo mexer nem meus dedos. — Andy... — sussurro tão baixo que eu mal escuto. Uma dor forte no meu peito, tórax e pescoço me fazem tremer de medo. — Bee... — Sinto uma pressão no peito que parece que estou infartando, mas sei que não é. Tenho falta de ar, meu corpo começa a suar, e eu tenho tontura, ânsia de vômito e dor de cabeça.

Sei que estou tendo um ataque de pânico, mas não consigo reagir.

Eu preciso levantar, preciso chamar o Andy...

Tento mover o braço, mas não vai. Preciso pegar meu celular, preciso discar para o Andrew.

Você só precisa esticar seu braço, Mellanie, só isso!

Respiro fundo e me concentro ao máximo, quando me dou conta estou segurando o celular. Abro na agenda e disco para o primeiro número, o do Andrew.

Mell? Mellanie? — Ele pergunta do outro lado. — Por que está ligando? Aconteceu algo? Mell? — O celular cai da minha mão, mas não demora nada para a porta do meu quarto abrir e a luz acender, meu olhos doem com a claridade, mas fora isso eu não sinto mais nada. — Ei, docinho, fala comigo. Está tudo bem, certo? Tudo bem — escuto sua voz, mas não consigo vê-lo. — Engole isso aqui, vai ficar tudo bem. Vai sim. Toma a água... Isso... Com calma. — Aos poucos sinto pontos frio no rosto e vou despertando, minha visão volta ao normal e eu consigo ver o Andrew, sua expressão é aflita, eu estou no sofá da sala e ele tem um copo de água na mão e as pontas dos dedos da outra molhada passando por meu rosto.

— Andy? — Sussurro, ele sorri e concorda.

— Sou eu, está tudo bem. Tudo bem — acaricia meu rosto e eu balanço a cabeça.

— Eu não me sinto bem — falo baixinho. — Eu me sinto péssima.

— Eu sei, mas vai melhorar. Logo você vai melhorar — sussurra e volta a sorrir, sua mão acaricia meu rosto. Ele me coloca sentada no sofá e eu consigo me apoiar, Andy se ajoelha e me olha preocupado. — Está melhorando?

— Está...

— Certo, tudo bem — segura minhas mãos e deposita um beijo em cada, sorri e as acaricia.

— Eu não quero dormir nunca mais, eu odeio dormir — sussurro e ele concorda.

— Não vamos dormir mais, nunca mais — sorri e balança a cabeça.

— Não vamos dormir mais, nunca mais — sorri e balança a cabeça

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Kess.

19.06.2019

Mellanie - Intocável [2° história]. Onde histórias criam vida. Descubra agora