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Mellanie

Alguém bate na porta quando estou saindo da cozinha, vou até ela e a abro

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Alguém bate na porta quando estou saindo da cozinha, vou até ela e a abro. Vincent. Ele está apoiado no batente e abre um sorrisinho no canto da boca me olhando.

— Bom dia, como foi sua noite? — Pergunta baixo, eu me afasto da porta e a deixo aberta. — Não parece surpresa em me ver — fala mais alto, me sento no sofá.

— Eu não estou — digo e pego o esmalte continuando a passar nos dedos dos meus pés. Vejo o Vincent parar atrás do sofá e me encarar onde estou. — Veio atrás das coisas da sua mãe, certo? Estão no balcão da cozinha — aviso.

— Onde está o seu pai?

— Foi trabalhar.

— Você não devia ficar abrindo a porta da casa estando sozinha, pode ser perigoso — ele parece sério, eu o encaro e franzo as sobrancelhas.

— Agradeço a preocupação, mas dispenso. Sei me cuidar sozinha. — Volto minha atenção para as unhas. — Além disso não estarei sozinha o dia todo — sussurro, pela visão periférica eu o vejo dar a volta no sofá e sentar.

— A não? A Theo vai vir aqui?

— Ela e mais alguém — dou de ombros.

— É? Quem?

Levanto as sobrancelhas o encarando.

— Não é da sua conta. Quando sair não esqueça de bater a porta — peço e termino de pintar as unhas dos meus pés.

— Tudo bem, estou indo — avisa e levanta, pega as panelas da Emma e vai até a porta. — Se precisar de alguma coisa, me avisa. Ou pode chamar meus irmãos que vão estar em casa, o Andrew anotou meu telefone ontem, deve estar na agenda.

Balanço a cabeça confirmando, mas não o olho.

— Se cuida — fala por último e fecha a porta, e eu finalmente posso respirar normalmente.

Minutos depois o porteiro interfona avisando que a veterinária está com meu Beethoven lá na frente, eu vou o mais rápido que consigo. Agradeço ao moço e pego meu cachorro que estava internado há várias semanas, ele estava em tratamento já que infelizmente tem doença do carrapato. Andy e eu sempre vamos visitar ele, claro, não o deixamos sozinho nunca, e ele é muito bem cuidado na clínica que já é nossa parceira.

Beethoven vem correndo comigo até em casa, todo alegre e animado. Abro a porta e ele entra farejando tudo, pula sobre o sofá e se esfrega, depois pula no chão e corre pela casa.

— Estava com saudades de casa, é? — Pergunto com a voz bobona, Bee vem e pula em mim, eu rio e o abraço beijando seu rostinho. Seus pelos negros estão brilhando e ele ainda porta uma gravatinha no pescoço, está lindo. Beethoven é um cachorro sem raça definida, de porte grande, muito carinhoso e brincalhão. Andrew e eu o encontramos quase morto na frente do condomínio, três anos atrás, pouco depois da gente se mudar pra Londres, então o adotamos e desde então está com a gente.

Mellanie - Intocável [2° história]. Onde histórias criam vida. Descubra agora