Apenas colegas de mesa

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Dizem que não encontramos ninguém por acaso. Que cada pessoa é um teste, uma lição ou um presente. Eu não sei o que pensar disso, talvez seja verdade, mas eu não tive prova disso ainda.

Meu pulso foi severamente puxado para dentro de casa, brutalmente senti minhas costas dando de encontro com a prateleira no fundo da sala de estar. Gemi de dor ao sentir uma dor fina. Caí no chão com tamanha impulso, eu sabia o que iria acontecer.

Não consegui nem dar adeus direito ao Taehyung, que provavelmente ficou assustado com a cena de meu irmão me puxando para dentro de casa sem delicadeza, sem mas, nem menos. Ele parou em minha frente, colocou suas mãos na sua cintura pareceu analisar a situação. Ele apontou o dedo indicador para mim e eu em resposta, virei meu rosto para o lado, ele não pronunciou uma palavra. Eu não tinha coragem de olha-lo, de afronta-lo. Você deve estar se perguntando o porquê de eu nunca fazer algo. Não é medo, é apenas o motivo de eu não ter para onde ir, mesmo que eu arrumasse um emprego, não poderia me sustentar direito ainda, ou eu aceitava, ou morava na rua, se bem que a rua me parece melhor que aqui, mas não poderia fazer isso. Meus pensamentos se voltaram ao meu irmão, que finalmente e infelizmente, abriu sua boca.

- Quem era ele? - seu tom de voz era amedrontador, fazia minhas pernas tremerem de medo.

- Apenas um colega, eu juro. - Meu tom era baixo, meu medo era evidente.

- Eu não quero nunca mais você falando com ele, se eu descobrir que você falou um oi para ele, eu te mato! - Isso me arrepiou toda, meu corpo gelou, me sentia sem saída, não sei de onde tirei coragem para falar minha seguinte frase.

- Mas eu não quero. - Pior erro da minha vida, afronta meu irmão. O mais frustante disso é ver meu pai passando atrás na maior tranquilidade, como se essa cena não ocorresse.

- Não devia ter feito isso sua vadia. - Eu sei Jooyeon, eu sei.

Eu sábia que não sairia intacta dessa, ele puxou meus cabelos sem nenhuma dó, eu gritei, mesmo ele mandando eu calar a boca, me arrastou até meu quarto e fechou a porta.

Andando quase como uma morta na rua, sentia olhares de estranheza sobre mim, eu sabia a situação em que se encontrava meu rosto, machucado, eu me sentia vazia, solitária, sem motivação. Meu corpo, eu o sentia violado. Cedo novamente, para sair daquela tortura. Meus olhos estavam meio inchados devido aos meus choros silenciosos a noite. Me sentia com sono e cansada, mas não podia faltar sabia que perderia matéria e o pior, não tinha sequer um colega para me ajudar.

Parei em frente a escola e encarei o céu, ele parecia ruim hoje novamente, por que ontem ele estava mais amigável? Sem ter a resposta, entrei no colégio, fiquei parada olhando a chegada nos demais alunos ao passar dos minutos.

Senti um corpo parar na minha frente com rapidez, sua animação era evidente, seu sorriso então, o que dera nele? Kim Taehyung, meu colega de mesa sorridente, o mais sorridente que eu já vi na vida, será que é possível alguém se sentir tão feliz assim?

- Bom dia! - ao olhar em meu rosto, sua expressão mudou drasticamente. - O que houve? - seu olhar parecia complicado.

- Nada, apenas caí da escada. - menti obvio, ele concordou mesmo não parecendo acreditar, queria me afastar dele, bom, eu tinha que fazer isso.

- Eu te trouxe algo. - Ele retirou a mochila de suas costas. - Espere...- A colocou no chão e pareceu remexer. - Achei! - Logo se levantou e estendeu uma pulseira. Ela era prateada e na ponta havia um pingente dourado de uma metade de um coração. - Isso simboliza nossa amizade.

- Taehyung, não somos amigos. - Seu sorriso desapareceu e me encarou.

- Porque? somos amigos sim. - Pareceu estar chateado, entendo.

My Sweet BoyOnde histórias criam vida. Descubra agora