01

844 63 26
                                    

Eu nunca havia sido abordado daquela forma

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Eu nunca havia sido abordado daquela forma. Pelo menos não por uma desconhecida. Quer dizer, deveria ser. Se eu a conhecesse de algum lugar, eu a teria reconhecido não é? Com certeza sim. Um rosto como o dela não se esquece facilmente. Muito menos um beijo como o que ela acabara de me dar, sabe-se lá Deus por que.

- Será que você pode me ajudar?

- No que exatamente? – perguntei, enquanto tinha a desconhecida agarrada ao meu pescoço.

- Pode fingir ser o meu namorado?

- Como é? – me separei do abraço para encará-la. Precisava saber se eu tinha ouvido direito, se ela estava falando sério.

- Por favor, é só por alguns minutos. Prometo que te libero rápido. E nem precisa falar nada, basta ficar do meu lado. Deixa que eu tomo conta de tudo. – ela falava tão rápido que eu tinha certa dificuldade de acompanha-la. – Por favor. Eu não te pediria isso se não estivesse realmente desesperada.

Apenas acenei em concordância, embora estivesse achando aquela situação muito maluca. Mas ao mesmo tempo minha curiosidade em entender por que ela precisava recorrer a um estranho pra fingir ser o seu namorado me fez resolver ajuda-la. Ela me puxou pela mão, me levando até uma mesa onde um homem e uma mulher a esperavam.

- Marcela, Daniel, esse é o meu namorado... – ela disse, desviando os olhos deles para mim, em um pedido claro de socorro.

- Rodrigo. – respondo por ela, ouvindo seu suspiro de alívio enquanto apertava a mão dos outros dois desconhecidos.

- Muito prazer, Rodrigo. – a mulher, Marcela, disse. – Por favor, senta com a gente. – pediu e eu sentei ao lado da minha “namorada”. – A Agatha estava falando sobre você quando o vimos chegar. Confesso que fiquei curiosa pra saber como vocês se conheceram.

E finalmente eu descobria o nome dela.

- Então Rodrigo, o que você faz da vida? – o tal Daniel me perguntou.

- Bom, eu...

- Ele é médico. – Agatha me interrompeu. – Nos conhecemos por acaso em São Paulo. Rodrigo e eu tínhamos compromissos de trabalho. Ele iria palestrar em um Congresso de Medicina e eu tinha umas reuniões na cidade. Houve uma confusão com nossas reservas no hotel e reservaram o mesmo quarto pra nós. Enquanto resolviam o problema, Rodrigo me convidou para um almoço, tivemos a oportunidade de conversar e trocar telefones, e 3 meses depois, estamos aqui. – ela disse por fim, sorrindo radiante pra mim.

Eu, médico? Quis rir. E ela considerava isso uma grande história de amor? Tudo bem, ela estava inventando essa história naquele momento, não estava? Eu daria um desconto pra ela. Mas eu teria criado algo melhor, mais impactante até. Pelo menos o casal que nos encarava parecia acreditar na história dela, já que uma nos encarava maravilhada e o outro... com inveja?

O Homem Ideal Onde histórias criam vida. Descubra agora