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Meu ex-noivo está pedindo minha melhor amiga em casamento, para que eu e todo o restaurante veja

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Meu ex-noivo está pedindo minha melhor amiga em casamento, para que eu e todo o restaurante veja. E do meu lado, eu tenho alguém cuja relação em nem sei definir.

E meu coração dói ao constatar isso.

Dói ver o meu passado construir um novo futuro, enquanto eu estou em um presente onde eu sequer sei se haverá um futuro nele. Dói me dar conta de que essa cena bem à minha frente não está acontecendo comigo e Rodrigo. E talvez nunca aconteça. Nós temos aproveitado a companhia um do outro, mas é isso. Sequer somos namorados, não de verdade.

Mas afinal, o que esperar de algo que surgiu de uma mentira? Quando tudo foi forçado desde o começo? Rodrigo não estava em busca de um relacionamento. Eu o cerquei, eu o enrolei e o convenci a fazer parte desse absurdo comigo. Eu devia ter ouvido seus conselhos sobre contar a verdade. Teríamos dado um fim em tudo isso antes, não teríamos envolvido tantas pessoas em nossas mentiras, e eu teria evitado me apaixonar por ele e estar sofrendo como eu estava agora.

Mentir para não dizer que estava solteira, para não ferir o meu orgulho. Nunca me senti tão patética quanto eu me sentia agora.

- Podemos ir embora? – eu pergunto, secando uma lágrima que caiu teimosamente em meu rosto.

Rodrigo não me pergunta nada, não me pressiona. Ele apenas me tira dali. E ele permanece calado durante todo o caminho, provavelmente sem entender nada do meu comportamento. Mas não consigo conversar com ele sobre tudo isso, não hoje. Quando saio de seu carro, não o beijo e nem o convido para entrar, porque isso me quebraria ainda mais. E quando deito em minha cama, fecho os olhos desejando que tudo fosse um pesadelo.

(...)

Meu celular toca, mas eu ignoro.

Não quero sair dessa cama.

Quero continuar deitada, quero esquecer o mundo lá fora.

E se for possível, quero esquecer Rodrigo.

Os acontecimentos da noite passada persistem na minha mente, me lembrando que tudo foi real e me impedindo de esquecer.

O celular continua tocando. Tateio em busca dele na cama, olhando para o visor quando o encontro. O nome da minha mãe aparece na tela e eu gemo. Falar com ela era o que eu menos precisava agora. Então resolvo ignorar. Deixo para mais tarde. Talvez eu aproveitasse para lhe contar de uma vez sobre as mentiras que eu vinha dizendo. Eu já estava cansada de fingir tudo isso e me magoar no processo. E eu precisava falar com Rodrigo.

Mesmo com vontade de permanecer afundada em auto piedade na minha cama, me levanto e tomo um banho. Enquanto tomo café, mando uma mensagem para Rodrigo perguntando se poderia passar em seu apartamento. Era sábado, ele poderia ainda estar dormindo ou não estava a fim de me receber depois de ontem, e eu não queria atrapalhar. Mas poucos minutos depois ele responde, dizendo que estaria à minha espera. Então pego minha bolsa e saio de casa respirando fundo. Eu nem sabia o que conversar com ele e nem como conversar. Eu só sabia que nosso tipo de relação estava me incomodando, e que era melhor que eu saísse disso antes que eu me machucasse ainda mais.

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