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Ah, eu amava os finais de semana

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Ah, eu amava os finais de semana. Descansar depois de uma semana intensa de trabalho era sempre o que eu queria. Poder me jogar na cama, dormir e só acordar quando me desse vontade, tem coisa melhor? Estava tudo programado pra isso, eu só não contava perder o meu sono com as ligações da minha mãe.

O nome de Rodrigo agora parecia ser o único que ela sabia pronunciar. Os elogios para ele não tinham fim. Mas até então eu tinha lidado bem com isso ao longo da semana. O fato dela insistir em revê-lo logo era com o que eu não contava.

- Vocês precisam vir nos visitar, querida. Ou nós iremos até o Rio novamente. Quando Rodrigo estará livre? Sei que ele é bastante ocupado e essas coisas precisam ser organizadas com antecedência.

E foi assim o fim de semana inteiro. Como ter paz e dormir tranquilamente com sua mãe te pressionando, falando o tempo inteiro sobre um cara que você somente finge que é o seu namorado? Nenhuma brecha pra que eu abordasse uma “discussão com Rodrigo”, ou que eu pudesse “reclamar” sobre o quanto ele era ocupado e o fato de mal conseguirmos nos encontrar por conta de nossos compromissos.

Você deveria contar a verdade.

Minha consciência me cobrava isso todos os dias, mas eu não parecia ser corajosa o suficiente para isso. Mas agora não era momento. Mais uma semana se iniciava e com sono ou não, eu precisava trabalhar. Cheguei à construtora e antes mesmo que eu iniciasse qualquer atividade, meu chefe, o dono de tudo ali, veio caminhando em minha direção ostentando um sorriso tão bonito quanto o do filho. Ele e Rodrigo eram muito parecidos.

- Bom dia Agatha! – ele me cumprimenta assim que ficamos a uma menor distância um do outro.

- Bom dia, Beto. – cumprimento de volta com um tratamento informal, já que o próprio preferia que seus funcionários o fizessem.

- Será que você poderia vir até a minha sala? Queria conversar com você.

- Claro. – respondo e ele abre espaço para que caminhemos lado a lado até sua sala.

Ele abre a porta e num gesto cavalheiro, permite que eu entre primeiro. Caminho pela imensa e imponente sala, e logo me sento numa das cadeiras em frente à sua mesa. Por um instante observo a foto em família que ele exibe com orgulho. Sua mulher, seus filhos, noras e netos. Agora eu já conhecia praticamente todas as pessoas daquela foto, menos sua esposa.

- Te chamei aqui porque eu queria lhe fazer um convite. – Beto fala assim que se senta do outro lado da mesa, de frente a mim. – Na sexta minha esposa e eu daremos uma festa para celebrar nosso aniversário de casamento. Nada muito grande, apenas para alguns familiares e amigos.

Aquilo me pegou de surpresa. Sei o quanto ele considerava cada pessoa que trabalhava para ele, do cargo mais simples ao mais importante, mas convidar para algo tão íntimo, logo a mim que estava ali há tão pouco tempo, isso eu realmente não esperava. Ele parece ter visto minha expressão confusa, pois voltou a sorrir.

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