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Quando a sexta-feira chegou, eu estava ansiosa

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Quando a sexta-feira chegou, eu estava ansiosa. Não sabia muito o que esperar deste fim de semana com a família de Rodrigo. Durante toda a semana não tivemos muito contato. Eu observava Rodrigo ir e vir pela construtora, sempre ocupado, alguém sempre exigindo sua atenção. Nossa interação havia sido mínima. Eu não sabia se eu precisava de alguma instrução ou algo do tipo. Mas agora aqui estava eu, com uma pequena mala, à espera dele. Então o que eu precisasse saber, descobriria durante a viagem.

Vejo seu carro chegando em frente ao meu prédio e já abro a porta, me despedindo do porteiro e saudando meu namorado de mentira. Rodrigo me cumprimenta com um sorriso e um beijo no rosto, pega minhas coisas e a coloca na mala de seu carro, onde vejo que também estão os seus pertences e algumas compras que ele fez. Só então entramos no carro e seguimos viagem.

Durante a curta viagem, Rodrigo me conta que a casa pertencia à sua bisavó, que toda a família sempre havia se reunido por lá e que após a morte dela, há alguns anos, a casa havia ficado para sua mãe e que todos eles permaneciam se reunindo ali sempre que possível. É uma forma de nos sentirmos perto dela, ele me diz. O restante do caminho é feito com conversas amenas e a única instrução que Rodrigo me dá é de que eu aproveite o fim de semana.

Eu e Rodrigo chegamos praticamente junto com seus irmãos, cada um em seus carros, já que tinham também os filhos. Os pais de Rodrigo nos esperam do lado de fora e somos recebidos com festa. Eu principalmente, por estar ali pela primeira vez. Olho ao redor e mesmo que a noite não me permita enxergar muita coisa, dá pra notar que o lugar é imenso.

- Que bom que veio, Agatha. – Ana me abraça enquanto Rodrigo se encarrega de retirar as coisas do carro, sendo ajudado por seu pai. – Amanhã você poderá conhecer melhor todo o lugar, mas enquanto isso, me deixe te mostrar toda a casa.

Deixo que ela me leve para dentro da casa junto com Yanna e Mariana. É nítido o quanto elas já são ambientadas ali, já se dirigindo para os quartos, já sabendo onde iriam ficar. Enquanto isso, Ana me mostra os cômodos de um a um. Quando estamos na sala, vemos Rodrigo entrando com nossa malas.

- Pode levar pro seu quarto, filho. – Ana orienta Rodrigo. – Você sabe o caminho. Estou indo logo atrás com Agatha.

Ela me puxa pela mão e me mostra os outros quartos, até chegar ao de Rodrigo.

- E esse é o quarto do Rod, e por consequência, seu.

Congelo diante da porta, olhando para Rodrigo, que após organizar nossas bagagens em um canto do quarto, olha de volta para mim. Ele não parece chocado, só um pouco sem graça. Como eu ainda não havia pensado na possibilidade de termos que dormir no mesmo quarto?

- Algum problema? – Ana pergunta ao ver que não me movo para entrar no quarto.

- Não, nenhum. – digo, por fim saindo do lugar onde eu estava e me mudando para ficar ao lado de Rodrigo. – Só fiquei encantada com o quarto. É tudo muito lindo. – digo olhando em volta e em seguida para Ana, que sorri pra mim.

- Que bom! Vou deixar que se acomodem então. Esperamos vocês daqui a pouco pra jantarmos todos juntos. – ela diz, fechando a porta e saindo dali, nos deixando a sós.

- Me desculpa. - Rodrigo se vira para me olhar nos olhos. – Eu esqueci desse detalhe. Sempre tivemos a liberdade de dormir com as nossas namoradas, meus pais sempre estabeleceram uma relação de confiança conosco. Minha mãe logo deduziu...

- Não, tudo bem. – eu o interrompo, afinal não era necessário que ele ficasse se explicando. – Eu entendo totalmente.

- Mas não se preocupa, eu posso dormir no chão, isso não me importa.

- Está doido? – logo descarto sua ideia. – Já está começando a ficar frio, mais tarde ficará mais ainda. Além do mais é seu quarto, não vou te expulsar daqui e nem te fazer dormir no chão por minha causa. – desvio meus olhos dele para observar a cama, que tinha espaço suficiente pra nós dois. – Podemos dividir a cama, tem espaço de sobra.

- Tudo bem então.

Com o assunto cama resolvido, Rodrigo me mostra todo o quarto, que era uma suíte. Pelo menos eu teria uma maior privacidade. Então voltamos para a sala, onde todos já nos esperavam. Jantamos todos juntos em meio à muita conversa, risadas e brincadeiras das crianças. E a conversa se estendeu mais um pouco após o jantar, com Ana relembrando histórias vividas ali naquela casa, quando sua avó ainda era viva. Pelo brilho no olhar de cada um ao falar dela, dava pra perceber que ela havia sido uma pessoa maravilhosa. Gostaria de tê-la conhecido a tempo.

Quando todos resolvem se recolher, Rodrigo e eu fazemos o mesmo. Coloco minha mala sobre a cama e retiro o que preciso, deixando que Rodrigo use o banheiro primeiro. Quando estou com tudo o que preciso, ainda ouço o barulho do chuveiro ligado, então sento na cama e espero que Rodrigo retorne. Enquanto isso, tento não ficar nervosa por pensar em nós dois dividindo uma cama.

Quando sai do banheiro, Rodrigo está vestido com uma calça moletom e uma camisa branca, a toalha ao redor de seu pescoço, usando as mãos para secar o cabelo. Algo normal, mas que estava sendo uma visão e tanto pra mim, me afetando de tal forma que me levantei da cama rapidamente, com medo de que ele notasse que eu estava quase hipnotizada por ele.

Tomo banho sem pressa, me seco e visto meu pijama. Por sorte eu havia escolhido um dos mais comportados que eu tinha, caso contrário, estaria envergonhada agora porque não saberia me apresentar a Rodrigo usando algo minúsculo. Seria constrangedor. Escovo os dentes e quando saio do banheiro, Rodrigo está deitado na cama, usando o controle para passar os canais de tv.

- Lado direito ou lado esquerdo? – ele me pergunta ao ver que eu me aproximava da cama.

- Tanto faz pra mim. – respondo, mas como ele ainda fica me encarando, percebo que ele insiste que eu escolha. – Direito. – digo por fim.

Ele então se levanta, deixando que eu deite primeiro e me acomode da forma que quero. Entro debaixo do edredom e logo observo ele fazer o mesmo.

- Desculpe pelo transtorno de hoje. – ele me diz quando ambos já estamos deitados. – Tudo bem mesmo dividirmos a cama?

- Não me importo. – reafirmo, encarando-o.

- Tudo bem então. Boa noite, Agatha. Durma bem.

Mas dormir é o que menos consigo. Sinto que muitos minutos já passaram, talvez até uma hora, e eu continuo sem conseguir fechar os olhos. Só consigo pensar em Rodrigo deitado bem aqui ao meu lado. Consigo ouvir sua respiração, que claramente demonstra que ele já está tendo o sono dos justos. Sortudo! Me reviro na cama por um tempo, tentando não esbarrar nele e nem acordá-lo, mas não tenho muito sucesso.

- Algum problema com a cama? – ouço sua voz, ainda mais rouca devido ao sono.

- Não. – respondo somente.

Ele não fala mais nada e eu entendo que ele voltou a dormir. Pouco depois sua respiração está pesada e tenho a certeza de que ele já voltou a dormir profundamente. Me viro de costas para ele e fecho os olhos, na esperança de conseguir dormir. Não faço ideia de quanto tempo passa depois, mas sei que ainda estou acordada quando Rodrigo, em meio ao sono, se move e joga os braços ao redor da minha cintura, me arrastando para perto dele em um movimento rápido. Congelo. Ele aperta seu corpo de encontro ao meu, seus músculos fortes e quentes me envolvendo, se encaixando perfeitamente em mim. Meu coração, que já estava acelerado, dispara ainda mais quando ele afunda o rosto em meu cabelo, inalando profundamente.

Penso em acordá-lo e fazer com que ele se afaste, mas no mesmo momento em que essa ideia vem na minha cabeça, ela vai embora. Porque não quero que ele se afaste. Quero que fique exatamente assim como está, agarrado a mim, me envolvendo inteira. Porque parece ter sido a posição perfeita que encontrei para conseguir dormir. Então fecho os olhos e uma estranha sensação me invade. Enfim vou relaxando meu corpo e minha mente. E sei que adormeço com um sorriso no rosto, aqui, pela primeira vez nos braços do meu "namorado".

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