Ela o abordara sem mais nem menos numa cafeteria.
Ele a ajudou, entrando em seu teatro, se passando por seu namorado.
Era para ser uma única vez.
Mas eles não imaginavam que seus caminhos fossem se cruzar novamente.
Muito menos que precisariam fingi...
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- Rodrigo! – balbucio quando ele sobe os degraus e se aproxima de mim. – Ei! Você me assustou.
- Que diabos foi aquilo? – ele quase rosna.
- Não é o que você está pensando. – falo.
- E o que eu estou pensando? – ele me pergunta com a voz tensa.
- Você sabe... – digo. – Você acha que Daniel estava dando em cima de mim.
- Isso pareceu óbvio.
- Mas você está errado. – suspiro. – Você não quer subir? Podemos conversar lá em cima...
- Não, obrigado. – ele nega. – Já me arrependi de ter voltado aqui. – ele diz isso mais para si mesmo do que para mim, mas consigo ouvir perfeitamente bem e isso me dói. – E então, por que ele estava aqui? E por que te beijou na boca?
- Ele veio apenas conversar, se desculpar por tudo o que me fez. E por que ele me beijou? Quem sabe? Ele disse que foi força do hábito.
- Essa é a coisa mais estúpida que eu já ouvi.
- Você está com ciúmes?
- Claro, Agatha! Você foi apaixonada por aquele idiota e então ele aparece aqui essa noite e te beija. Como eu deveria me sentir? – quando percebe que sua voz se elevou, ele se controla e volta a falar baixo. – Você ainda sente alguma coisa por ele, Agatha? – ele pergunta devagar. – Me diga agora se ainda sentir.
- Não sinto. – afirmo. – E até me ofende o fato de você ainda ter alguma dúvida disso.
- Desculpa. – ele pede, suspirando e cobrindo os olhos com as mãos. – Mas isso não te preocupa? Daniel beijando alguém que não seja Marcela?
- Não. – respondo. – Na primeira vez que os dois se viram, eles se apaixonaram. Simples assim. Na época claro que eu não quis admitir isso pra mim mesma, mas foi assim.
- Você pretende contar pra Marcela que o noivo dela anda por aí beijando outras pessoas?
- Não. Honestamente não acho que tenha significado nada. Quero dizer, o beijo que Daniel me deu foi completamente sem graça. Acho que foi só um reflexo.
- E se não tiver sido? – Rodrigo insiste e isso me chateia.
- Mas foi. Tenho certeza.
- Tudo bem, se você diz... você o conhece melhor do que eu.
- Eu não estou gostando da forma como você está falando, Rodrigo.
- E eu não estou gostando de nenhuma parte desde o momento em que resolvi voltar aqui. – ele diz de volta, sua expressão exausta. – É melhor eu ir embora. Boa noite, Agatha.
E vira as costas pra mim e começa a caminhar de volta para o carro. Assim? Sem ao menos um beijo? Sem me deixar saber se as coisas estavam boas ou ruins entre nós?