04 - ELA

268 14 8
                                    

Limpei o canto da boca e sorri, vendo o batom vermelho perfeito em meus lábios. Encarei meu reflexo uma última vez, antes de sair do quarto de Ellena e caminhar até a sala, vendo a garota atirada no sofá.

- Garota – me olhou de cima a baixo – você está simplesmente gostosa – falou me fazendo rir.

- Só queria que essa produção toda fosse para algo importante – revirei os olhos.

- Ah, qual é. Seu novo boy merece – brincou me fazendo a olhar feio – Vão aonde?

- Num restaurante aqui perto. Antony disse que a maioria dos casais famosos vão lá, então sempre tem algum paparazzi rondando. Vai ser bom ter notícias que estamos andando juntos – dei de ombros e escutei a campainha – Chegou minha hora – fingi uma falsa animação.

- Depois você vai direto para casa dele? – me acompanhou até a porta.

- Minha nova casa, né – abri a porta vendo o homem bem arrumado escorado no carro.

- Boa sorte – beijou minha bochecha e acenou para o homem que apenas acenou com a cabeça.

- Vou precisar – me despedi dela e caminhei até o carro - Não vai nem abrir a porta para mim? – perguntei debochada quando ele só entrou no carro, sem nem me cumprimentar – Espero que, pelo menos na frente dos outros, você finja melhor – bufei entrando no carro e colocando o cinto, só esperando a noite acabar de uma vez.

Ele ligou o rádio assim que o carro começou a andar e uma música -qual, na minha opinião, é só um monte de barulho- soou alto, me fazendo fazer cara feia. O carro parou, depois de muitos minutos de silêncio, em frente a um restaurante chique e nós dois saímos do carro, mudando nossas expressões para uma feliz. Martin me olhou espantado, provavelmente surpreso pela minha atuação. Escolhemos uma mesa bem no fundo, num canto pouco iluminado, onde seria difícil de sermos vistos. Pedimos nosso jantar com sorrisos no rosto e reparei que Martin não era tão ruim em fingir que estava feliz.

- Então... – comecei quando o garçom foi embora na esperança de começar um assunto.

- Não quero conversar – falou seco dando atenção a seu celular. Ergui a sobrancelha e coloquei os cotovelos em cima da mesa.

- A gente vai passar a quase 3 horas aqui. A partir de hoje vou morar em sua casa por 5 meses e você não quer conversar? – ele me olhou – Não pense que é o único que não me curte porque eu também não vou com a sua cara. Mas a gente vai ter que fingir que se gosta por um bom tempo, não dá para “não conversar”.

- Ok – suspirou impaciente – sobre o que você quer conversar, paixão?

- Se você forçar mais, vai cagar – falei me referindo ao apelido e ele soltou uma leve risada – Sei lá. Me fale sobre você. Não sei nada sobre você.

- Você entrou em um contrato de namoro sem ter pesquisado nada sobre mim? – perguntou e eu sorri de lado.

- Você pesquisou sobre mim, Garrix? – ele revirou os olhos – É por isso todo seu ódio por mim? Certeza que só olhou os sites de fofoca.

- Vai dizer que esses sites mentem agora... – o olhei entediada - Tá bom, tá bom. Vamos olhar em lugares melhores agora – pegou o seu celular novamente e eu franzi a testa.

- O que está fazendo? – perguntei não acreditando que ele estava pesquisando sobre mim no Google.

- Maeve Marina Arcato? Que nome feio – o olhei feio.

- Minha mãe é inglesa e meu pai espanhol, então cada um escolheu o nome e ficou isso aí – dei de ombros.

- 23 anos, bailarina, blá blá blá – leu entediado – conhecida por suas séries e filmes espanhóis, muitos trabalhos sociais e voluntários – fez cara de orgulhoso – Você já namorou o Andrew Taggart? Ele tem quase 30 anos!

- Quando eu namorei, tinha 26.

- E você 19 – revirou os olhos – Você tem uma lista bem grande de namorados famosos, né?

- Dá para você parar de me olhar no Google?

- Philippe Coutinho? O jogador? O brasileiro? – me olhou.

- Logo que ele começou a jogar no Barcelona – dei de ombros mais uma vez.

- Tem atores também. Brandon Larracuente... ele não fez 13 reasons why?

- Sim, o cara que morreu.

- Eu li sobre esse aqui. Edward Hernato te chamou de superficial numa entrevista, sabia?

- É, ele começou a me chamar assim depois que eu o peguei me traindo com o meu irmão.

- Irmão? – perguntou espantado.

- Homem desmancham muitas mulheres na mídia só para não serem descobertos gays – falei como se fosse normal - Minha vez - peguei o celular de sua mão e ele tentou pegar de volta, não conseguindo - Seu nome é Martijn Gerard e realmente riu de Maeve Marina? – o encarei desacreditada.

- É Holandês, ok?

- Lynn Spoot... a loira? Sério Martin? Que padrão – comentei quando li sobre quem ele já havia se relacionado.

- Você pegou o Coutinho. Quer mais padrão que jogador de futebol? – ri nasalado.

Continue lendo a matéria e vendo o quanto ele era incrivelmente exaltado. O DJ número 1 do mundo era amado por todos, era difícil achar uma notícia ruim sobre ele.

- Essa é a garota que você traiu? – perguntei mostrando a foto de Charelle e ele negou.

- Eu não a traí.

- Parece que eu não sou a única que tem um ex com ódio – li a notícia – “Ele estava distante fazia um tempo... – afinei a voz para interpretar sua entrevista – ele nega até hoje, mas eu sei o que eu vi..."

- Já chega, né? – tirou o celular de minha mão – Ela é louca. Eu nunca a trairia.

- Mas ela realmente tem cara de quem tem chifre – falei como se fosse óbvio e ele engasgou com o vinho que bebia.

pasión 🥀 Martin Garrix Onde histórias criam vida. Descubra agora