- Bom dia – Martin disse baixo ao chegar na cozinha e Maeve fingiu não ouvir, continuando a servir seu café. Martin respirou fundo, sabendo que seria difícil fazer a garota o perdoar. – Maeve... – chamou e a garota continuou o ignorando – desculpa – disse e a menina finalmente o olhou. – Eu sei que errei. E sinto muito por isso. Já escutei muito da minha equipe pela noite de ontem e imagino que você tenha escutado da sua também. Mas eu não estava respondendo por mim ontem. Não sei oque me deu.
- Eu sei oque te deu – interrompeu o menino – Você é extremamente irresponsável, Martin. É mimado e só sabe pensar em si mesmo. Ficou bêbado e trouxe uma garota desconhecida para casa. Você quase estragou tudo e tudo oque tem a me dizer é desculpa. – tomou mais um gole de seu café.
- E o que você quer que eu diga?
- Eu não sei, Garrix. Não precisa dizer nada se não quiser. – levantou e colocou a xícara na pia – Vou para o estúdio, volto só a noite. Não me espere para o jantar – saiu deixando Martin encarando o nada.
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- Então Yon González? – Annei, colega de trabalho de Maeve, perguntou, continuando a discussão sobre qual ator espanhol era mais bonito.
- Ai não, Annei, ele é feio – a atriz disse torcendo o nariz enquanto terminava de se vestir.
- E Arón Piper? – pegou as bolsa e as duas saíram do camarim.
- Ele é bonito, mas não faz meu tipo – Maeve deu de ombros enquanto caminhava até o lado de fora do estúdio.
- Claro que não faz – a morena revirou os olhos rindo fraco – Seu tipo é aquele ali, não é mesmo? – apontou com a cabeça e a ruiva olhou para frente, vendo o audi preto estacionado e o dono do carro escorado de braços cruzados. Maeve gruniu em reprovação e Annei a olhou.
- O que foi? Estão brigados? – perguntou se referindo ao namoro.
- Não, não – respondeu rápido – só não esperava que ele fosse me buscar hoje. – caminharam até o homem. – Pasión – sorriu forçado – disse que não precisava me esperar hoje.
- Sabe que eu não resisto, meu amor – sorriu e quem visse acreditaria que fosse de verdade.
- Bom – suspirou – Martin, essa é Annei, minha companheira de cena – apresentou a morena que sorriu simpática – Annei, esse é Martin, meu namorado.
- É um prazer, Martin. Bom, vou deixar vocês à sós. Até amanhã, Maeve – mandou beijinhos no ar até se virar e ir em direção ao estacionamento.
Maeve fechou o sorriso no mesmo momento em que fechou a porta do carro. Martin teria começado a falar logo que entrou no carro se não fosse por Maeve ligar o rádio no volume mais alto que conseguiu.
- Maeve, por favor – desligou o rádio e a garota o encarou entediada – Eu sei que errei, ok? E sei que apenas desculpas não vão amenizar isso. Mas eu não vou voltar ao que éramos no começo. Qual é, eu achei que estivessemos virando amigos. Eu prometi nunca te magoar e já comecei errando, mas eu preciso que você me perdoe para poder fazer de novo. – encarou o fundo dos olhos da garota que apenas escutou quieta.
- Pelo menos você não disse só “desculpa” dessa vez – deu de ombros e o homem revirou os olhos.
- Você é terrível – ligou o carro.
- Não precisava ter vindo até aqui só para falar isso. Poderia ter esperado eu chegar em casa.
- Não vim só para isso. Só aproveitei o momento para dizer de uma vez. – deu de ombros.
- Então qual o motivo da carona? – perguntou curiosa.
- Chegou um convite para você lá em casa e até você chegar já ia estar tarde. Então vim te entregar. – pegou um papel do porta-luvas e a entregou.
O envelope prata cheio de glitter já indicava que seria um evento chique. Maeve imaginou a estreia de um filme ou algum desfile qual sempre era convidada para assistir. Mas ao abrir o papel, percebeu que não se tratava de nada nem perto do esperado. Sua respiração pareceu parar ao ler os nomes de quem a convidava.
- E então? O que é? – Martin perguntou concentrado na estrada.
- Nada – fechou o envelope – Não iremos mesmo.
- E por que não? – a olhou rapidamente.
- Só não vamos. – falou ríspida.
- Tá. Mas o que é de tão desinteressante que não iremos? – franziu o cenho.
- Você pode só dirigir? – o olhou e ele levantou uma mão em forma de rendimento.
Garrix não entendeu o comportamento da ruiva, mas resolveu apenas fazer o pedido para não causar mais briga, ficando em silêncio até a chegada em seu apartamento.
Pensou que jantaria com a garota e talvez conversaria sobre o convite ao entrarem porta a dentro, mas mudou o pensamento ao ver a garota ir direto para o quarto e fechar a porta com força.
Deu de ombros e andou até a cozinha. Pegou um pedaço de lasanha da geladeira e esquentou no microondas, colocando em dois pratos e levando com cuidado até o quarto de visitas onde Maeve estava.
- Maeve? – chamou baixo e escutou somente o silêncio – Maeve, está tudo bem? – mais uma vez foi ignorado – Eu vou entrar, ok? – abriu a porta de vagar e procurou a mulher com os olhos, a encontrando jogada na cama de barriga para baixo, com o rosto enterrado no travesseiro. – Eu trouxe o jantar.
- Não quero comer – resmungou.
- Tudo bem – deu de ombros e se aproximou, sentando à seu lado na cama e deixando o prato de comida na cômoda ao lado.
-Eu disse que não quero comer – resmungou levantando a cabeça para olhar o homem.
- E eu disse que tudo bem.
- Martin...
- Tudo bem se você não quiser comer, mas eu não vou te deixar sozinha. Eu não sei oque você leu naquele convite e se você não quiser contar, tudo bem também. Mas eu não posso ver você desse jeito e fingir que não vi. Sendo por contrato ou não, estamos namorando e estamos juntos nessa. Idependente do que for. – falou encarando fundo os olhos da garota que se arrepiou ao escutar suas palavras.
Maeve respirou fundo antes de se ajeitar na cama e sentar lado a lado ao dj. Não era boa em ceder às pessoas e muito menos em contar oque acontecia em sua vida, mas algo dentro dela confiava no holandês naquele momento, mesmo depois da merda que ele havia cometido.
- Meu irmão vai se casar – disse de repente – com meu ex – completou.
- Mae...
- Eu não sei porque fiquei tão abalada. É uma história tão do passado que eu não pensei que ficaria desse jeito.
- Você não estava esperando por isso. Ficou chocada por ser tão de repente. – ficou em silêncio e a garota encarou suas mãos – Você sabe que nós não precisamos ir se você não quiser, né?
- “Nós”? – o olhou.
- Não deixaria você ir sozinha nem que quisesse.
- Você é um anjo, Garrix – sorriu e escorou a cabeça no ombro do garoto. – Mas eu preciso ir. Não demonstro estar abalada nem em enterro. Não serão eles que vão me fazer demonstrar isso.
- Não se preocupe, estarei do seu lado o tempo todo. – a abraçou de lado e deu um beijo no topo de sua cabeça. – Onde será o casamento?
- Arrume suas malas, pasión, vamos para a Espanha – sorriu divertida.
