01. Completamente perdido

2.8K 187 441
                                    

Eu estava com Jisung no recreio, junto com Daehee — minha irmã mais nova. Estávamos estudando para a prova de biologia que aconteceria no dia seguinte.

Daehee se perdia olhando em meio à multidão os garotos que jogavam na quadra, logo meu olhar seguiu o dela observando os meninos. Era uma merda ter somente a quadra para poder dividir com os outros alunos.

O pátio estava em reforma, então os estudantes tinham de se virar como podiam.
Se bem que, não era tão ruim assim, ver os meninos jogando era uma benção, a não ser que sua irmãzinha fique babando neles.

_Yah! Daehee. Foco! — Disse estalando os dedos em frente os olhos da Lee mais nova.

_Não sei qual de vocês dois está babando mais. — Jisung gargalhava da situação.

É uma benção ter um amigo que te aceite como você é, mas jogar na sua cara, aí já é demais! Estapeei o braço de Jisung que sequer se moveu, talvez eu tivesse a força de uma criança de 6 anos ou talvez nem isso, mas ele podia pelo menos ter consideração comigo, não é?

Assim que o jogo terminou, meus olhos foram ao encontro do charme da escola, Mark Lee — o coreano que de coreano não tinha nada, afinal, era canadense, com descendência asiática.
Quando tratava de se destacar, o Mark era bom nisso, estrangeiro, bonito, inteligente, líder do time do colégio e era muito educado. A merda do garoto não tinha um defeito sequer, nem para afastar as garotas. Isso sim me dava nos nervos.

Assim que os jogadores foram ao banheiro da quadra, Mark e Jeno vieram em nossa direção, eu podia jurar que meu coração estava para sair pela boca. Mas logo vi Jeno se dirigir até Daehee, o que me fez revirar os olhos. Porque que todo cara babaca tem que se jogar em cima dela?

Logo enquanto os dois trocavam palavras, ajeitei o óculos sobre o rosto, e então senti uma cutucada de Jisung em minha perna, ora, o garoto ainda estava ali afinal, não era um zumbi. Glória a Deus.
Podia ter continuado com o olhar nos livros, se não fosse o cutucão de Jisung e o olhar de Mark sobre mim, em seguida. Aqueles malditos olhos arredondados, o pescoço suado e a camisa sobre os ombros com o torso molhado. Eu podia jurar que iria ter muito o que fazer em casa só tendo aquela visão naquele dia, mas isso é conversa pra outro dia.

_Você é o representante de classe, não é? — o canadense se dirigiu a mim. Eu podia jurar que ele me viu corando, mas fingi que nada aconteceu.

_Sim. Precisa de alguma coisa? — disse abrindo um sorriso.

_É que o professor Solomon me pediu para te oferecer ajuda com relação aos planejamentos do time do colégio, tipo, os jogos estaduais e tal.

Jisung não era de conversar, mas quando abria a boca... Meu Deus.

_Pega logo o celular dele e depois vocês marcam isso. Eu tô cagado de fome, se é que se importam e temos exatamente 12 minutos para comer e Hyuck  faz questão de separar os malditos pimentões amarelos dos vermelhos. É só nessa brincadeira vai 10 minutos. — Jisung disse simples enquanto se levantava. Mas quando é que ele guardou os materiais na mochila?

_Ah, tá bom. Meu celular é... — disse a sequência de números e Mark sorriu para o celular, um gesto que eu pedi a Deus não ter visto para não me iludir, mas falhei.

_Eu te mando mensagem. — foi o que ele disse antes de chamar pelo outro Lee e ambos saírem da quadra com Daehee acenando.

_Pronto. Já deu seu número pro crush inalcançável que já não é tão inalcançável assim. — Jisung disse sendo plenamente audível, o que fez com que cutucasse seu braço, ele apenas deu os ombros.

Jisunf sabia que eu não falava dessas coisas com Daehee, afinal, ela era uma garota. E garotas não te entendem muito bem.

Naquele dia, eu e Daehee caminhamos até em casa, assim que chegamos subi e deixei meu celular sobre a escrivaninha para poder tomar um banho. Nossos pais costumavam trabalhar até as 20h, então ficávamos sozinhos até lá. Eu cozinhava e tirava o lixo, enquanto Daehee ficava por conta da limpeza da casa. Sempre revezávamos as atividades.

Me apaixonei pelo namorado da minha irmã ~ Markhyuck {Reescrevendo}Onde histórias criam vida. Descubra agora