Kiara
"Isso é hora de chegar em casa vocês três?" a Ohana questiona quando chegamos na porta, o Orlando de um lado e a Hauana do outro, os dois me abraçando.
"Fiscal de cu da porra essa Ohana viu brother." o Orlando resmunga e a Hauana se acaba de rir, eu queria mas não posso, tadinha da Ohana, realmente estava preocupada.
"Orlando você bebeu?" ela pergunta e cruza os braços, espero que ela não dê uma bronca na gente.
"O suficiente para chegar em casa mais vivo do que nunca." subimos os degraus em direção a Ohana.
"Pai, você não tem mais idade para isso."
"Tenho idade para me dopar de remédios e passar o dia sentando numa cadeira de balanço!? Não Ohana, fiz um pacto com a porra da morte, sei exatamente quando vou pro inferno e está muito longe disso acontecer!" o Orlando é um homem incrível.
"Quer que eu seja sincera com você pai?"
"Não, sua sinceridade me dá no saco, como vai o meu Orlandinho?" ele me solta e abraça a Ohana de lado, pondo a mão em sua barriga.
"Ele está aqui crescendo um pouco a cada dia, assistindo o bom exemplo de avô que ele tem." a Ohana acaba se entregando e rindo junto com a gente. "É impossível me chatear com o senhor." ela suspira e passa as mãos no rosto.
"Saiba que eu vou morrer assim." ele não demonstra muita coisa, a forma como ele se expressa é ainda mais oculta que a da Hauana.
Os dois beberam muito, mas nem parecem ter bebido, só o fato do Orlando que ficou mais engraçado, e a Hauana mais quieta, e seu olhar que entrega para mim que ela está alterada.
"Orlandinho então?" sorrio do nome.
"Isto, Orlandinho Junior." ele afirma.
"Não mesmo!" a Ohana pula fora.
"Eu sou o mais velho que restou da árvore genealógica de vocês, vai ser Orlandinho e acabou." ele provoca a Ohana e entra na casa.
"Pai, isso é nome pra se colocar numa criança que vai crescer e conviver com outras pessoas?" a Ohana entra atrás.
"O que você achou disso Hauana?" sorrio pra Hauana que está séria.
"Que o meu avô está bêbado." ela dá de ombros. "Você quer dormir agora?" ela se vira pra mim.
"Estou sem sono, e você?"
"Também.. quero te levar em um canto." ela diz pondo as mãos no bolso da sua calça e contraindo os braços, como se estivesse esperando uma resposta.
"Ué, vamos nessa." coloco meu braço no espaço entre o seu.
"Você é maluca." ela balança a cabeça e sorri, me deixando toda apaixonada.
"Ainda te surpreende?"
"Muito." ela olha pra mim, seus olhos quase fechados e avermelhados, e que estão brilhando quase sempre, como agora. "Espera, vou buscar a lanterna na sala e já venho." ela corre até a casa.
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Quando mundos colidem |ACASOS|
Romance(Plágio é crime) "As pessoas se adaptam, mas sua natureza nunca muda; o destino é uma conversa mole que te leva a crer no improvável; a paixão é uma dependência da qual eu nunca vou provar." Essa sou eu, Hauana, e meus paradigmas nunca são quebrados...