Hauana
O que o beijo dela tem de especial? O que aquela pequena garota tem de especial? Nada, vamos falar sobre mim, sobre o fato de eu ter herdado os piores genes dos meus pais, se é que meu pai tinha algo bom.
O telefone toca e não estou afim, talvez seja mais uma garota, vou apenas olhar pela barra. É a minha mãe.
"Dona Ohana." atendo.
"Meu amor! Estou morrendo de saudades desse prejuízo. Você nunca me liga, parece até que queria se livrar.." ela faz a cerimônia de sempre claro.
"Que isso dona Ohana? Só estou sem tempo, e também a senhora não consegue ficar menos de 4 horas em uma ligação." resmungo.
"Meu bem, seu tio tem me contado tudo, toda vez que te ligo da caixa, aposto que passa o tempo livre na cama com essas garotas que só querem seu corpo." ela sempre reclama disso, que eu perco o tempo com garotas que não somam em nada.
"Não iremos entrar nesse assunto. Foi mal por não ter ligado esses dias, e a senhora me deve uma visita." aviso e ela sorri.
"Uai, não leu minhas mensagens? Estou indo pra aí hoje! Aniversário do seu tio Rodrigo, ele não te avisou?" ela diz animada e eu tento lembrar, merda tinha esquecido da miséria toda, hoje é 3 de fevereiro, minha mãe vem pra cá.
"Ah é né.. nem lembrava disso. A senhora vai vim de carro?"
"Sim?"
"Traz minha moto mãe na moral o castigo já acabou.."
"Nem pensar."
"Qual é Ohana? Eu preciso arrumar minha vida."
"Filha.."
"Eu tenho carteira mãe."
"Mas não tem juízo."
"Eu sou quase adulta. Tenho um emprego e vou começar uma faculdade, é questão de necessidade."
"Vou conversar com seu avô primeiro, se cuida, chego aí às 6 da tarde, te amo e não insista." espero que ela traga minha moto, aquilo adianta cem por cento de tudo.
"Qual foi Ohana?" resmungo e ela desliga em seguida. Mãe é foda. E a minha é super decidida é difícil de enrolar.
Kiara
O restaurante está todo reservado, e vai dar bastante gente hoje, meu pai arrasa na culinária, e os domingos aqui são espetaculares.
O palco é um dos melhores lugares pra mim, é ali que descarrego todos os problemas, aquele cantinho sempre foi a minha válvula de escape, desde dos meus 8 anos quando meu pai me acompanhava com o violão. A arte em si é o meu refúgio.
Vejo o Apolo entrar com seus pais e seu irmão, que parecem absurdamente com o pai, que por um motivo estranho me lembram a Hauana, não sei o que me leva a crer nisso, mas os traços são os mesmos. E ela me vem na mente mais uma vez, alta, da pele morena e tatuada, olhos castanhos escuros, e uma voz boa de se ouvir. Suas mãos em minha volta me pressionando.. o beijo.. ela realmente é um perigo.
O Apolo vem em minha direção sorrindo.
"Kia! " diz e me abraça todo sem jeito, sei que ele não gosta das roupas que está usando no momento, mas se esforça para me ver sempre.
"Você está um gato nessa camisa Apolindo!" digo e ele sorri olhando pra baixo me soltando do abraço apertado.
"E você Kia vai ganhar todos os corações antes mesmo de soltar a voz! Já falei que esse azul marinho é maravilhoso. " ele imita a voz Juliana assim que percebe que ela está se aproximando.
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Quando mundos colidem |ACASOS|
Romance(Plágio é crime) "As pessoas se adaptam, mas sua natureza nunca muda; o destino é uma conversa mole que te leva a crer no improvável; a paixão é uma dependência da qual eu nunca vou provar." Essa sou eu, Hauana, e meus paradigmas nunca são quebrados...