Cap. 91

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Aquiles

Kia, eu não morri e estou voltando.

Não, droga, difícil escrever como se fosse a Hauana, eu não faço ideia de como ela escreve para a Kia.

Kiara, fica bem, estou voltando, te amo.

Perfeito! Só preciso aprimorar e passar a limpo. Deixei cair uma lágrima sobre a tela.

Kiara, fica tranquila, está tudo bem e estou voltando, te..

A Hauana nunca disse isso, não que eu tenha visto ou ouvido.

Kia, fica tranquila, está tudo bem e assim que chegar te busco no balé, caso eu não aparecer aí eu mudo meu nome para saco de batata!

Perfeito, envio pelo sim 2 para dar número desconhecido, assim a Kia não vai desconfiar de nada, e eu finjo demência até a maluca aparecer e acabar com a aflição que não cabe no meu peito.

Aparece Hauana, pelo amor de deus.

"Alguma notícia da Hauana..?" o Orlando questiona.

"Sim, ela avisou que vai descansar um pouco, mandou a gente seguir viagem sem ela.." minto pela vigésima vez, até onde eu vou esticar essa história?

Hauana

Meu corpo afunda aos poucos na água suja do lago, meus sentidos são tapados pouco a pouco, mergulho sem ao menos ter certeza de que o matei.

(...)

"Se acalme! Por favor! Alguém me ajuda por favor!" ouço uma voz aguda, me parece ser uma mulher, nada mais importa agora, preciso queimar o corpo dele.

Sinto duas mãos me segurarem, uma de cada lado, não é possível.

"Abre os olhos.." a voz ao lado pede, que porra está acontecendo aqui?

Me rebato para me soltar e sou jogada na parede.

"Cadê ele? Cadê aquele desgraçado?" abro os olhos e aos poucos minha visão vai cedendo a realidade.

Minha respiração desacelerando.

"Tudo que aconteceu depois do seu acidente de moto foi um delírio criado pelo seu inconsciente, bateu a cabeça com muita força e graças ao capacete está existindo agora."

Acidente? As coisas vão aparecendo na mente por vez, o trecho, o capote, os freios e?

Olho ao redor, hospital, dois enfermeiros, como foi possível? Até em estado de inconsciência minha mente projeta coisas ruins.

"Como assim?" questiono, os dois rapazes não me soltam, um deles me olham fixamente.

"Auana, Rauana, seja lá como se pronuncia, sofreu um acidente de moto, e tudo, absolutamente tudo que aconteceu depois dessa ocasião, sem exceção, foi sonho, delírio, coisa da imaginação." ele diz pausadamente, eu não consigo acreditar nisso, tudo parecia tão real.

Meus olhos continuam inquietos.

"Pensei que ela não acordaria por agora." o outro ao meu lado diz.

Quando mundos colidem |ACASOS|Onde histórias criam vida. Descubra agora