Cap. 41

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Hauana

Essa praia era pra eu relaxar as ideias e agora estou prestes a explodir.

Deixo a Alexia seguir até a água e chamo o Apolo até um canto. Idiota.

— Cara, preciso que me ajude, me empresta o carro pra eu levar a Kia em algum canto e tentar me reconciliar com ela. — peço e ela já me olha com um sorriso idiota.

— O problema é se a Kia vai estar no mesmo carro que você. — ele manga.

— Claro que vai idiota, quer dizer, talvez eu precise usar a força física pra isso. — me embaralho no meu próprio plano.

— Você não fez nada demais para Kia estar assim com você não né? Hauana.. se você tiver feito merda cara eu vou ficar chateado. — ele avisa.

— Eu juro minha inocência, vai tomar no cu estou falando sério.

— Deixa sua moto comigo então, depois me devolve o carro, aqui a chave. Se é por uma justa causa eu ajudo sim ué. — ele me entrega as chaves.

— Já sei, tive uma ideia. Se alguém perguntar pelo sumiço da Kia diz que foi reação alérgica do bronzeador e que a culpa foi da Luma. — comemoro por dentro com o meu plano infalível de fazer a Kia vim comigo.

Kiara

O Apolo vem em minha direção um pouco amuado e já sinto uma preocupação.

— Kia, estou com um probleminha, será que tem como vim no carro comigo rapidão? — ele pede meio sem jeito.

— Claro que posso, vamos? — digo e seguimos até a trilha onde o carro está.

— Entra aí e eu te explico. — ele diz e eu entro no banco da frente e bato a porta, quando olho pro lado a Hauana tá no banco do motorista, quando tento abrir a porta ela trava o carro e sorri pra mim, estou com tanta raiva que se ela não abrir isso e mato ela e abro.

— Põe o cinto. — ela manda desviando o olhar de mim.

— Hauana abre. — ameaço e ela me encara.

— Ou você escuta o que tenho a dizer ou.. as coisas vão continuar assim.. indo de mal a pior.. — ela diz e respira fundo.

— Então elas vão de mal a pior até você aprender que as coisas não funcionam do seu jeito! — grito e ela lança um murro no volante.

— É claro que as coisas funcionam do meu jeito, por que não funcionariam? — ela provoca.

— Por que você está aqui agora tentando concertar. — revido deixando ela mais nervosa.

— Talvez eu esteja errada porra, mas você também foi uma filha da puta. — ela devolve.

— Talvez? Hauana talvez? Reveja seus erros e quando estiver afim mesmo de assumi-los me procura. — grito e o clima só piora aqui dentro, estamos mesmo indo de mal a pior. — E não me xingue, não me acuse de nada, isso não vai acobertar o que fez. — grito novamente.

— Eu errei porra, okay? Mas encontrar você com a Luma três vezes seguidas foi uma merda Kiara! Não dá pra explicar as coisas quando se tem outra garota sem camisa no seu quarto! Eu tentei, tentei explicar no hospital, mas porra nunca dava, e hoje você me aparece novamente com a porra da Luma nessa porra de praia. — ela devolve e liga o carro, ela acha mesmo que eu vou com ela.

— Se estivesse me dado explicações antes, me ligado, talvez estivéssemos juntas na praia agora, repensa. E pode ir freando, não vou com você a lugar algum, já disse. — aumento a voz mais uma vez.

— Ah então pelo fato de eu não ter conseguido me explicar gerou motivos para se jogar para Luma? — ela provoca e ela vai ver, isso está ficando cada vez mais sério.

— Me respeita Hauana, a vagabunda aqui é você, você quem se comporta assim com garotas, e a Luma é uma amiga, mesmo eu não te devendo informações. — revido e ela acelera.

— Não me deve informações então também não te devo porra. As regras são claras. Sou uma vagabunda mesmo Kia, e as mulheres que se envolvem comigo também são. — ela provoca sorrindo e eu saquei a sua forma suja de me chamar de vagabunda também.

— Para essa porcaria agora Hauana! — grito e ela não para, puxo o volante pro lado e o carro sai da trilha descendo um morrinho nos deixando assustadas, o que eu acabei de fazer? — Põe o cinto Kia! — a Hauana manda me deixando mais tensa que o normal.

— Fecha os olhos, beleza? — ela pede tentando fazer algo e o meu coração aperta. Vejo ela girar o volante e apertar o freio de mão fazendo o carro deslizar para o lado e bater com força numa árvore, meu corpo vai com força para frente e sinto que bateu em algo também, o desespero da situação tomou conta de mim, nem estou acreditando no que acabou de acontecer.

Hauana

Olha a bagunça que eu causei, mais uma vez eu faço merda com a Kia, meu autocontrole é um lixo, ele sempre me trai. Sempre.
Respiro e tento me acalmar depois de batida enquanto analiso o tamanho do morro.

Olho para o lado e vejo a Kia com um pequeno corte na testa, respirando fundo de olhos fechados, isso termina de acabar comigo.

Nos olhamos e eu abaixo a cabeça.

Preciso dizer algo.

— Você me disse uma vez que sempre estaríamos uma para outra. — digo com a cabeça no volante.

— E você quebrou esse pacto. — ela diz sem olhar pra mim, eu sinto quando ela me olha, é algo muito forte.

— Eu sempre tou contigo Kia, deixa disso, eu só não consegui um espaço do seu tempo para me explicar. — digo.

— Talvez por que saiu e achou que eu fosse estar te esperando. — ela diz baixinho.

— Eu fui uma idiota, mas... estou disposta a responder todas as suas perguntas Kia. — digo.

— Só quero que me diga verdades. — ela pede e eu olho em seus olhos me perdendo da porra da órbita.

— Eu não peguei nenhuma garota, nem se eu quisesse Kia, parece que nenhum corpo me atrai mais depois que.. conheci você... — assumo e pego na sua mão.

— Posso confiar nisso? — ela pergunta insegura.

— Depois de tudo que eu te disse, de todas as inspirações que me causa eu seria idiota a esse ponto? Porra Kia, eu admito minha falta de controle com as palavras, mas fora isso, fora isso eu não faria qualquer outra coisa que te machucasse, nunca. — digo puxando ela para cima de mim.

— Eu estou acreditando em suas palavras, mas começou errado Hauana, muito errado. — ela diz sentada no meu colo.

— Eu sei porra, eu só preciso controlar meu jeito de dizer as coisas. — digo alisando suas coxas.

— Eu ainda estou morrendo de raiva do seu desrespeito. Estou com raiva de você. — ela diz removendo minhas mãos.

— Desconta essa raiva aqui agora. Batendo na minha cara e suando nossos corpos.. — sussurro em seu ouvido enquanto desfaço o nó do seu biquíni que estava me torturando a muito tempo.

Quando mundos colidem |ACASOS|Onde histórias criam vida. Descubra agora