Capítulo 04

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Minseok decidiu me levar para casa já no fim da tarde, depois de passarmos um bom tempo namorando no parque e no carro. Lembrava a época em que havíamos descoberto um sentimento diferente um pelo outro e ficávamos fugindo de meu irmão, para que ele não desse com a língua nos dentes. Minha mãe nunca fora o tipo de mulher que controlava os filhos a rédeas curtas, mas eu tinha medo da reação dela quando soubesse que eu estava me envolvendo com alguém. Até então, eu nunca tivera um namorado, apenas tinha ficado com um ou dois meninos no colégio, o que ela sempre me dizia ser normal.

Fico feliz que nunca tenha desconfiado sobre aquilo que aconteceu com Luhan quando ela não estava em casa.

O que me preocupava mesmo era ela reclamar sobre Minseok. Ele tinha quase a minha idade, apenas um ano de diferença, mas esse um ano que passara fora do colégio já o deixava com certa fama. Todos sabem que mães sempre insistem para que seus filhos coloquem os pés numa faculdade assim que se formam no ensino médio, mas Minseok não estudava. Ele estava tentando entrar em um bom lugar, mas também não trabalhava, o que o levava ao quesito dois da lista de bons genros que toda mulher prepara mentalmente para suas filhas. Se o cara não estuda e não trabalha, o que ele faz da vida?

Por sorte, quando Minseok me pediu em namoro, ele já estava começando a encaminhar-se na direção de seu sonho. Estava obtendo ótimos resultados nos exames a que se submetia e havia conseguido um emprego que ainda o deixava ter tempo para mim.

Era uma pena o novo emprego tê-lo afastado.

Quando chegamos, Baekhyun estava brincando com Dutch na frente da casa. Minseok fez quase as mesmas perguntas que Luhan, com a diferença de que eu procurei não comentar muito sobre meu primo. Ele, aliás, apenas nos observou calado, talvez com medo por Minseok ainda ser um estranho. Fingi que não me importava com isso e subi com meu namorado para o quarto, para que continuássemos o que fazíamos antes.

Não demorou para nos deitarmos na cama, enquanto ele me beijava calorosamente, sem medo de sermos pegos. Minseok levantava um pouco a minha blusa quando insistia em deslizar suas mãos por minhas costas, muitas vezes elevando meu corpo junto ao dele. Senti meus lábios serem abandonados, então tomei a iniciativa e depositei beijos em seu rosto, descendo-os até seu pescoço. Ele tirou as mãos de minhas costas e as apoiou na cama, arfando enquanto eu sentia o gosto de sua pele macia, exatamente como ele fizera comigo nas outras vezes. Achei que teria uma resposta além dos suspiros pesados que ele estava dando, mas ele parou de repente, com um breve gemido.

- O que foi? - eu perguntei, sentindo-o distanciar-se. Colocara uma das mãos na cabeça e piscava os olhos com força. - Minseok, está tudo bem?

Ele não respondeu, apenas deitou-se do meu lado, ainda com os olhos fechados. Respirou fundo algumas vezes e abriu os olhos, dando um sorriso fraco.

- Senti uma tontura tão forte - ele disse e eu toquei seu rosto, preocupada. - Ah, estou bem... Já passou.

- Não pode me assustar assim - eu reclamei. Estava prestes a comentar que todos naquele lugar pareciam querer me assustar de alguma forma, mas isso me faria tocar no nome de Baekhyun e eu tive medo de não conseguir parar de falar dele depois disso.

Minseok recompôs-se e pediu desculpas. Pegou minha mão e pediu que eu me aconchegasse ao seu lado.

- Deve ser o estresse da mudança - ele explicou, voltando a falar de sua nova rotina. - Não estou tendo tempo pra descansar como deveria...

Significava que o clima tinha sido partido bem ali. Tive a negativa ideia de que Minseok não deveria ter sentido tanta saudade assim de mim. Certo, não podia culpá-lo por querer me contar sobre o novo emprego ou sobre o tempo que ele já não tinha, mas nós estávamos juntos agora, ele deveria tentar controlar-se com esses assuntos.

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