O quarto de Baekhyun, assim como o de Minseok, parecia um baú lacrado, no qual apenas a água conseguia entrar. Visitas estavam proibidas, ao menos até que os médicos conseguissem encontrar alguma resposta que explicasse o estado no qual os dois se encontravam. Ainda assim, eu aguardava no corredor, vez ou outra na companhia da mãe de Minseok, igualmente preocupada.
Estava quase na hora do almoço quando Luhan apareceu e correu para acolher-me em seus braços, perguntando se eu estava bem e se havia alguma novidade. Tinha ligado para ele naquela manhã, enquanto ia com a minha mãe até o hospital, e contado como Baekhyun estava. Não mencionei o fato de que ele havia tentado salvar Minseok, pois minha mãe me encheria de perguntas, mas Luhan certamente entendeu.
- Ninguém pode entrar até que descubram o que aconteceu – eu disse e ele respirou fundo, decepcionado.
- Não vão descobrir, só se a gente contar – ele disse, mas eu neguei. – É, eu sei, não é seguro.
Meu amigo juntou-se a mim, sentando-se no banco do corredor silencioso. Ele segurou uma de minhas mãos enquanto assistíamos o vai e vem dos enfermeiros. Um deles sempre entrava no quarto de Baekhyun e saía sem dizer uma palavra. Tentei perguntar algo a ele, mas sempre era respondida com um "desculpe-me, você precisa falar com um dos médicos sobre isso".
- Está aqui desde cedo? – Luhan indagou e eu disse que sim. – Comeu alguma coisa pelo menos?
- Minha mãe me obrigou a fazer isso – eu respondi e ele sorriu fracamente. – Aliás, obrigada por ter vindo.
- Deveria ter me ligado ontem mesmo – ele falou, mas eu estava tão atormentada por tudo que até me esquecera de fazê-lo. Apertando seus dedos com os meus com um pouco mais de força o fez compreender que eu ainda estava agradecendo por ele estar ao meu lado. – Escuta, vamos sair um pouco daqui.
- Não, Luhan, todo mundo vive me tirando daqui – eu reclamei, mas ele foi insistente.
- Só uma voltinha – ele pediu, já pronto para se levantar. – Aposto que você só levantou pra ir ao banheiro... Se bobear, sua mãe te trouxe algum lanche e você comeu aqui mesmo.
Rolei os olhos, porém não havia uma desculpa pronta que pudesse me ajudar a convencê-lo. Luhan puxou-me para perto e guiou-me para fora, onde o céu estava cinzento porque acabara de chover. Tive vontade de zombar dele uma vez que não havia um lugar seco onde pudéssemos nos sentar, mas fiquei quieta, apenas porque não estava me sentindo bem. Meu amigo continuava de mãos dadas comigo, procurando um bom assunto que pudesse nos tirar daquele drama todo que circundava o hospital. Parou de frente comigo, sorrindo.
- Eu já falei que odeio te ver assim, não é? – ele perguntou e eu concordei, lembrando-me de quando ele invadia meu quarto e me dava broncas caso eu estivesse triste. – O problema é que não estou animado o suficiente pra colocar um sorriso no seu rosto.
Eu já tinha reparado nisso ao me atentar ao seu olhar.
- Me desculpe – ele pediu e eu me aproximei, depositando um beijo em seu rosto.
- Você está me ajudando mais do que nunca.
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Dois dias haviam se passado quando finalmente pude entrar no quarto de Baekhyun para ficar um tempo ao lado dele. Minha mãe permitiu o acesso, porém não me deu nenhuma informação sobre o quadro de meu primo ou se havia algum diagnóstico. Decidi que seria melhor não insistir ou ela acabaria tirando coisas que não deveria de mim. O mínimo resquício do segredo poderia nos colocar em maus lençóis, então me contentei em saber que ele não tivera novos sangramentos.
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What Is Love
Teen FictionDescobri muitas coisas depois que Baekhyun se mudou para a nossa casa: ele era um bom menino, desenhava como ninguém e podia salvar as pessoas, literalmente. Descobri também o significado do amor, mas um segredo poderia colocar todos os nossos sent...