- Como foi no hospital?
Baekhyun nem precisou de uma resposta. Tentei esconder que estava triste e ensaiei durante todo o caminho de volta para casa, mas de nada havia adiantado. Rumei em direção a ele, pronta para ganhar o abraço de que precisava, e meu primo me acolheu compreensivamente.
- Minseok e eu discutimos - eu contei, lembrando-me de que havia deixado o quarto depressa demais. Eu não ia conseguir ficar mais tempo ali, sabendo que corríamos o risco de nos machucarmos.
- Não fique assim - ele disse. - Tente se colocar no lugar dele.
- Foi nisso o que pensei o caminho inteiro - eu falei e respirei fundo, afastando-me um pouco de Baekhyun. Seus olhos estavam assistindo-me com uma atenção absurda. - Eu... Tenho que voltar lá.
- Posso ir com você?
Por um segundo, a ideia de tê-lo ao meu lado me pareceu totalmente errada e devo ter expressado isso de alguma forma, pois Baekhyun mordeu o lábio, desconfiado.
- O que foi? - eu perguntei.
- Você não quer que eu vá... - ele falou e era verdade. Eu não saberia dizer exatamente o que estava se passando na mente dele naquele instante, mas poderia imaginar quais eram as ideias que poderia estar tendo. - Olha, eu não vou fazer nada, se é isso o que você tanto teme.
- Baekhyun, não quero brigar com você - eu expliquei, largando-o e me jogando no sofá em seguida, mantendo os olhos em minhas próprias mãos, como se estivesse mesmo preocupada com o estado de minhas unhas. A última coisa de que precisávamos era de outra pequena discussão como a que havíamos tido noites antes e ele sabia disso, porém, não passou pela minha cabeça que ele pudesse estar achando outra coisa da situação toda.
- Tudo bem se não quiser que Minseok saiba sobre nós – meu primo disse, ainda imóvel. – Também tem medo disso, não é?
Abri a boca para respondê-lo, mas não consegui encontrar nenhuma palavra. Eu não tinha pensado sobre isso, sobre o quanto as coisas haviam mudado e sobre como eu teria de informá-las a um Minseok que agora parecia tão distante de mim.
E é claro que não consegui dormir bem naquela noite, pensando em como seria se Minseok me pedisse para reconsiderar, para voltarmos ao que éramos... Se eu ficaria feliz com isso ou se me sentiria mal por ter partido para outra tão depressa. Só então compreendi que tinha dito sim a Baekhyun e que agora nós tínhamos algo realmente sério um com o outro.
Acordei com os latidos de Dutch, tendo a impressão de que ele estava dentro de casa fazendo alguma algazarra. Estiquei os braços e reparei que não era tão cedo: talvez eu tivesse demorado mais do que pensei a pregar os olhos.
Quando desci as escadas e alcancei a cozinha, Baekhyun estava lavando as mãos na pia enquanto Dutch pulava na porta de vidro, impaciente.
- O que está acontecendo? - eu perguntei e meu primo deu de ombros, desligando a torneira e secando as mãos num pano.
- Dutch está agitado, não sei o que ele tem - dizendo isso, Baekhyun parou do meu lado e nós dois encaramos o animal, que virou a cabeça como se não entendesse por quê estávamos conversando enquanto ele esperava do lado de fora.
Continuei parada até o momento em que Baekhyun tocou meu rosto, tirando-me da distração.
- E você... Está melhor? - ele perguntou e eu fiz que sim com um aceno de cabeça, num gesto não muito convincente. Ele sorriu e tirou o celular do bolso da calça, puxando-me para fora da casa. Sentou-se no gramado, recebendo Dutch que imediatamente abrigou-se no colo dele, e apontou para seu lado, pedindo para que eu me juntasse a eles.
VOCÊ ESTÁ LENDO
What Is Love
Teen FictionDescobri muitas coisas depois que Baekhyun se mudou para a nossa casa: ele era um bom menino, desenhava como ninguém e podia salvar as pessoas, literalmente. Descobri também o significado do amor, mas um segredo poderia colocar todos os nossos sent...