Capítulo 11

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- Vá ver o Luhan - Baekhyun repetiu, segurando a toalha contra sua boca.

Eu havia me recusado algumas vezes, mas ele insistia. Com o rosto virado para baixo, era como se ele me evitasse, tentando convencer-me, mas eu queria ficar ali, pois sabia que meu primo não estava bem. Ele fechou os olhos e eu entendi que estava preocupado, então dei um passo em sua direção e afastei a toalha com uma de minhas mãos, usando a outra para afagar sua bochecha esquerda.

- Obrigada por ajudá-lo – eu agradeci e impulsionei meu corpo para depositar um rápido beijo em seus lábios trêmulos. Deixei-o e, para a minha surpresa, Luhan estava no corredor.

- Está tudo bem? – perguntei, estranhando a sua expressão fechada. Meu amigo bateu levemente com as costas na parede como se procurasse por apoio.

- Então era esse o motivo – ele disse, deixando o ar escapar de sua boca como se contivesse uma risada irônica. – Você realmente estava me escondendo alguma coisa.

- Luhan, eu... – tentei começar, mas ele balançou a cabeça negativamente e rumou de volta à sala. Passei as mãos por meus cabelos e segurei a vontade de chorar, só então correndo atrás dele. Kyungsoo apontou para as escadas e eu pedi que meu irmão fosse ver Baekhyun enquanto eu subiria para o quarto de hóspedes.

Como esperado, a porta estava trancada. Eu a forcei, fazendo barulho para que meu amigo soubesse que eu estava ali.

- Luhan, abre – eu pedi, dando batidas na madeira. – Por favor, vamos conversar.

- Desde quando você deixou de me contar as coisas? – ele gritou de lá de dentro e pude notar a raiva em seu tom de voz. Ele deveria estar demasiadamente decepcionado.

- Me desculpe, por favor – eu disse. – Abre a porta.

Mas ele não respondeu. Sabia muito bem o quanto o silêncio me machucava e estava usando isso contra mim naquele momento. Espalmei minhas mãos na porta, sem poder mais segurar o choro. Continuei pedindo para que ele me deixasse entrar e minha voz ficava cada vez mais embargada. Tão embargada que logo eu poderia afogar-me em minhas próprias súplicas. Ele estava certo em não querer me ver. Em se sentir traído. O que eu estava desmanchando não era simplesmente uma bonita amizade.

Eu o estava desmanchando.

- Eu tinha que ter contado antes, eu sei disso – falei baixinho, mais pra mim mesma. – Não queria despejar tantos segredos de uma só vez.

O fato de ele ter descoberto sobre o poder de meu primo também era um peso sobre as minhas costas. A preocupação aumentava para todos os lados. Respirei fundo algumas vezes, quase desistindo: talvez Luhan não quisesse mesmo ouvir qualquer desculpa minha, talvez ele precisasse ficar um pouco sozinho. Retirei minhas mãos da porta e as deixei cair ao lado de meu corpo, dando um passo para trás. Porém, a maçaneta se mexeu e depois de ouvir o clique da fechadura, engoli a vontade de me esconder em meu quarto, prestando atenção apenas ao rosto corado de Luhan. Ele não disse nada, só esticou uma das mãos e tocou minha bochecha. Pisquei lentamente, sentindo aquele contato como sendo a minha oportunidade de não deixar as coisas se perderem ainda mais, e o deixei escorregar os dedos por meu pescoço, sabendo que ele me puxaria para um abraço. Sentir seus braços em volta de mim nunca fora tão reconfortante como estava sendo naquele momento.

- Como seu melhor amigo, acho que tenho que te entender agora também.

Apertei meus dedos em sua camiseta, tentando passar através de gestos o quanto eu me sentia mal por ter escondido tudo aquilo.

- Me desculpe – eu repeti e ele se separou de mim, indicando o interior do quarto, como se pedisse para que eu entrasse. Dei alguns passos, acompanhando-o quando ele fechou a porta. Nós nos sentamos na cama, um do lado do outro. Usei as mangas da minha blusa para secar as lágrimas que haviam escorrido por meu rosto e não pude deixar de notar que os olhos de Luhan estavam um pouco vermelhos.

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