Capítulo 17

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Meu melhor amigo não insistiu quando retornei ao quarto e expliquei que Baekhyun estava ocupado conversando com Kyungsoo. Ele também não quis continuar com a nossa discussão e apenas comentou que tinha ido visitar Minseok um dia desses. Nós nos deitamos lado a lado em minha cama e passamos um bom tempo em silêncio, ambos mirando o teto, presos em nossos próprios pensamentos. Se eu fechasse os olhos, conseguia imaginar a expressão de desapontamento de meu primo... Conseguia imaginar-me em seu lugar, vendo a pessoa de quem ele gosta beijando outra. Seria como vê-lo beijando a HeeYoung, sua ex-namorada, cujo rosto ainda era claro em minha memória.

Respirei fundo, evitando o contato com meu amigo ao notar que ele estava virando o corpo para me olhar e senti que precisava contar a ele o que tinha ouvido.

- Baekhyun quer usar o poder de cura para salvar Minseok - eu disse, lembrando-me do diálogo entre os dois. - Ouvi parte da conversa dele com meu irmão.

- Baekhyun pode salvar Minseok? - Luhan indagou de repente, tirando-me de meu devaneio. Eu respondi com um resmungo positivo. - Ele pode... Morrer?

- Se ele ficou daquele jeito quando curou o seu braço, imagino que vá correr esse risco - eu me lembrei do sangue sendo expelido na pia e de como Luhan ficou impressionado com o ocorrido. - Por que ele está cogitando fazer isso quando eu o machuquei dessa maneira?

- Talvez ele ache que assim vai te fazer feliz - Luhan respondeu, pensando nas palavras corretas a serem aplicadas de modo a não parecer que estava concordando com a ideia, embora eu desconfiasse que isso parecia muito bom aos seus olhos.

- Não posso ser feliz se algo ruim acontecer com ele - eu tentei explicar e Luhan levantou outro ponto.

- E se algo acontecer com Minseok? - ele questionou, sabendo que eu não rebateria. - Estar doente não quer dizer que ele tem que morrer.

- Ele não vai - eu disse, pois era nisso que eu queria acreditar. Luhan suspirou.

- Você sabe que ele não está respondendo bem ao tratamento - comentou, fazendo-me sentir uma pontada forte no peito. - Eu não estou concordando com o que Baekhyun sugeriu, mas eu não vejo um motivo para impedi-lo.

- Luhan, não... - pensei em contar sobre o marido da senhora Fong, mas esse era um segredo dela que, a meu ver, eu não tinha o direito de dividir. Contei apenas a Baekhyun, por motivos óbvios. - Eu não quero que ele faça isso. Não quero que ele se arrisque. Não sabemos o que pode acontecer, os dois podem... Os dois podem morrer.

Meu amigo pareceu entender o meu ponto de vista e pegou uma de minhas mãos, fazendo-me finalmente olhar para ele.

- Ele apenas sugeriu, não quer dizer que vá fazê-lo...

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Podia ver nos olhos de minha mãe a desconfiança dela com relação ao silêncio na hora do jantar e torci para que não perguntasse nada a respeito, uma vez que eu ainda não tinha conversado com Baekhyun como pretendia. Luhan havia me feito prometer que eu não deixaria as coisas simplesmente correrem ou ele ia desistir definitivamente de estar ao meu lado: coisa que eu nunca havia escutado antes, ao menos não diretamente de sua boca.

Eu estava, porém, guardando minhas palavras e regando-as com certo receio de tomar a iniciativa de falar com meu primo, mas isso não mais funcionou depois que todos nós nos levantamos da mesa e subimos para o segundo andar. Eu fui a última e, achando que meu primo não falaria comigo, segui direto para o meu quarto. Baekhyun, porém, me puxou pelo pulso, fazendo-me parar antes disso, deixando-me aflita por não saber por onde começar.

E foi estranho por longos segundos, pois ficamos olhando um para o outro enquanto ele ainda me mantinha por perto. Lentamente meu rosto começou a esquentar e, por impulso, quase forcei meu pulso para me desvencilhar, mas não o fiz por achar que ele poderia entender tal gesto de forma errada. Seus olhos me diziam que ele estava chateado e não era para menos: ele me fitava como se quisesse perguntar o que eu realmente sentia por ele e por Minseok. Como se quisesse saber se não estava perdendo seu tempo.

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