JAKEBebe já havia apagado no momento em que saímos do estacionamento. Tentei dirigir o mais devagar possível, mas parecia que não importa a velocidade, ela estaria apagada de um jeito ou de outro. Estaciono o carro em frente ao seu apartamento, pegando-a no colo para poder levá-la até sua casa. O caminho não foi fácil, mas mesmo resmungando, ela conseguiu ficar em pé apenas enquanto eu abria a porta, depois disso desmaiou novamente. Em meu colo, ela passou os braços por cima dos meus ombros, como soubesse também que eu era a única coisa que a impedia de cair.
No corredor ela aponta para a porta ao lado de um armário de madeira, aparentemente mais um dos móveis da casa que estava repleto de discos de vinil. Rapidamente abro a porta e a coloco em sua cama, tirando seus sapatos e puxando as cobertas para que ela pudesse dormir. Ela puxa as cobertas ainda mais para perto do seu corpo, e vira de costas para mim. Suspiro após o trabalho todo, parando enfim para respirar. Só naquele momento paro para observar o seu quarto, as paredes cobertas com um papel cinza e de auto-relevo, com flores desenhadas em um tom mais claro e destacado; prateleiras repletas de livros, porta-retratos com fotos de sua infância... Era como se eu estivesse alí, em seu cérebro, no centro de tudo aquilo que ela tentou me manter afastado, e mesmo assim não saberia como defini-la. Ela era simplesmente assim: um mistério ambulante.
Sim, aquelas semanas tinham sido difíceis, sem comentar no quanto de autocontrole tive que ter na noite do seu aniversário, por vários motivos. Ouvi-la dizer que me queria, alí, foi melhor do que receber a notícia de que se ganhou na loteria. Foi apenas aquelas palavras saírem de sua boca que eu soube: não faria mais as coisas da forma que tinha sido antes. Aquilo tinha um custo, um custo enorme, já que desde aquele dia Bebe tinha feito de tudo para chamar a minha atenção, e estava conseguindo.
Me deito em uma poltrona que não ficava muito longe, parando do outro lado de sua cama, apenas para estar ali por perto caso ela precisasse de mim. Antes de relaxar completamente o meu corpo na poltrona, olho em seu relógio digital que marcava 1:30 da manhã; quando acordo de supetão por ter deixado a cabeça pender, ele já estava marcando 4:00, e foi aí que a ouvi se mexendo.
Me levanto em direção à cama, mas o barulho faz com que ela se vire.
- Jake? - diz, murmurando enquanto colocava a mão em seu rosto - Argh, puta merda!
Ela puxa um dos travesseiros que estava do seu lado e o põe no rosto, provavelmente percebendo o que tinha acontecido, e o porquê da minha presença ali.
Me sento ao seu lado na cama, colocando os braços por cima dos meus joelhos, tentando ao máximo não rir de sua situação. Ela tira o travesseiro de seu rosto lentamente, mas ainda com os olhos fechados, e só abrindo-os depois de passar um bom tempo encarando o teto branco do quarto.
- Eu falei alguma besteira? - diz, franzindo a testa enquanto tentava ao máximo não abrir os olhos, com certeza com a luz do abajur incomodando a sua vista.
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ALMOST FAMOUS // jake kiszka
Fanfiction• Bebe Bonham é uma estrela em ascensão. Nascida puramente no mundo do rock, vocalista da banda do momento, a garota mais comentada nos sites. Ela vive rodeada por drogas e álcool, mas sua vida se abala com fantasmas de seu passado ao mesmo tempo e...