19:45 da noiteAcordo num susto
- HHAAAMMM! - Com meus olhos arregalados, olhei para cada canto do recinto em que estou no momento. Eu vi no quarto: macas, monitores cardíacos, um homem sentado de avental me olhando feio e uma enfermeira caída no chão aparentemente apavorada que saio correndo e gritando "DOUTOR, DOUTOR O PACIENTE ACORDOU". Duas enfermeiras correram na minhas direção direção. Uma delas dizia para eu deitar, para eu mi acalmar enquanto a outra preparava uma seringa e vinha pra cima de mim.
- Ei, ei, ei, que que é isso moça!? - Me debatia em cima da cama, mas a enfermeira que dizia pra me acalmar, me amarrou na maca sem eu perceber. A injeção foi aplicada no meu braço com cautela. Ela fez eu sentir meus braços ficarem moles, minha visão ficar turva enquanto via minha mãe e um médico chegar na sala. Então, chegou o momento em que tudo o que eu via era pura escuridão.
P.O.V MÃE DE MORO.
19:50 Entrei no quarto onde Moro estava internado a pelo menos oito horas. Ele ficou em uma espécie de coma de curto prazo em que o mesmo soltava uns gemidos estranhos, tinha uns pequenos espasmos e era necessário dar uma quantidade estranhamente alta de morfina para ele. Sou enfermeira em um pequeno hospital longe daqui, entendo dessas coisas.
- Senhor, o que está acontecendo com o meu filho? Nunca vi esse tipo de caso antes. - Perguntei intrigada para saber o que o médico tinha em mente.
- Quer que eu seja franco senhora?- Balancei a cabeça positivamente, aquilo não parecia que estávamos indo para uma um tipo de doença que se cura com antibióticos e muito amor. - Vi um caso parecido com esse caso apenas uma vez em meus trinta anos de carreira e acredite em mim quando eu digo que não vai gostar gostar dos resultados se eu estiver certo.- Voltou a olhar a prancheta.
Voltei meu olhar para o Moro apagado na cama com os pulsos amarrados me fazendo perguntas do tipo: "Por que ele está assim? Como ele ficou assim? Pra que tanta morfina e sedativos? Aquilo não era normal e o médico parecia estar escondendo algo. Seja lá o que fosse, tinha certeza apenas de uma coisa: Se acontecendo algo ruim com o Moro; Kiro estava envolvido.
- Droga. - Foram as palavras que tiraram da minha linha de raciocínio. - Levem ele para a sala de ressonância magnética, a senhora vem comigo. E pelamor de Deus não tirem os sedativos por nada! - disse o médico totalmente aflito saindo da sala com eu como acompanhante.
20:16 da noite
Estamos na sala de ressonância, havia mais cinco médicos no recinto em total silêncio. Moro estava do outro lado do vidro dentro da máquina, ele continuava amarrado.
- QUE MERDA! - Berrei mesmo, vão fazer o que? Me prender? - Já estou sem paciência! Meu filho está amarrado, inconsciente e vocês médicos que deveriam estar cuidando dele, estão aí, parados em puro silêncio me fazendo de tonta não me dizendo que ah de errado! - Terminei.
Todos os olhares assustados se voltaram para mim diretamente e eu não estava nem aí. Queria respostas e as queria agora!
O doutor responsável por Moro olhou para o painel inteligente enquanto mexia no mesmo com os dedos. Até que seus olhos cansados bateram na imagem que acabara de receber de seu paciente. Se encostou na cadeira, colocou a mão na cabeça e disse: - Era isso que eu temia - Meu coração gelou.
- Temia? O que você temia?!- Ele fez um sinal com as mãos para me aproximar.
- Consegue ver isso?- Disse apontando para a imagem apenas da cabeça esquelética de quem estava deitado na ressonância. Aproximou até ter uma visão bem clara da mandíbula. Foi quando eu vi os dentes. Oohh, aqueles dentes não eram normais, estavam extremamente afiados, os caninos principalmente. - E isso. - ele movimentada seu dedos mais um pouco até nos levar suas mãos e pés: Havia ossos extras que se assemelhavam a garras longas e compridas que se estendiam para fora do corpo. Eu não tinha palavras, já não sabia o que pensar, senti minhas pernas amolecerem aponto de me fazer cair em meus próprios joelhos, não sabia como era minha expressão, tinha chegado ao ponto onde nem me lembrava onde estava. E como se não bastasse, ele terminou com:
- E isso. - Ergui minha cabeça lentamente até às imagens que nos levam a sua coluna em uma visão lateral. - Vê isso inchaço aqui? - Apontou para uma longa marca inchada que ia do lombar até o meio dos ombros. - Tem algo crescendo nas costas dele, e com esse tamanho parece que não vai demorar para sair.-
Quando parece que ele vai dizer alguma coisa, o barulho que indica quando tem algo de errado com o paciente começa a tocar incessantemente.
- O que está acontecendo?! Eu mandei não tirar os sedativos! - Se virou dizendo para os funcionários.
- Mas não tiramos!- disseram apavorados sem entender o que estava acontecendo ao contrário do médico responsável.
Olhei para Moro através do vidro que se debatia violentamente com se estivesse tendo um ataque epilético muito sério. O monitor cardíaco estava delirando, quando de repente ouve um apagam na sala e todos os sons cessaram, até que...
Um estrondo estrema mente alto se ouve assustando todos na sala. Então a luz do lado de dentro do vidro é ligada sozinha revelando para todos: Moro de lado olhando para o chão sem sem sua camiseta com a boca entreaberta revelando sua enormes presas brancas que liberavam uma respiração pesada e longos rosnados. Sua orelhas sumiram e apareceram como orelhas de felinos voltadas para traz mostrando sua raiva. Com seus músculos tensos, ele mostrava suas garras em seus dedos que iam e voltavam em suas mãos. Como se não bastasse, tinha uma longa e forte calda dourada com uma curta pelugem castanha no final que se contorcia de um lado para o outro.
Mas o que mais me aterrorizava em toda a cena, eram seus olhos azuis me encarando que me faziam sentir como se toda a felicidade fosse tirada do mundo.

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A Minha Besta
Teen FictionEm 2235, houve uma era de caos entre o homens. Os cientistas acreditam na possibilidade de combinar o DNA humano com o de animal. E assim foi feito. Milhares de pessoas foram feitas prisioneiras e cobaias de desse plano irracional. Porém, depois de...