Seus olhos ficavam mais azuis a medida em que ele dizia cada palavra. Me virei rapidamente para Kiro que está com uma expressão de terror puro.
De repente, vi pequenas fagulhas de eletricidade vindo das paredes de dentro da jaula. Ouvi Moro gritar e se contorcer. Me dei conta que um dos médicos estava apertando um potão que dava choque em quem estava dentro da jaula.
- Pare! Está machucado ele! - Gritei tentando fazer-los parar, quado o Igarash me segura pelos ombros e diz:
- Esse não é seu filho! - Sem entender nada, percebi que os choques tinham parado e ele cai por terra mais uma vez.
- Me explica isso. - Disse bem séria
- *suspiro*... Seu filho agora é uma metade fera, como já te disse antes. Aparentemente, essa fera tomou o corpo de Moro por um tempo por causa da raiva do seu filho. A raiva é o gatilho. - Ele me soltou e continuou. - Precisamos liberta-lo e logo. - Me deu as costas e saio para algum canto do recinto.
Então é isso? Vou perder meu filho? Acabou? O médico disse que temos que solta ele. Mas não posso perder ele.
- Mãe... Mamãe! - A voz de Moro passam por meus ouvidos como uma canção. - Mãe, onde eu tô?! -
- Filho!? Filho, você está bem! - Lágrimas escorriam dos meus olhos me cegando um pouco. - Filho, me desculpa... Eu sinto muito... - fique fraca por conta da tristeza e das lágrimas e acabei ficando no chão chorando na frente do vidro.
MORO NARRANDO
Eu não estava entendendo nada. Minha mãe estava chorando horrores e meu irmão estava encolhido no canto quando um homem de jaleco branco se agachou, olhou nos meus olhos e disse:
- Precisamos conversar. -
Depois de ouvir inúmeras loucuras e de surtar muito, eu me acalmei, ou melhor, tentei. Era como se uma bomba atômica e uma bomba nuclear tivessem um filho e ele estivesse nascendo na minha cabeça.
Enfim.... Me disseram que iriam me transportar para uma área onde eu poderia viver em segurança. Eu iria para uma espécie de savana onde alguém iria me ensinar a ser o que me tornei. Estou com medo devo admitir, mas não tenho escolha aparentemente.
Me deram um soro que fez com que eu me transformasse de novo, mas continuaria no controle. Não doeu tanto quanto na primeira vez, foi estranho quando percebi o que tinha me tornado. Fique apavorado, óbvio, só que essa sensação não durou muito tempo. Parecia... Eu não sei.
Fui colocado dentro dentro de um caminhão blindado acorrentado pelo pescoço, nas quarto patas e no meio da barriga.
Não conseguia ficar parado, o caminhão balançava demais e eu não tinha mais forças para me aguentar.
Estava sonolento, acho que estávamos andando a tanto tempo que nem sei mais se está de dia ou noite. Acho que estava com tanto sono que acabei dormindo.
Senti o caminhão parar, e a primeira coisa que eu percebi foi o cheiro. Era seco, tinha cheiro de poeira e mata. O portão do meu transporte foi aberto e apareceram dois cara com uma espécie de armadura fofa coberta de almofadas duras. Eles vieram na direção em que eu estava e forçaram minha cabeça para o chão para tirar minhas correntes sem que eu os machucassem.
Desci do caminhão acorrentado. Estava de noite, vi minha mãe junto com meu irmão e o médico. Os caras me segurando me disseram atravessar uma espécie de lilha muito estranha que percorria até o horizonte, saído do meu campo se visão. Tiraram as correntes e correram para o outro lado.
O doutor chegou perto e se abaixo até ficar na minha altura.
- Você está indo muito bem. Nunca vi alguém passar por isso de formo corajosa. - Se levantou e foi na direção de o que parecia ser uma caixa de força.
- Não é coragem, só não sei como reagir. - Sentei e abaixei minha cabeça colocando meu rabo do meu lado.
- Compreensível. - Ele apertou um botão que fez com que minha coleira se soltasse e caísse no chão fazendo um barulho alto.
Passei minha pata pelo meu pescoço, "bem melhor" pensei.
- Está pronto pra recomeçar? - O bom de mais idade olhou para mim e colocou a mão em uma grande alavanca.
Me aproximei o máximo que eu pude da linha. Virei um pouco minha cabeça, olhei para minha mãe e para o Kiro. Depois, olhei devolva para o médico e disse. - Não. -
- Que bom. -
A alavanca foi puxada, um feixe de luz que logo se transformou em uma onda extremamente fina que foi se formando por toda a linha. A cada segundo ela foi ficando maior e maior até que se fechou no meio do céu formando uma espécie de escudo. " Parecia mais um globo de neve".
Por fim, a proteção ficou meio transparente, conseguindo ver o que estava do outro lado.
Minha mãe se aproximou do campo e eu fiz o mesmo. Ela colocou sua mão na barreira que nos separava. Me apoiei nas patas traseiras e levantei a minha dianteira direita na altura da mão dela.
- Filho... Eu te amo tanto. - Ela estava fraca, estava estampado na cara dela.
- Eu também te amo. Me deseje sorte... - Não conseguindo conter a lágrimas, deixei que corressem pelo meu novo rosto.
- Esse lugar é perigoso... Me prometa que vai tomar o máximo de cuidado que conseguir. -
- Eu vou... - Vi o doutor se aproximar e dizer:
- Com o campo religado, os outros saberão que você está aqui. - Disse apressado, como se soubesse que algo ruim iria acontecer
- Os outros? - Perguntei tentando conseguir alguma resposta.
- Escute, garoto, existem perigos nesse lugar que você vai ter que aprender a lidar. Vão te ensinar. Eles... - Ele parou de falar e deu uma olhada brusca para traz de mim. - Corre. -
- O que? -
- CORRE, AGORA, VAI! -
Me virei bruscamente e vi um par de olhos brilhantes apontados para mim que soltavam um baixo grunhido e levantava e abanava sua longa cauda de um lado para o outro.
- Leopardo. -
Disparei o mais rápido que pude para dentro da floresta escura, e a última coisa que ouvi antes de me desligar completamente pelo medo foi:
- Boa sorte... -
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Oi pessoal, autora falando.
Eu só queria dizer no final do capítulo que eu adoro quando vcs comentam nos meus capítulos.Obrigada por lerem e votarem na minha história. Significa muito pra mim.
Obrigada 😊
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A Minha Besta
أدب المراهقينEm 2235, houve uma era de caos entre o homens. Os cientistas acreditam na possibilidade de combinar o DNA humano com o de animal. E assim foi feito. Milhares de pessoas foram feitas prisioneiras e cobaias de desse plano irracional. Porém, depois de...