Estava zonza, meus olhos não focavam, ouvia um barulho agudo infernal além de muito forte as batidas do meu coração. Foi quando ele começou. O Moro começou a se contorcer, como se todos os ossos dele estivessem quebrando; todos ao mesmo tempo. Pelos começam a crescer pelo corpo todo e a se fundir com a sua roupa. De um minuto para o outro seu corpo se tornou um animal selvagem de pelo dourado e olhos azuis. Que atravessou pela janela de vidro e saio correndo pelo corredor principal do hospital.
- O paciente fugiu! Claudia, chama todo o departamento de segurança! - Disse o médico. Ele saio correndo do desesperado junto com os outros que estavam na sala exceto por mim. Eu estava tentando me levantar me segurando na parede os meu lado. Quando consegui me apoiar em meus pés, fui caminhando desorientada pelos corredores procurando o Moro.
Estava difícil de conseguir, havia muito pânico no hospital. Pessoas caindo, gritando desesperadas que ficavam batendo em mim até eu cair com força no chão. Foi quando eu virei ,ainda no caída, meu rosto para o corredor a minha direita e no meio do mesmo conseguia ver o Moro de frente e bem perto de Kiro que tinha chegado no hospital, ambos estavam de lado para mim e não me viram; foi quando eu notei que o machucado do felino estava curado, sem nenhuma cicatriz. Moro soltava grunhidos baixos enquanto seu irmão estava com uma expressão de terror puro em seu rosto. Eu olhava para aquela cena e a única coisa que eu consegui fazer foi:
-Mocaro. - Essa única palavra foi o suficiente para fazer o Moro olhar pra mim com seus olhos azuis penetrantes que fazia com que parecesse que ele estava olhando para dentro da minha alma. Quando de repente, um laço de aço atravessou sua cabeça e fechou em seu pescoço o fazendo soltar eu rugido de susto e curtos rosnados. Moro tentou reagir, mas foi impedido por outro laço que agora atingira sua perna dianteira direita que o segurou. Depois disso, vários seguranças enormes foram para cima dele o imobilizando.
Senti ser erguida pelos braços até que eu ficasse em pé sozinha. Era o mesmo médico de aparência velha que atendeu ao meu filho.
- Venha comigo.- Disse ele tentando me puxar, olhei pra meu menino debaixo de todos aqueles seguranças.- Seu filho ficará bem , eu prometo. - Sem demora fui com ele até o elevador que nos levou a garagem que nos levou até um carro preto onde entramos, não porque desisti, era porque eu não aguentava ver meu pequeno daquele jeito.
22:26 da noite.
Andamos de carro por duas horas com o doutor super calado e eu chorando como uma condenada, quando chegou uma hora em que eu finalmente disse algo:
- O que aconteceu?- Não tinha muito a acrescentar. Ele continuou quieto. - VOCÊ DISSE QUE JÁ VIU ANTES, AGORA FALA! - Não sô de fica esperando.
Ele quase saio da estrada pelo grito, mas recuperou de novo. Respirou, abriu a boca e disse:
- Como eu disse, eu já vi isso antes. Mas já faz tempo... Isso foi a muito muito tempo, quando eu era criança, eu morava com minha mãe e meu pai perto de um bosque que era cheio de animais e minha mãe adorava ir lá mesmo sabendo que era perigoso. Um dia, ela entrou lá e não voltou por muito tempo, nós ficamos muito preocupados, até que ela voltou, toda mordida pelo corpo inteiro. Meu pai colocou ela em cima da mesa de jantar para ver como ela estava. Quando do nada, ela surtou. Ela levantou muito rápido e atacou meu pai até ele não conseguir mais se mexer, eu tinha me escondido no armário da cozinha e assisti tudo. Ela tinha sido contaminada por um meio-lobo. Depois disso, eu nunca mais a vi nem a meu pai vivo. - Ele deu uma breve olhada para mim e soltou um riso soprado.- Eu disse que você não ia gostar.- Senti uma lágrima desceu pelo meu rosto. - Chegamos.-
Quando olhei para fora do carro, vi que estávamos que estávamos muito longe da cidade em o que parecia ser um posto abandonado.
- É aqui? - Perguntei muito confusa o encarando direto nos olhos.
- Por favor, não se limite apenas aos olhos. - Foi o que ele disse antes de sair do carro e eu fazer o mesmo.
COMO QUE UM POSTO PODE AJUDAR MEU FILHO!? Sério, eu estou ficando sem paciência. Ele entrou no posto fazendo muito esforço por ter muitos objetos grandes bloqueando a passagem. Tossi algumas vezes quando foram retirados. O médico seguiu o caminho sem se deixar abalar com muita precisão para onde estava indo. Ele parou em frente a algo que não reconheci de cara:
Uma caixa-registradora.
- É sério? Uma caixa-registradora? COMO ISSO VAI AJUDAR?! - Ele olhou pra mim fixamente com muita seriedade e simplesmente apertou um botão.
Senti o chão tremer até sair do lugar, descendo como uma espécie de elevador 2 por 3 que tinha paredes brancas reluzentes que transmitiam sua própria luz. Não tinha botões, o que significa ele só parava em local específico, só tinha um andar. Isso tá me assustando muito. As luzes foram passando pelas brechas. Senti o elevador parar. As paredes se abriram revelando um largo e longo corredor repleto de jaulas, mas ao contrário de grades, haviam vidros grossos com um animais ou pessoas com traços de animais dentro deles. Diversos cientistas rodeavam os híbridos, analisando eles, anotando tudo.
- Vamos, preciso te mostrar uma coisa. - Ele ofereceu seu braço e eu o segurei relutante me levando ao final daquele enorme corredor onde tinha uma quantidade considerável de cientistas rodeando uma jaula específico.
- Vamos pessoal, deem espaço, por favor. - Ele disse em um tom de voz alto suficiente para todos ouvirem enquanto ele dava leves empurrões para darem espaço. Quanto mais ele me ajudava a passar, mais eu via o que tinha dentro.
Finalmente consegui por os olhos no que estava dentro do espaço específico.
Meu Deus.
- Moro.-

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A Minha Besta
Novela JuvenilEm 2235, houve uma era de caos entre o homens. Os cientistas acreditam na possibilidade de combinar o DNA humano com o de animal. E assim foi feito. Milhares de pessoas foram feitas prisioneiras e cobaias de desse plano irracional. Porém, depois de...