VELHO PACIENTE NOVOS PROBLEMAS

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   Naquela hora, comecei a ficar nervoso.
   Se o Sombra me reconhecer, estarei perdido. Mas não sei se a Mama Ayue iria aceita-lo. Pelo que a Angel me disse, eles tem um passado complicado. Talvez ela não o deixe entrar...

   - Deixem ele entrar. - Caramba...

   - O que?! - Questionou Narciso com surpresa.

   - Deixem ele entrar. - Repetiu mais claramente.

   - Não pode fazer isso! Lembra o que ele fez aqui?! Nos traiu da pior maneira possível! - Narciso tentou protestar com todas as forças. Porém, a líder parecia decidida e sem intenção de mudar de ideia.

   - Ele é um animal ferido e desamparado! Se o deixarmos morrer lá fora, estaremos deixando tudo o que acreditamos de lado! - Mama Ayue a repreendeu com uma voz firme. - Nada de exceções, Narciso... - Finalizou.

   - Prometa que é só até ele se curar... - Pediu como um sopro. A grande criatura parecia exitante para fechar a promessa da outra.

   - E-eu prometo. - Tentou soar o mais certa possível. Mas sua voz não gerava muita confiança.

   - Mentirosa... - Narciso parecia bastante decepcionada. - Deixem ele entrar... - Ordenou surpreendendo a todos no local. - Sei que ele significa muito para você, velha amiga. Eu o deixei ficar na primeira vez por ser um jovem ferido. Mas agora ele é um adulto rancoroso e imprevisível. Tentei te alertar enquanto enquanto ele crescia, e você não me ouviu. E para mim já deu... Faça oque quiser... - Sua última afirmação me surpreendeu muito, gerando muito mais dúvidas na minha cabeça. Ela deu as costas para todos e saiu de cabeça baixa.

   - Vá! Ache ele e o traga aqui! - Disse Mama Ayue direcionada ao pequeno hipopótamo.

   - Certo! - Falou o mesmo indo de volta para o rio dentro da copa do salgueiro.

   - Agora, pessoal! Preciso da ajuda de vocês! Couraça, prepare o local onde o Sombra vai ficar! -

   - Sim senhora! - Disse também indo em direção a água.

   - Angel! Abra a passagem para os que eles possam entrar. -

   - Tá bem! - Falou correndo para os ramos para fora da do local.

   - Lola! Preciso das ervas medicinais para os ferimentos! Vá buscá-las! - Lola foi embora silênciosamemte me deixando sozinho com a elefanta. - Vaga-lume! Você vem comigo! - Entrei um leve pânico.

   - C-certo! - Disse nervoso.

   A segui mancando até dentro de árvore parecida com a que eu acordei.
   O Couraça estava arrumado uma cama de folhas ao lado de uma flor de fogo que iluminava muito bem o tronco por dentro.

   - Vaga-lume, sai do caminho! - A Mama Ayue me puxou para trás com sua tromba, liberando o caminho para  um enorme elefante passar.

   Ele estava com o corpo desacordado do Sombra encaixado entre as suas presas. O enorme animal colocou o leão delicadamente sobre a cama de folhas.

   - Nossa, ele está pior do que eu imaginava... - Sussurrou a tirando a tromba da minha frente.

   E era verdade, seu corpo estava coberto de sangue. Cortes e feridas abertas em toda sua carne.
   Parecia que tinha lutado contra um bando inteiro de leões o triplo do seu tamanho.

   - Mor... quer dizer, Vaga-lume, acho melhor esperar lá fora. As coisas aqui vão ficar feias. - Disse Angel aparecendo do meu lado. Ela começou a me empurrar para fora, até que eu tivesse atrás das raízes que cobriam a porta.

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