Simbiose

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"Vós, que sofreis, porque amais, amai ainda mais. Morrer de amor é viver dele."

(Victor Hugo)

•••

Base da Primeira Ordem, tempos presentes.

A sala do trono pareceu vazia quando Rey saiu de lá. Apenas Snoke e sua velha companhia de sempre: Kylo Ren.

O jovem mestre aproximou-se do trono, com incerteza no olhar, encarando o velho lord sombrio à espera de alguma palavra. Alguma ordem, explicação ou um conselho medíocre. Mas não o recebeu. Ao invés disso, viu-se diante de um ser indiferente, com os dedos acariciando seu queixo enquanto o olhar estava perdido no infinito.

Soube que nada viria, então perguntou:

"Está tentando me testar?" A voz era cansada mas clara. Frágil.

Os olhos do Lord finalmente atentaram-se ao rapaz, expressando-se como se apenas naquele instante houvesse percebido sua presença.

"Nem tudo gira em torno de você, Kylo Ren. Estou dando à ela tudo que dei a você." Kylo Ren baixou o olhar, descontente." Sabe que estou tornando-a mais forte."

"Sim, mestre." Ele respondeu em tom baixo, engolindo suas palavras. Por um tempo ficou em silêncio, analisando seus próprios pensamentos.

"Por que se preocupa?"

"Talvez ela não seja tão forte para aguentar."

"Não rebaixe a garota, não se compare a ela." Meneou a cabeça. "Não faz sentido se está tentando comparar a força da garota com a sua. Tem muito mais tempo de treinamento que ela, quando lhe peguei era quase um inútil. Até que aquela mestre Dana te ensinou bastante, não fosse por ela não teria um Ben Solo moldado para adentrar ao outro lado. Ela foi necessária. Teria sido alguém grande na Ordem, mas mesmo lidando com as emoções negativas a vida toda não fora o suficiente para aceitar minha oferta e se juntar a ordem. Diga Kylo Ren, o que realmente quer."

"Eu quero saber quais são os planos para Rey."

"Esme... Ren"

"Isso é ridículo, ela não é como nós."

"E você é um tolo, exala o medo."

"Medo?"

"Sim. É exatamente isso. Tem medo que ela seja como nós. Como você..."

Kylo mal pôde perceber o pequeno sorriso irônico formado nos lábios de seu mestre. Relaxou o corpo novamente e descansou as costas no encosto do trono. Os ossos da bacia ruíram, estava velho, acabado no estado físico, não fosse por toda habilidade, diria até que estava fraco.

"Ela não seria"

"Por que tem tanta certeza. Você realmente acha que a conhece?"

"Eu sinto, dentro de mim, como se fosse algo maior. Rey não parece estar em minha vida, nossas vidas, há apenas alguns meses. Parece que eu a conheço, como se fosse de outra vida. E isso é tão cruel. O que há nela? O que a torna tão especial?"

Snoke revirou os olhos e depois sorriu, contendo o riso para si mesmo, mas Kylo não era bobo, e suas emoções estavam muito ligadas à seu mestre, o que fez com que alguma chama estalasse dentro do peito. Desconfiou.

"Sabe de alguma coisa?" A feição de Snoke fechou, e ele fitou o aprendiz.

"Que besteira." Limpou a garganta.

"Eu sei que há algo, não posso estar louco. Você também deve sentir." Respondeu. Kylo então deu alguns passos em direção ao líder, quebrando a distância. "Eu preciso saber." Suplicou, ganhando uma certa atenção ao olhar de Snoke, que não houvera recebido antes.

Herdeiros do Império - CONCLUÍDA Onde histórias criam vida. Descubra agora