▶Quatro◀

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Agora eu não quero mais 

Manter a minha paz 

Eu gosto do caos que você me traz

Jão - Ressaca

▂▂▂

Eu me viro e reviro por horas. Eu assisto os minutos passando lentamente no silêncio do relógio, enquanto o luar espreita através das cortinas. Um milhão de pensamentos, um milhão de perguntas, e um milhão de respostas desconhecidas atravessam minha mente enquanto eu afasto o sono. Sentando-me, eu jogo minhas pernas para o lado da cama, meus pés batem no chão. Vagando do quarto para o banheiro, eu procuro ao longo da parede um interruptor de luz.

Quando a ofuscante luz toma conta do banheiro, eu levanto minha mão para cobrir meus olhos. As paredes brancas, o azulejo branco, as toalhas brancas não fazem nada para evitar o brilho. Eu giro o botão na torneira da banheira e ela começa a encher com água morna. Espero que um banho me acalme. Em pé, na frente do espelho de corpo inteiro, eu deslizo meus braços para fora do sutiã e retiro minha calcinha. Meu cabelo comprido está solto, e minha pele parece pálida e cinza. Eu pareço a morte.

Ugh...

Entro na banheira gigantesca, estou surpresa que minha estrutura de um metro e setenta possa se estender quase totalmente. Meus músculos começam a relaxar na água, e eu descanso minha cabeça para trás na borda da banheira. Embebendo um pano na água quente, eu o enrolo e coloco sobre meus olhos, inalando respirações profundas quando meu corpo começa a finalmente relaxar. Devo ter cochilado porque quando eu finalmente acordo a água está fria e incomoda a minha pele enrugada. Eu estava tão cansada. Puxando a tampa, eu ligo o chuveiro para tomar realmente um banho.

Usando o pequeno frasco de sabonete e xampu que estão ao lado da banheira, eu rapidamente lavo o meu cabelo e o meu corpo, saindo para o tapete fofo que fica do lado de fora do chuveiro. Torcendo meu cabelo comprido em uma toalha na minha cabeça, eu encontro outra para secar meu corpo e a envolvo em mim, prendendo-a no lugar. Puxo a toalha da minha cabeça e passo um pente pelos nós, deixando meu cabelo para secar naturalmente sobre os meus ombros.

Sinto sede, e eu olho entre o despertador que mostra três da manhã e a porta fechada do quarto. Minha calcinha e sutiã estão no chão do banheiro, e eu não tenho nenhum pijama ou robe. Serei rápida.

Certificando-me que a toalha está firmemente embrulhada em torno de mim, eu abro lentamente a porta apenas alguns centímetros. Espio pelo corredor, sem sinal de Jace. O apartamento está escuro. Eu vou ser muito rápida. Atravessando o corredor, eu sigo na ponta dos pés para a cozinha, com cuidado para não tropeçar em nenhuma das banquetas.

Alcançando a geladeira, eu pego uma garrafa de água e retiro a tampa e bebo o líquido frio. Paraíso. Quando decido voltar para o quarto, eu paro na frente da despensa, pensando. Eu deveria voltar para o meu quarto, mas estou curiosa.

Tranquilamente uso a maçaneta, dou um passo e acendo a luz, estudando tudo o que tem lá dentro e tomando nota de todos os ingredientes que eu precisaria para fazer biscoitos de chocolate para Jace.

— Encontrou o que você está procurando?— Sua voz é suave, mas me assusta.

— Merda! — Eu grito, me virando e derrubando a garrafa de água.

Uma risada baixa desliza dos lábios de Jace, e ele se abaixa para pegá-la.

— Você é sempre nervosa, Clary?

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