▶Seis◀

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Eu vim te ver, para me entreter
E me roubou um beijo que não pensa em devolver
Me sentia voando, ia escapando
Quando menos pensava, já estava me abraçando
E siga assim, não pare mais
Você se converteu em uma doença
E siga assim, assim, não mais
Que quanto mais perto você chega
Mais aumenta minha ansiedade

Shakira & Maluma - Clandestino

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Eu corro. Eu me afasto de Jace e corro.

Enterrada sob o meu edredom, eu luto com o que significou aquele beijo.

Foi suave.

Doce.

Necessitado.

Carinhoso.

Mas acima de tudo... ele estava me reivindicando.

Eu o deixei me beijar e o beijei de volta. Eu ainda posso sentir o gosto dele na minha língua, uma combinação de menta e cerveja. Eu ainda posso sentir seus lábios macios vagando enquanto suas mãos firmes me mantinham no lugar pouco antes de eu correr.

Por que eu corri?

Merda.

Chutando as cobertas, eu tropeço para fora da cama e os meus pés batem no chão. O luar está espreitando através das enormes cortinas, iluminando o quarto o suficiente para que eu não precise acender a luz. Eu pego o vislumbre de uma sombra de mim mesma no espelho e me xingo por não ter comprado um roupão hoje. Meu short branco de cetim muito curto e a blusinha de alças muito finas deixam pouco à imaginação.

Abro a porta do quarto e caminho pelo corredor, sabendo muito bem que as câmeras de segurança podem me ver. Encontro Jace sentado à sua mesa em seu escritório. Seu rosto está enterrado em suas mãos, seus cotovelos apoiados na mesa de vidro. Eu fico parada por um momento e observo-o. As linhas nítidas de sua mandíbula, seu nariz perfeito. Tudo neste homem é perfeição. Eu pulo quando o grande relógio na parede soa, me dizendo que são três da manhã. Jace está vestindo shorts e camiseta outra vez, seu cabelo está uma bagunça desgrenhada.

— Jace. — Digo em voz baixa para não assustá-lo. Ele não se move. Me aproximando mais, eu digo seu nome novamente. Ele salta e eu congelo. — Eu não queria te assustar.

Seus olhos estão vermelhos quando eles se concentram em mim. Eu pego um vislumbre da tela e vejo as imagens da segurança, assim como duas outras telas. Uma tela mostra uma conta de e-mail e a outra uma sessão de banco on-line que expirou.

— Vamos. Você precisa ir para a cama. — Eu procuro sua mão, e ele pega a minha. Puxo delicadamente seu braço. Ele se inclina para frente e desliga os monitores que exibem informações que não são da segurança. No corredor, eu solto sua mão, empurrando-o em direção ao seu quarto.

— Boa noite, Jace. — Eu sussurro quando viro à direita para o meu quarto, mas sua mão agarra o meu pulso, me impedindo de me mover.

— Por que você fugiu de mim mais cedo? — Ele parece magoado e seus olhos procuram por respostas.

É a pergunta que eu tenho repetido na minha cabeça várias e várias vezes. Hesito em responder - minha resposta soaria embaraçosa até mesmo para mim.

— Por quê? — Ele pressiona.

— Eu não preciso de beijos por pena. Você sentiu pena de mim. Eu pude ver isso em seus olhos. Não sinta pena de mim. — Minha voz está tensa, rachada.

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