Camila Cabello (pov)
Despertei-me lentamente. A luz forte do sol invadia o quarto. O barulho próximo de ondas quebrando, me fazendo perguntar em que lugar estou. Corro o meu olhar por todo o lugar tentando identificar algo. Nada. Definitivamente esse não é o meu quarto.
Será que Roger me trouxe para algum lugar diferente que eu não me recorde? Penso. Não, provavelmente não.
Nunca me traria para algum lugar novo e tão bonito como esse. Com certeza isso pertence à uma pessoa com uma bela conta bancária e o Roger não tem onde cair morto.
Me levanto, caminho até a porta do quarto. Trancada e sem chave. Oi? Como assim?
- Olá?? Tem alguém aí?! Por favor, eu estou trancada nesse quarto. Alguém, por favor!
- Ok, Camila, calma. Respira, daqui a pouco alguém aparecerá. Respira e não surta.... Ahh, pelo amor de Deus! Alguém abra essa porta! Mama?! Papa?! Sofi?! Roger?! Roger, se for mais alguma palhaçada da sua parte saiba que eu ficarei extremamente chateada. Seu idiota!
Ouço barulho de passos se aproximando, uma voz feminina e desconhecida:
- Camila, se afaste da porta para que eu possa abrir. Peço para que você fique tranquila, ok?!.
A porta se abre, uma mulher entra e a tranca novamente. Me olha de cima a baixo como se estivesse certificando-se de que eu estou bem.
- Está tudo bem? Me desculpe a demora, estava lá fora regando algumas flores. - Ela disse com uma naturalidade inexistente para aquele momento.
- Quem é você? O que eu estou fazendo aqui? Me deixe sair desse quarto, agora! - Exigi.
Mas a estranha não deu nenhum sinal de que iria abrir a porta. Pelo contrário, sentou-se numa poltrona em frente a cama, cruzou suas pernas e me encarou totalmente séria com aqueles intensos pares de olhos verdes.
- Se acalme, por favor. Você irá passar alguns dias aqui comigo. Estamos em uma casa de praia. Eu sei o quanto você gosta de natureza, ar livre e tudo mais. - Disse se levantando e caminhando até a janela.
- Olhe como é linda essa vista para o mar. - Disse abrindo a janela, me incentivando a ir até ela. Algo que prontamente eu neguei.
- Você só pode estar louca. Jamais passaria alguns dias com uma pessoa desconhecida. Por favor, pare de bobagens e me deixe sair dessa casa. Não era pra eu estar aqui, tenho mais o que fazer. Eu trabalho, cuido do meu apartamento e do meu noivo. Então me dê essas chaves. - Falei com a maior firmeza possível.
A estranha negou com a cabeça, deu um sorriso fraco e voltou a se acomodar na poltrona.
- Acho que o seu noivo já está bem grandinho e sabe cuidar de si mesmo. Enquanto ao seu trabalho e também a sua família, estão todos avisados da sua ausência por um tempo. Não se preocupe.
- O quê?! Como assim? Você só pode estar brincando. Cadê meu celular? Minha bolsa? - Disse olhando para os lados. - Você confiscou os meus pertences, é isso? Isso é um sequestro? Céus! Você me sequestrou e ainda fez com que não notassem minha ausência! SOCORRO! SOCORRO! - Gritei.
A mulher nem se mexeu diante de meus pedidos exaltados. Com calma se levantou e disse:
- Não adianta gritar. Essa casa é a mais afastada que essa praia possui. E eu não chamaria isso de sequestro. Seria mais como uma temporada de mudanças. Sabemos que você mais trabalha do que vive, Camila, será bom para você ficar um tempo aqui comigo. Te garanto. Não se preocupe.
Dito isso, abriu a porta e saiu. Me deixando perplexa naquele quarto.
Eu só posso estar em um pesadelo. Passei os últimos minutos tentando entender o que está acontecendo. Mas não há resposta plausível para isso. Essa mulher é louca. Eu estou nas mãos de uma louca.
...
Lauren Jauregui (pov)
Já fazia cerca de uma hora desde a nossa conversa. Surpreendentemente, Camila não gritou ou esmurrou a porta do quarto como eu achei que faria.
Sendo assim, acho que é boa hora para levar essas panquecas para ela, mesmo que o horário do café já tenha passado há algum tempo.
Arrumei as panquecas de banana com calda de chocolate e um copo de suco de maracujá em cima de uma bandeja decorada com um lírio que peguei mais cedo na estufa e caminhei até o quarto.
- Camila? - Que estava deitada, sentou-se ao me ouvir chama-lá. - Trouxe algumas panquecas e um suco. Precisa se alimentar. São de bananas e calda de chocolate, suas preferidas. - disse com um sorriso no rosto.
Camila olhou para a bandeja e em seguida para mim com uma expressão entendiada. Negou com a cabeça voltando a se deitar.
Suspirei. Sentando- me na beirada da cama, com a bandeja no colo tentando mais uma vez:
- Camila, por favor. Olha. - disse pegando o lírio e o aproximando do seu rosto. - Trouxe até um lírio para você, da minha própria estufa. São suas flores preferidas, não são? Podemos visitar a estufa qualquer dia, irá adorar. Tem lírios, rosas vermelhas, brancas, orquídeas... - Me interrompeu levantando-se com rapidez, pegando a bandeja e jogando ao chão.
Com o olhar espantado, me levantei:
- Por que fez isso? Se não era panquecas que queria comer, poderia ter pedido outra coisa que eu não hesitaria em fazer.
Me lançando um olhar raivoso, se levantou e disse:
- A única coisa que eu quero de você é que me deixe sair daqui. Não me venha com comida e flores achando que vou me convencer de que ficar aqui com você seja realmente algo bom! Não haja como se você me conhecesse. Sua estúpida! Eu não sei quem você é e nem o que quer de mim, mas saiba que a primeira coisa que eu vou fazer quando você retomar sua consciência perdida e me deixar ir embora é te denunciar para a polícia. - Ela disse, com fúria apontando o dedo indicador no meu peito.
- Desse jeito você dificulta nossa convivência, Camila. - Disse abaixando sua mão gentilmente.
- NÃO ENCOSTA EM MIM! - Berrou. Não existirá convivência alguma, está entendendo? Você não pode obrigar alguém a conviver contigo. Isso se chama cárcere privado. Estúpida! É crime!
- Eu não me importo. Você não entende. Eu só preciso de um tempo com você. Você e eu. Mais ninguém. Eu nunca te faria mal. Não me trate de forma gélida. Só estou tentando me aproximar de você, meu amor. - Falei aflita.
- Meu amor?! - Deu uma risada incrédula. - Definitivamente você é louca. Eu não gosto de mulheres e se em alguma hipótese eu gostasse você seria a última com quem eu me envolveria. Não me relaciono com criminosos. Me deixe em paz!
Cabisbaixa, deixei o quarto.
...
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Love Jail
FanfictionAmor não é aquilo que queremos sentir e sim o que sentimos sem querer. E sem querer, eu te amei.