Cap 15

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Lauren Jauregui (pov)

Nove anos desde o pior dia da minha vida.Nove anos sem a presença do meu filho.

Meu filho.

Ele tinha apenas dois anos. Por que a vida foi tão cruel com o meu menino? Por que? Eu não podia ter o deixado. Eu tinha que salvá -lo. Eu era estudante de medicina, eu tinha que ter feito algo por ele!

flashback

25 de abril de 2010

Ouvi mais cedo no tele jornal que iria cair uma tempestade esse noite em Miami mas não dei muita importância para isso. Terrível engano, maldito dia para estar sem o meu carro.

Reclamarei mais tarde com Avan. Ele não pode simplesmente pegar meu carro na hora que quiser e sem autorização. Vou ter que pedir para me buscar. Não há como sair da faculdade sem um carro nesse temporal.

Após o terceiro toque, Avan atendeu.

"Alô? Avan? Preciso que me busque na faculdade, está caindo um dilúvio lá fora. Sem chances de conseguir um táxi."

" Oi, meu amor. Tudo bem? Oi, linda. Tudo sim e você? Bem, será que você poderia por gentileza me buscar na faculdade hoje? Claro que sim, minha vida. É assim que uma pessoa educada fala com o namorado dela, xuxu"

'' Está ganhando quanto para tentar ser o engraçadão? Sem gracinhas, Jogia. Sem gracinhas. Pega meu carro sem minha autorização e ainda quer que eu seja simpática? Me poupe."

"Jesus. É hoje. É a TPM? Posso te comprar um chocolate se quiser."

"Não. Isso é o espírito de uma estudante e mãe que está extremamente cansada e louca para ir embora ficar perto do filho e descansar mas que infelizmente, possui um namorado meio pateta. Meio não, completamente pateta que não é responsável o suficiente para levar seu próprio carro em uma mecânica. Anda logo, Avan ou nem pense em dormir ao meu lado essa noite."

"As suas declarações de amor me encantam, linda, de verdade. Ok. Ok. Mas e o Rich? Não quer que eu deixe ele sozinho aqui em casa, quer?"

"Você é um imprestável mesmo. Traga-o se for o caso. Do jeito que Richard é atacado que nem você, realmente seria perigoso deixá-lo aí."

"Ok. Estou indo. Te amo. Minha cavala."

" Pateta." Desliguei.

Avan é um excelente namorado mas tem horas que me dá nos nervos. Nunca vi alguém tão bobo da corte como ele. Às vezes acho que lhe falta alguma seriedade.

Cerca de meia hora depois ele apareceu. Entrei no carro correndo tentando evitar ser atingida pela água.

- Desculpe a demora, pista escorregadia, sabe como é. - Disse bicando meus lábios.

Apenas assenti me virando para trás passando a mão nos cabelos escuros do meu filho que dormia tranquilamente.

- Como foi a aula hoje? - Perguntou dando partida no carro.

- Normal como sempre. Há quanto tempo ele está dormindo? Avan, você não deu refrigerante a ele novamente, deu? Você sabe que ele fica sonolento com essas porcarias que você dá e depois não tem uma boa noite de sono. Quantas vezes eu vou ter que dizer isso? - falei brava.

- Foi só um copo, linda. Um copo, juro. - sorriu amarelo. - Eu estava tomando e ele me olhou com aqueles olhos do gato de botas, não tem como resistir ao irresistível.

- Onde eu estava com a cabeça quando decidi ter um filho com você? Por Deus, Avan.

- Quer mesmo que eu lhe diga onde estava com a cabeça? - gargalhou.

- Idiota. - ri e dei um tapinha de leve em seu ombro.

O caminho estava sendo tranquilo. Até que...

- Avan! Cuidado!

Uma forte pancada me atingiu. O carro rodopiou duas vezes antes de parar no meio da pista. Levantando o meu tronco, levei minha mão a testa onde uma grande quantidade de sangue escorria. Ao meu lado, Avan estava inconsciente. Me virando rapidamente para trás meu coração dispara e meus olhos enchem de lágrimas.

- Richard! Filho. Filho, Rich. Abra os olhos para a mamãe, filho. Abra, por favor. - peço com desespero.

Nada. Nenhum sinal dele ou de Avan.

- Avan! Pelo amor de Deus, acorde! O nosso filho, Avan, o nosso filho!

Saio do carro a procura de ajuda. Nada. Nenhum carro na pista. Entro novamente. Começo a buscar o meu celular ou o de Avan mas não encontro. Saio e entro pela porta traseira e com as mãos trêmulas sinto o pulso do meu filho.

- Você está vivo, meu amor. Está vivo. Sempre soube que você é um menino forte. Eu vou tentar buscar ajuda para você e para o seu pai. Me espere, por favor, não pare de respirar. Não pare. - clamei chorando.

Saí correndo pela pista. Devo ter corrido por cerca de quinze minutos em baixo de uma intensa chuva até encontrar uma moça parada em um sinal.

- Por favor! Eu e minha família sofremos um acidente um pouco atrás na estrada. Meu filho está lá, moça, preciso de um celular para chamar uma ambulância, por favor, me ajude!

- Ô meu Deus, claro. Entre. - a estranha disse. Aqui. - me entregou um celular. - Ligue para a ambulância, enquanto eu retorno até lá.

Totalmente desesperada liguei enquanto a mesma seguia até onde meu carro estava.

- Eles estão vindo. Ali! Ali! Meu carro. Pare aqui moça. Pare aqui.- saltei do carro.

Entrei com rapidez no banco de trás novamente. Me aproximei do meu pequeno e senti o seu pulso.

Parado.

Não. Não. Não.

Senti mais uma vez.

Parado.

- RICHARD! P-or favor, meu menino. Não me deixe. Não me deixe. - falei desesperada o pegando em meus braços. - Por favor. Ei, olha para a mamãe? Olha para a mamãe... eu deixo você comer besteiras com o seu pai com mais frequência, eu compro aquele robô que você queria mês passado, olha para mim. Olha p-ara mim. - peguei em seu rosto. Seus pequenos lábios estavam roxos.

- Eu sinto muito, moça. De verdade.- a estranha disse.

- Eu não cheguei a tempo...e-u não devia ter ido buscar ajuda. Me perdoa, meu amor. Eu não queria te deixar.- o abracei chorando compulsivamente.

Aguardei agarrada ao corpo pequeno do meu filho a chegada da ambulância.

Nada nunca mais fará sentido em toda minha vida.

E assim segue até hoje.

...

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