Poker Night

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Narração

O juiz sinalizou para que todos se sentassem, e assim fizeram. O julgamento estava começando, o réu foi chamado para sentar-se no lugar determinado. O escrivão a postos atrás de seu computador, o advogado de defesa já pronto a defender seu cliente, o promotor de acusação estava pronto a dizer as acusações. O martelo foi batido por três vezes consecutivas assim dando inicio ao “Show”.

O promotor apresentou todas as provas, e discursou sobre as diversas razões para o réu estar preso atrás das grades pelo resto da vida. Frisou todos os atos cruéis e impiedosos do mesmo. Além do fato de ser um contrabandista e traficante. O júri se mantinha atento a cada informação, buscava não demonstrar reações, mas era meio impossível principalmente quando o promotor mostrou fotos do estado em que Jin foi encontrado. O estado deplorável do garoto fez com que as mulheres e também alguns dos homens presentes no júri composto por 14 pessoas sendo sete homens e sete mulheres se comovessem com a imagem vista. Sentimentos de raiva e repulsa eram presentes nos olhos dos mesmos. Assim que o promotor concluiu sua acusação era a vez do Advogado de defesa.

Sehun sentou-se de lado para o publico ficando de frente para os jurados a sua frente, ele não prestou atenção a plateia atrás de si. Era um júri popular então o advogado de defesa teria que convencer aquelas 14 pessoas ali presentes além do próprio Juiz. As provas eram irrefutáveis, mas com toda a experiência do advogado ele sabia como manipular as pessoas e as situações. Iniciou sua defesa apelando para o sentimental dos jurados. A comovente historia contada sobre a infância difícil que o réu passou convenceu de alguma forma alguns dos jurados. O advogado insistiu em dizer o quão difícil foi para o réu ser praticamente abandonado pelos pais, vivendo uma vida sendo ignorado por seus genitores, sem uma figura paterna e materna a quem recorrer alguém que o ensinasse o que era certo e errado. Deixando assim uma pessoa fria sedenta por atenção e afeto.

Insistia em dizer que os atos cometidos pelo réu foram todos em busca de atenção e carinho. Um desesperado ato de amor. Este era o único jeito que o mesmo conhecia de obter tão afeto, a força. Sua mente debilitada pelos traumas da infância o fez assim. A culpa era de seus pais que se fizeram ausentes no momento mais importante da vida do garoto.

O advogado cumpria seu papel perfeitamente. Alguns dos jurados se colocaram no lugar do réu, e até mesmo se identificaram com os problemas da infância do mesmo. Sehun se mantinha sereno com olhar triste e arrependido nos olhos. O rapaz não era o mesmo desde que vira seu grande amor jogado sobre sua cama envolto em uma poça de sangue. Sehun não sabia que Jin havia sobrevivido. Ainda não tinha percebido que o rosado estava ali. O advogado sorria ladino, satisfeito com seu pequeno show, e já se sentia vitorioso. Seus anos de experiência dizia que estava indo no caminho certo.

Já na plateia todos estavam ansiosos, se remexiam em seus lugares. A cada palavra que a defesa dizia era uma tortura. Aquilo de nada justificava os atos de Sehun. Mas principalmente Jin e Susy sabiam que nada daquilo era verdade. Por mais que os pais de do réu se mantinho afastados nunca faltou afeto e carinho ao garoto, e em momento algum ele esteve deprimido e se sentia acuado por se sentir sozinho. Susy sentia em seu coração o peso, como pudera ser tão cega e deixar tudo chegar a esse ponto. Sehun era praticamente seu filho, e olha no que ele se tornou. Jin sentia a dor da mulher, sabia que ela sofreria. Tratou logo de segurar a sua mão e apertar delicadamente, transmitindo todo seu carinho. Era como se dissesse a ela que não era sua culpa, aquele simples aperto tinha muito significado para os dois.

Após a conclusão inicial da defesa o promotor chamou a primeira testemunha.

_Senhor Kim Taehyung ao banco das testemunhas. – O meirinho convocou o rapaz, que prontamente se levantou e caminhou ate o local indicado, logo meirinho o fez repetir o juramento com a mão pousada sobre a bíblia sagrada.