First

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Meus dedos dançavam ao redor do copo de Wiske, as pedras de gelo já estavam totalmente derretidas e a bebida quente, eu odiava beber, a algumas mesas de distância meu pai estava jogando sinuca com os amigos. O bar em que nos encontrávamos era um tanto quanto ilegal, todos os finais de semana pais de família vinham jogar esse papel fora beber e fumar alguns charutos.

Meu pai me levava lá para ver se eu arrumava alguma garota, mas não dava certo, eu não era sociável, minha bebida estava quente e eu estava entediado, eu teria que dar um fim nela antes que meu pai visse, eu perguntei ao garoto que servia bebidas se ele tinha chá gelado para substituir mas ele disse que a única coisa não alcoólica que tinha ali era água.

Eu encarei o meu reflexo nos vidros atrás das preteriras de garrafas, eu era um merda, cabelo ajeitado, camisa de filinho de papai que não conseguia nem sequer beber.

-Já entendi a sua.-uma garota de olhos escuros e cabelos na mesma tonalidade se sentou ao meu lado.-Quer se mandar daqui não é mesmo?

-Como você sab-

-Eu observo - ela me cortou- você olha de cinco em cinco minutos para aquele cara ali que eu presumo que seja seu pai, ele quer que você beba e encontre uma garota, para que as pessoas parem de dizer que o filho dele é gay.

-Exato.-eu suspirei.

-Você precisa de mim.-ela disse convencida.-beba isso num gole só é me beije.

-Oque?- eu perguntei.

-Você não quer sair daqui? Beba e me beije.- ela ordenou.

Eu apertei o copo nos meus dedos e o levei a boca, o gosto era horrível e quente era pior, eu olhei para ela e seus olhos mansos me deram tranquilidade, eu puxei a sua nuca e a beijei, ela era linda, qual era o grande mal? Mesmo de olhos fechados senti o olhar e o sorriso orgulhoso do meu pai me queimar.

Eu soltei os lábios dela e sorri agradecido, ela puxou a minha mão para a saída do bar, eu não tive tempo de olhar para o meu pai, eu sorri para ela.

-Beijo bem eu sei.-ela puxava a minha mão para a parte de trás do bar.

Chegando lá já era visível a fumaça, drogados, maconha era o mínimo ali, ela se sentou em um canto e eu me sentei ao seu lado, naquele momento todo o meu medo tinha sumido eu realmente não me importava se ela iria me oferecer cocaína ou não eu só queria relaxar.

-Obrigado por isso.-eu suspirei.

-Ah que nada, sei que certos pais são um saco.-ela riu.

-Os seus também são assim?-eu perguntei desabotoando um pouco a minha camisa.

-Eles morreram.-ela disse com um sorriso triste.

-Oh, Deus, lamento.-eu disse.

-Gosto de falar deles, na verdade nunca fui planejada, ou coisa do tipo então eu tive um criação bem diferente da sua por isso não concordo com essas coisas de "meu filho tem que ser exemplar". -ela disse com deboche.

-E como foi sua criação.-eu perguntei.

-Pra começar você é curioso demais, mas como vamos ficar aqui bastante tempo eu te conto.-ela suspirou.-minha mãe estava nesse bar, uma garota de dezesseis anos expulsa de casa e sozinha no mundo, meu pai a ajudou, a levou para casa e como o esperado eles transaram, ela engravidou e ele me assumiu, depois que eu nasci eles se casaram e minha mãe se tornou dona do bar, como eles estavam perdendo clientela para um bar que fazia tráfico de drogas meu pai se meteu com venda de charutos, a clientela voltou, mas então os problemas surgiram, quando eu tinha 15 anos um tiroteio aconteceu, meu pai foi atingido na nuca e minha mãe no peito, eu cuido do bar sozinha até hoje.

The killer (AU -Larry Stylinson PT BR)Onde histórias criam vida. Descubra agora