|Capítulo 5 - Long Kiss Good Morning |

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🚫Sangue, violência, Estresse Pós Traumático, linguagem imprópria.
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  Frio. Silencioso. Escuro.

  Esse era o pequeno resumo que Maria fez ao tentar identificar o lugar onde estava. Havia andado pelo quarto escuro em busca de saídas ou pelo menos de um feixe de luz, mas nada encontrou além da escuridão. O cômodo não era apertado, pelo contrário, tinha espaço o suficiente, então não era uma sala, possivelmente um porão, mas onde? Onde ela estava? Qual era a última coisa a qual ela se lembrava antes de ir parar naquele lugar, nua e com uma costela quebrada?

   Maria se sentou e buscou em sua mente o que havia feito na noite anterior. Outra pergunta passou pela sua cabeça: quantos dias se passaram? Ela não fazia ideia. Só sabia que havia acordado ali e não comera nada e muito menos bebera algo.

— Ok. Você é uma general da marinha norte americana, você foi treinada para isso... — respirou fundo, tentando não entrar em pânico, tentando esquecer eventos como aqueles que aconteceram na sua infância e adolescência. — Pensa, Maria... Pensa...

   Assim que a ficha caiu sobre o que estava acontecendo, ela começou a cair. Literalmente. Um grande é imenso buraco abriu sob seus pés e a mulher começou gritar, tentando segurar em algo, mas era tudo escorregadio e viçoso. O cheiro do buraco era de sangue, sangue quente, como se pelas suas paredes escorressem o líquido, fazendo o estômago de Maria embrulhar. Ela não podia vomitar.

   Precisava parar de gritar e achar um modo de amortecer a queda ou desacelerar ela. Ela fez curso de paraquedismo, sabia o que precisava fazer. Desacelerar a queda. Então abriu os braços e pernas e sentiu sua queda diminuir a velocidade, assim que se acalmou olhou para cima, não havia nada além de escuridão, assim como o fundo do buraco que nunca parecia chegar, mas uma coisa indicou a ela que estava chegando no fim no poço, literalmente, o calor. Quanto mais fundo ela ia, mais quente ficava.

— Lava? Sério? — Maria não sabia o que encontraria no fundo, então saltar de cabeça não seria uma escolha inteligente, além do mais, velocidade a qual ela caia, poderia se ferir gravemente se não soubesse como administrar o salto de ponta.

   Então dobrou os joelhos e endireitou o corpo. Iria mergulhar com os pés. Como ela sabia que era água ou líquido? O sangue escorrendo na parede e a umidade do local. Tinha de ser líquido ou seus ossos se transformariam em pó da maneira mais dolorosa do mundo.

   Quando caiu, mergulhou em uma espécie de piscina, cujo a água era muito espessa na opinião da morena. Ao submergir, olhou em volta. Não era água, era sangue. Muito sangue. Quente. Fresco. E isso a fez gritar e nadar para longe da piscina. Ela sentiu falta de não enxergar, pois quando viu o que abastecia a piscina e mantinha quente, sentiu vontade de vomitar e não pode conter novamente o grito. Eram diversos corpos humanos postos dentro de cápsulas que drenavam o sangue para piscina.

   Uma figura masculina riu do desespero da mulher no outro lado da piscina. Isso fez Hill se arrastar até a parede mais próxima e abraçar seus joelhos, cobrindo seu corpo.

— O que você QUER? — ela disse, mostrando toda a raiva que possuía.

— De você, querida, apenas o que você sabe — o homem, que antes estava a uma margem de distância dela, estava agora ao seu lado.

— Eu não sei de nada!

— Sim, você sabe — ele passou seus dedos grossos e brutos no rosto da mulher, limpando um pouco o sangue. — Me diga o que sabe e isso pode acabar.

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